Capítulo 3: Nepotismo e Trilhas Inesperadas

Daniel

Já fazem 4 semanas desde que saí de casa e meu pai cumpriu o que ele disse, mas o pior é que falou com todas as empresas grandes da cidade para não me contratarem. Agora não posso trabalhar na área que estudei porque tenho muita experiência em todos os departamentos de empresas de médio e pequeno porte, e os gestores têm medo de me contratar para cargos abaixo deles. Estou sendo bancado por Jennifer e, se não fosse por Robin, que escondeu todos os dados dela do meu pai, estaríamos na rua. Tenho certeza de que ele compraria o prédio só para isso.

-O nosso pai está sendo brutal, ele realmente quer que você volte para casa, não importa como.

-Você diz isso para mim? Se não fosse por Jennifer, agora não teria o que comer.

-Espera, e eu, não existo para você, estou de decoração, não te ajudei em nada? Eu não deixaria você morrer de fome. -Fico feliz com o su comentário, mas depois ele continua falndo.-Preciso de uma dor de cabeça, para o papai me deixar em paz.

Eu olho para Robin, e rio com seu comentário. Ele veio me ver todos os dias na primeira semana para ver se estava bem, mas ele teve que parar porque meu pai estava suspeitando. E a última vez mandou seguirem ele. Se ele não tivesse percebido, agora estaríamos na rua. Hoje ele conseguiu fugir do nosso pai.

-Claro, sem mim, as suas noites de poker estariam arruinadas.-Respondo seu comentário.

Ele pisca para mim, e eu jogo a almofada do sofá nele.

-A maior parte do meu dinheiro vem das noites de poker onde meus amigos perdem, não me julgue por encontrar outra forma de ganhar dinheiro. Kkk

Ele dá uma risada e volta a tacar a almofada em mim.

-Eu já disse para parar de apostar.

Digo isso e ameaçando jogar a almofada, e Robin se esconde, e eu dou uma risada na cara dele.

-Muito engraçado, irmão, parabéns, você está se comportando como uma criança.

Eu jogo a almofada com força, mas Robin se abaixa e ela passa por cima dele, atingindo a parede.

-Isso é para você aprender a não apostar, você está viciado nisso.

Ele me olha sério e encosta a cabeça no sofá.

-Claro que não, sou consciente de quanto perco e quanto ganho em cada aposta. Por isso, nunca participo quando Jessi está jogando, eu apenas observo como ela deixa todos sem um tostão e tira sarro da cara deles.

-Ela também é uma apostadora compulsiva?- pergunto, curioso sobre o assunto que parece animá-lo tanto.

Robin dá uma risada olhando para mim e seus olhos brilham com um brilho especial quando fala sobre Jessica. Seu rosto se ilumina com aquele sorriso bobo de sempre quando fala de Jéssica. "Me pergunto se eu fico igual quando falo de Jennifer". Robin me tira dos meus pensamentos.

-Ela ganha de todos todas as vezes que ela vem jogar, em outras palavras, é mais fácil você perder a herança do que ela perder uma rodada de poker.

Ele diz isso, e eu pego outra almofada e a arremesso em sua direção, acertando-o na cabeça. Ele simplesmente ri em resposta.

-Não duvido, olha eu aqui. Então você perdeu dinheiro ontem no jogo?

-Eu nem entrei, ontem Jessica estava jogando, se ela joga eu não jogo. Da última vez, eu quase fiquei sem meu carro, pelo qual eu quase fui expulso de casa para conseguir.-Solto um suspiro ainda me lembrando quando o nosso pai viu o carro que Robin comprou com seu cartão literalmente ele quase foi expulso e espancado se eu e mamãe não tivéssemos parado ele.

-E como você saiu com o carro daí? Por que nosso pai ainda te reconhece como filho. Se você não tivesse voltado para casa com o carro, seria eu quem estaria preocupado com você sendo expulso.

-É verdade, ainda estou em dívida com meu futuro cunhado, que me ajudou. Ele apostou jogando os dados com Jessi e ganhou, ele me deu o carro como um favor e porque somos amigos. Eu ainda acho que Jessi deixou Dam ganhar.

Eu olho para ele pasmo, ele até chamou o irmão de Jessi de cunhado, o que me deixa surpreso com isso. É claro, Robin adora a ideia de ter um cunhado tão legal como Dam e que ele seja capaz de controlar sua irmã louca.

-Seu cunhado parece ser uma pessoa decente.-Digo debochado e sarcasticamente.

-Vou ignorar seu tom sarcástico, e sim, Dam é uma boa pessoa. Nós vamos para as montanhas este final de semana para fazer uma trilha.

-Trilha? Você? Você tem uma doença e está aponto de morrer?

-Muito engraçado Daniel, mas estou perfeitamente bem.

O olho sem acreditar no que escutei Robim indo as montanhas.

-Quem mais vai?

- Paulo, Carlos, Dan e eu. Jéssica ainda está para confirmar, mas as possibilidades dela ir são altas.

Eu olho a cara feliz dele quando menciona que Jessica pode ir para essa trilha, ele que não gosta do ar livre indo para uma trilha só pode ser por uma mulher.

-Só podia ser isso! você em uma montanha nunca esperei viver para ver isto. O que você não faz por ela.

-Digo o mesmo. O que você não faria por Jennifer?

Ele tem razão. Não há nada que eu não faria por Jennifer, assim como Robin faria qualquer coisa por Jessica. Ambos compartilhamos o mesmo amor incondicional.

-Vamos mudar de assunto. Quando vocês vão fazer a festa de noivado?

Robin solta um suspiro e olha para mim sério.

-O nosso pai espera que você se case com ela. Então ele atrasou a festa de noivado para uma semana antes do casamento. O senhor Morrison está insistindo para o casamento acontecer rápido. Nosso pai teve que dizer a ele que seu filho mais velho fugiu e que há possibilidades de você não se casar, mas que se isso chegasse a acontecer, você perderia tudo, e eu seria o herdeiro. Ele aceitou, mas ficou irritado e disse que era uma vergonha para a sua família que o noivo tivesse fugido, mas que, desde que você perdesse todo o direito à presidência, não haveria problemas.

Maldita raposa. Ele não se importa com quem irá se casar com sua filha, mas sim em quem vai herdar a presidência e ser o dono da empresa com sua filha. Mas o mais indignante é que a filha dele parece que também pensa da mesma forma e não se opõe a esse casamento arranjado.

-O que Jessica pensa sobre isso?

Robin se ajeita no sofá e diz olhando para mim, sério.

-Não sei. Toda vez que tento falar sobre o casamento, ela evita o assunto ou responde que é um problema entre os nossos pais. Mas posso ver que ela não está feliz com isso. Espero que, quando nos casarmos, ela fique feliz.

“Jessica Morrison vai machucar meu irmão”. Pode-se notar que ela é igual ao pai, que só pensa no dinheiro que vai ganhar, já que sua prestigiosa família está em decadência.

-Você tem certeza que quer se casar?

Robin me olha, e os olhos brilham de novo.

-Sim, pode parecer que Jessica seja uma pessoa fria, mas tenho certeza de que ela está planejando algo para este casamento. Ela não se casaria se não tivesse um plano. Sei que no dia do casamento, ela me surpreenderá com sua inteligência.

-Você tem muita confiança nela. Talvez se decepcione.

-Daniel, você não a conhece. O pouco que você sabe dela é a surra que ela te deu quando criança, e essa não é a melhor referência dela. É melhor mudarmos de assunto.

Ele diz isso rindo da minha cara, e sem dúvida, depois daquilo, eu nunca mais a vi ela me evitava a todo custo, nem sei por que ela me bateu.

-Está bem, também não quero lembrar daquele dia. Eu te contei aquilo para você desistir dela, mas parece que fez você se apaixonar mais por ela.

-Só um pouco mais. Ver meu irmão apanhando de uma garota seria muito engraçado.

-Haha, eu estou morrendo de rir. - digo isso ironicamente enquanto vejo Robin rindo da minha cara. - Você veio hoje apenas para tirar sarro da minha cara?

Ele para de rir e me olha, Ele estala os dedos como se tivesse se lembrado de algo.

-Quase esqueci, vim te falar que consegui um emprego para você com meu amigo Paulo, mas seria como vendedor de veículos importados. O salário é bom, e ele não tem medo do nosso pai. Aposto que você vai subir rapidamente para gerente de exportações lá.

Robin diz feliz, Aposto que ele fez até o impossível procurando um emprego para mim, já que ninguém nesta cidade queria me contratar por culpa do meu pai.

-Ele não terá problemas com o nosso pai por isso?

-Não, a família dele está no negócio de carros há gerações, e se ele tentar algo, seria comprar a loja, mas Paulo é cabeça-dura e nunca o venderia ou se deixaria comprar. Ele é um engenheiro, e para ele, o trabalho é coisa séria e ele não tem medo da nossa família.

Ele me olha como uma criança esperando os parabéns. Eu dou um sorriso.

-Obrigado, irmão, agora está feliz!

-Claro, mas este emprego é temporário. Quando eu me casar, eu vou dizer para o papai parar com essa idiotice, e se Jéssica estiver do meu lado, ele vai mudar de ideia rapidamente. Ontem ela disse que queria trabalhar na empresa, e ele aceitou na hora.

-Ela vai trabalhar na empresa? -Pergunto confuso. -Em que cargo?

-Ela vai ser a gerente de planejamento, já que ela estudou…

-Como? -eu levanto do sofá perplexo. -Ela nem tem experiência laboral adequada para o cargo de gerente.-Digo com minha voz quase gritando.

-Calma, Daniel, Jessi aprende rápido, e ela está trabalhando agora na empresa do seu pai para ganhar experiência, e depois do casamento, ela vai para a sede principal.

-Como assim? Jennifer levou 5 anos para poder estar nesse posto, e ela vai ser gerente em dois meses. Isso é nepotismo puro.

Robin levanta e me segura pelo ombro.

-Sim, mas eu tenho confiança nela, assim como nosso pai. E isso vai nos ajudar. O nosso pai nunca fez nepotismo com ninguém, nem mesmo com os próprios filhos. Você e eu começamos de baixo. Se ele fez uma exceção por ela, é porque ela é boa e ele também gosta dela. Isso significa que, se ela pedir, o nosso pai pode parar de atormentar a sua vida.

Ele tem razão, mas isso não tira a preferência que meu pai tem por ela, e como a empresa que eu tanto respeitava se transformou em uma empresa do tipo que eu odeio.

-Você e o papai estão cegos por essa mulher, o que ela tem de especial?

Robin dá umas palmadinhas nas minhas costas e pega o seu casaco.

-O que ela não tem, irmão? Prefiro não continuar essa conversa porque já sei o final. Você odeia as preferências no trabalho, e eu não gostaria de ouvir você criticar Jéssica. Então é melhor eu ir embora. -Ele me dá um abraço e para antes de fechar a porta do apartamento. - Vou te mandar o dia e a hora da entrevista por mensagem. Se cuida, irmão.

E é o último que ele diz antes de ir embora. Eu fico pensando o que Jessica tem de especial que deixou meu irmão e meu pai loucos por ela. Mergulhado nos meus pensamentos, não percebo quando Jennifer entra. Só sinto ela tocar meu ombro.

-Meu amor, você está bem?

Eu me viro e dou um beijo de boas-vindas.

-Sim, por quê?

-Eu estou te chamando há cerca de 5 minutos, e você não me responde.

-Desculpa, eu estava pensando no que Robin disse.

Ela abre os olhos de surpresa.

-Ele esteve aqui? Quando? O que ele disse?

Eu passo minhas mãos pela cintura dela, e ela dá um sorriso e também passa sua mão em volta do meu pescoço, e dou um sorriso.

-São muitas perguntas. Primeiro sim, segundo ele acabou de ir embora, e terceiro ele disse que Jessica vai trabalhar como gerente depois que eles se casarem.

Jennifer fica surpresa e com cara de raiva tira sua mão do meu pescoço e deixa cair aos lados.

-Como assim?

-O meu pai decidiu dar o posto de gerente depois dela se casar com Robin.

-Mas você disse que ela nunca trabalhou.

-Sim, mas ela quis trabalhar na empresa, e meu pai concordou.

-E Robin está de acordo com isso.

-Claro que sim. Ele ama Jéssica, e ele faria qualquer coisa que ela pedisse, assim como eu faria qualquer coisa que você pedisse.

-Então, se ela quiser ser a presidente da empresa do seu pai, eles dariam.

Eu dou uma risada pelo que ela disse.

-Claro que sim. Aposto que meu pai até limparia a caveira para ela sentar, mas isso não é mais o nosso problema, desde que meu pai me deixe em paz, ele pode fazer o que quiser com sua empresa. Talvez um dia ele perceba o que está fazendo.

Jennifer ainda parece insatisfeita com essa explicação.

-Mas, Daniel, isso não é justo. Você é talentoso e dedicado, e merece reconhecimento na empresa da sua família.

Eu a abraço carinhosamente, apreciando seu apoio.

-Obrigado por acreditar em mim, Jennifer. E eu prometo que vou continuar fazendo o meu melhor, independentemente das decisões do meu pai. Agora, vamos aproveitar nosso dia juntos e deixar esses problemas de lado, pelo menos por enquanto.

Jennifer ainda parece preocupada com a situação e insiste.

-Daniel, eu entendo que você quer deixar isso de lado por enquanto, mas acho que deveríamos conversar com Robin sobre o que seu pai está fazendo. Pode ser que ele tenha influência sobre seu pai e possa ajudar a esclarecer essa situação.

Olho para Jennifer, se ela soubesse como Robin está tão louco por Jessica, assim como meu pai, ela ficaria irritada.

-Jennifer, Robin está tão louco por Jessica, tanto ou mais que meu pai.

-Mas podemos fazê-lo mudar de ideia, fala para ele vir aqui semana que vem.

-Ele não vai vir.

-Por quê?

-Porque ele vai para uma trilha semana que vem, e duvido muito que ele mude de ideia…

-Trilha? Seu irmão não odeia o ar livre.

Dou uma risada e concordo com a cabeça.

-Sim, ele odeia, mas ele vai com Jessica, então ele vai, não disse que faria qualquer coisa por ela.

Jennifer parece intrigada com a disposição de Robin de fazer algo que normalmente não faria. Ela olha para mim com um sorriso malicioso.

-Você não acha que isso é um pouco estranho? Talvez ele esteja tentando impressionar Jessica de alguma forma.

Dou de ombros, concordando com a possibilidade.

-Pode ser, quem sabe. Robin faria de tudo para agradá-la, mesmo que isso signifique sair da sua zona de conforto.

Jennifer ri suavemente e depois me dá um beijo.

-Bom, talvez essa trilha os ajude a se aproximar ainda mais. E quem sabe, talvez Robin possa falar com seu pai sobre essa situação na empresa.

Eu sorrio, apreciando a maneira como Jennifer tenta ver o lado positivo da situação.

-Você sempre encontra uma maneira de ver o melhor nas coisas, Jen. Mas é mais fácil os peixes de um aquário jogarem uma partida de pôquer com o Papai Noel antes que Robin faça qualquer coisa para deixá-la triste.

Jennifer pensa um pouco e depois ri ainda mais com meu comentário e balança a cabeça em concordância.

-Você está certo, meu amor. Vamos apenas torcer para que essa trilha seja uma experiência positiva para eles. E, quem sabe, talvez o Papai Noel esteja treinando seu jogo de pôquer com os peixes do aquário para surpreender a todos.

Eu a olho sem entender o que ela disse, mas ela me dá um beijo.

-Então pode deixar, conversamos com Robin depois sobre isso.

Desisto de tentar convencer Jen de que nem Robin nem meu pai vão escutar razões. Ela vai continuar tentando, e é melhor eu não destruir as esperanças dela, de que eu e meu pai voltemos a temos a nós falar, nunca voltarmos ao que éramos antes de tudo isso.

Mais populares

Comments

Cleunice Luzia Dos Santos

Cleunice Luzia Dos Santos

essa Jennifer está aprontando

2023-11-15

2

Ver todos

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!