A primeira briga

Pov Autora

Os dias se passaram,e Santo e Allan criaram sua própria rotina, sempre que podia Santo voltava pra casa pra almoçar com o garoto, mas o jantar era sagrado Santo fazia questão de estar presente e fazer a refeição com o menor.

Depois do jantar sempre assistiam algum filme, sempre tinha algum que Santo dizia que Allan precisava muito ver,  eram filmes policiais, o que era uma grande piada já que Santo agora era um dos traficantes mais procurados do Rio de Janeiro,mas mesmo assim o grandão sempre torcia pros policiais dos filmes, vai entender.

Allan sempre dormia no sofá antes do filme terminar e acabava acordando na sua cama. Ele quase sempre despertava quando tava sendo carregado, mas nem fudendo ele ia abrir os olhos, queria aproveitar nem que fosse um pouquinho a sensação de ter seu corpo colado no de Santo, era a sua parte favorita do dia, sentir aqueles braços fortes segurando seu corpo.

Santo sabia quando o menor acordava, sorria de canto e fingia não notar, preferia não ter que lidar com aqueles sentimentos, iria adiar o quanto fosse possível.

Mais alguns dias se passaram, e como nem tudo são flores, a primeira briga do quase futuro casal chegou.

Santo tentava ligar pela décima vez pra Allan pra avisar que não iria conseguir ir pra casa almoçar, mas quem disse que o garoto atendia, ele ja tinha notado que o menor não ligava muito pro aparelho, sempre deixava pelos cantos e nunca estava com ele na mão. Santo não pode deixar de ficar chateado com isso, foi a primeira vez que um presente que ele deu foi recusado, Santo não sabia como lidar com isso.

Desistiu de tentar falar com Allan pelo telefone dele, então resolveu ligar pra Maria como sempre fazia quando o menino não atendia.

Maria atende no terceiro toque.

\- Cadê ele?

\- Tá na sala vendo Tv.

\- Passa pra ele agora!

Santo já havia notado que Allan vinha passando tempo de mais vendo tv, ele não tava gostando nada disso.

\-Oi grandão!

Allan sempre chamava Santo assim, na primeira vez que falou em voz alta ficou com medo de Santo brigar com ele, mas o maior achou até graça do apelido que combinava bem com seus 1.92 de altura.

Mas Santo já conhecia bem os truques do menor que sempre dava uma de fofo pra fugir da bronca, mas hoje não vai funcionar, Santo tava puto da vida.

\- Nem vem pivete! tá achando que eu sou o quê pra tu me deixar no vácuo? já te falei mil vezes pra tu me atender quando eu ligar!

Santo esbraveja do outro lado

\- Acabou a bateria .

\- Que se foda, nessa pora dessa casa não tem energia não pra tu carregar esse cacete? Na próxima vez que eu ligar e tu não atender você vai se arrepender do dia que nasceu tá ouvido mísera!

Santo desligou, bufando de raiva.

Jotapê que tava sentado ao lado do amigo não pode deixar de ouvir a " conversa".

\- Aí pegou pesado com o menor viado, até eu que não tenho nada a ver com a história já tremi aqui na base, imagina o nanico, deve tá todo cagado. Vacilou irmão.

Santo arremessou o celular na parede, agora pronto, o outro que não obedecia uma ordem simples dessa e a culpa era dele? Não senhor,aquele baixinho safado não ia sai de bonito nessa história e fazer ele se sentir culpado, não mesmo ele tava certo, ele que tinha razão.

As horas foram passando e a raiva de Santo foi dando lugar a culpa. Não queria ter gritado e muito menos assustado Allan, não queria que o cacheado tivesse medo dele,nunca quis. Depois de aguentar os olhares de reprovação de Jotapê ele admitiu a si mesmo que estava errado. Mas isso não queria dizer que ia admitir pra mais alguém.

Jotapê já tava de saco cheio de ouvir Santo bufando e resmungando. Fora que o corno ainda tava distribuindo patada pra todo lado, gritando e xingando quem passasse na frente dele.

\- Vai logo pra casa e pede desculpas pro nanico.

\- Meu pau que eu vou, não fiz nada.

\- Vai logo caralho! Antes que tu faça merda e ferre com tudo que a gente fez até aqui por causa do seu mal humor.

Pov Santo

Tá, essa me convenceu.

Sai da boca pensando no que eu devia fazer.

E se eu chegasse em casa do Allan não quisesse falar comigo?

Passei em frente a uma loja de conveniência e vi uns livros na banca, lembrei que vi uns livrinhos numa caixa de sapatos que o Allan guarda, teve uma vez que eu vi ele sorrindo olhando pros livros, é disso que eu preciso, fazer ele sorrir. Acho que ele vai gostar, além do mais é bom ele ler um pouco assim ele sai da frente da tv e faz alguma coisa que preste, antes que eu quebre aquela merda em mil pedacinhos.

Parei pra comprar o livro, não consegui decidir qual levar então levei a pora toda, to sem paciência pra essa merda.

Fui pra casa com a sacola de livros na mão, entrei pela cozinha, e pela cara de bunda da dona Maria já vi que a coisa não tava boa pro meu lado.

Allan tava sentado no sofá assistindo a maldita TV, chamei ele na cozinha e ele veio, olhou pra mim com os olhos cheios de algo que eu não sabia se era medo ou vergonha, fiquei confuso.

Peguei a sacola e tirei o que tinha dentro , entreguei pra ele os livros.

De cabeça baixa ele pegou os livros, e me olhou com os olhos cheios de lágrimas.

O menino colocou os livros na mesa e disse com a voz fraca.

\- Não devia ter gastado seu dinheiro comprando isso pra mim...

Santo não deixou que o garoto terminasse de falar ele puto da cara.

\- Mas que merda muleque, não vê que eu tô tentando te ajudar! Você é burro ou o que? Te dei um telefone que você poderia usar pra estudar,se informar ou fazer alguma coisa que presta, mas não você só quer viver o dia todo na frente dessa tv, eu trouxe o livro pra ver se enfio alguma coisa nessa sua cabeça oca.

Mas você quer é viver assim se vitimizando, dando uma de coitadinho e usando isso de desculpa pra não fazer nada da vida, por mim tudo bem, mas na minha casa você não vai paga de madame não! Já que não quer nada com a vida vai trabalhar, chega de ter dó de você, a caridade já acabou.

Pov Allan

Allan estava parado, seu olhar era de decepção e dor.

Então era isso, ele era só uma obra de caridade?uma boa ação, nada que eles viveram nos últimos dias foi importante,era só fruto de piedade?

Pra Santo ele era só uma pessoa que ele estava ajudando, alguém digno de pena, isso doeu como uma faca cortando seu coração.

Ele não conseguia pensar em nada além de quão patético ele era em pensar que aquele homem poderia um dia gostar dele, mesmo como um amigo. Sentia que era a pessoa mais idiota do mundo, e a mais inútil também.

Apenas balançou a cabeça concordando resignado,e saiu ouvindo os berros de Santo dizendo pra não virar as costas pra ele.

Pov Santo

Mas que filho da puta véi! Ainda chora cara de pau! Eu que devia tá bravo e ele que parece ofendido, eu comprei os bagulho pra e ele nem faz questão, ele acha que eu sou otário, só pode.

Maria que tinha ouvido toda a discussão, não aguentou maís e falou chorosa.

\- Oh seu Santo, não falei pra você que o menino só vivia aqui nessa casa e nunca saiu. Ele nunca foi na escola, não aprendeu a ler e a escrever. Eu falei pra ele te contar quando você deu o telefone pra ele, mas o pobre tem muita vergonha de não saber ler e escrever nessa idade. Não tinha necessidade de falar aquelas coisas patrão.

Pov Autora

Se Santo já tava se sentindo mal antes agora piorou de vez. Pensar que magoou Allan doía em seu peito,pensar que o garoto tava triste e que chorou por causa das coisas que ele disse, só fazia ele se sentir a pior pessoa desse mundo,não se perdoava por ter feito exatamente o que ele jurou que nunca mais ia deixar acontecer com Allan.

Que merda ele tinha feito, Inferno!

Seu coração doida de pensar em tudo que foi negado a Allan, e se arrependia do que  tinha falado na hora da raiva. Só queria socar a cara de alguém até cansar.

Saiu de casa pra não fazer besteira, precisava se acalmar, precisava de alguém que o dissesse  o que fazer.

Jotapê.

Foi em direção da casa do amigo, na esperança de que ele pudesse ajudar a desfazer a merda que tinha feito.

Só não acreditava na cena que viu quando chegou na casa do moreno.

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Comments

Wolf blek

Wolf blek

ain que fofin mano tô amando 🤧

2024-04-27

2

Mirela Rodrigues

Mirela Rodrigues

eu chorei kkkkk não tô nem zoando

2024-04-26

0

(⁠@⁠_⁠@⁠Yuki Kawata(⁠⌐⁠■⁠-⁠■⁠)

(⁠@⁠_⁠@⁠Yuki Kawata(⁠⌐⁠■⁠-⁠■⁠)

eita porra

2024-04-25

1

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