Por favor não me bate

Pov Autora

Allan não sabia exatamente o que tava acontecendo, mas aquele barulho de tiro só poderia significar uma coisa: invasão.

Essa era a oportunidade perfeita pra ele fugir, Allan não era corajoso suficiente pra sair em meio ao tiroteio,então decidiu que  quando o barulho dos tiros diminuísse ele daria um jeito de sair sem ser visto.

Não precisava ser um gênio pra saber que o Metralha era o alvo dessa invasão e que provavelmente seria morto, então não iria atrás de Allan, ele finalmente seria livre, não tinha ideia do que fazer com essa liberdade toda, mas esse era um problema pra depois.

Ouviu os tiros se intensificar, depois ouviu uma voz que fez suas pernas tremerem, não conseguia entender direito o que a voz dizia, mas sabia que não importava porque no final das contas nada iria mudar, ele sorriu tristemente.

Allan trancou a porta do seu quartinho e tentou fazer o mínimo de barulho possível, ficaria em alerta até o barulho diminuir.

Allan só não esperava que pegaria no sono, o que aconteceu rápido,assim que o som dos tiros diminuiu e seu corpo não suportou mais a tensão e o cansaço.

Allan acordou assustado, não acreditava que tinha pegado no sono em meio a um tiroteio, não sabia quanto tempo tinha ficado dormindo, e nem se era seguro sair.

Estava aflito pensando que poderia ter pedido a única chance de escapar, quando ouviu o som da maçaneta girando, seus músculos ficaram tensos, seu corpo começou a tremer e ele não conseguia mecher um músculo se quer.

Então depois de um estrondo a porta se abriu e Allan viu aquela montanha  de músculos tatuada caminhando em sua direção.

Allan só conseguia pensar em quão forte ele era e que ele não ia aguentar apanhar daquele homem, ele parecia feroz e cruel, Allan estava apavorado pensando em tudo o que poderia acontecer com ele se aquele homem se zangasse.

Quando o homem chegou perto o suficiente estendeu a mão, Allan sabia o que viria, passou por isso incontáveis vezes, sabia que iria apanhar, mas aquela mão estendida sobre ele era enorme, um tapa daquele homem ia acabar com Allan, então o desespero tomou conta do menor  que decidiu implorar pela vida.

Se abaixou e protegeu o rosto entre as pernas já sentindo o desespero tomar conta de sua mente, chorando ele implorou baixinho.

- Por favor não me bate! Por favor, eu faço o que você quiser só não me bate.

Pov Santo

Mas é uma grande vadia, já tá fazendo proposta só pra não apanhar, esse aí é capaz de fazer qualquer coisa pra salvar a própria pele, mas o moreno aqui não é trouxa não, comigo ele não se cria, vou tirar a máscara de coitadinho desse viado é agora!

Me inclinei pra baixo agarrei o braço do moleque e fiz ele olhar nos meus olhos.

E esse meus caros foi o maior erro que eu cometi na vida.

Aqueles olhos me paralisaram , eram como um chama, quando mais olhava mais preso ficava, seu olhos era de um verde claro muito profundo. Seus olhos me pediam ajuda em um  desespero que me deixou desconcertado.

Consegui me recompor quando percebi suas lágrimas e o vi tremendo, olhei bem pro garoto e vi que não o observei direito na primeira vez que olhei pra ele.

Ele estava muito magro, os ossos pontudos e o rosto marcado, manchas escuras debaixo dos olhos e a voz fraca.

Eu não tinha ideia do que esse garoto era, mas fiel do Metralha que não era. Tem alguma coisa nisso e eu vou descobrir.

- Qual seu nome muluque?

Perguntei firme, não gritei pra não assustar, mas também não vou demonstrar fraqueza na frente dele, nen dele nem de ninguém.

-Allan senhor.

- Allan de que? veio de  onde? Cadê teus pais, tua família?

- Não sei não senhor, só me chamam de Allan desde que me lembro. Não tenho família e sempre morei aqui.

-A coisa só melhora- Disse Santo

Pov Autora

Santo pensou que o garoto parecia inofensivo, então decidiu que ia manda o pirralho de volta pra família, mas ele não tem e nem sabe quem é a família dele.

-Afff! Que eu faço com ele agora?- Pensava Santo.

Ele mais parece um prisioneiro do que um fiel, tem coisa errada nessa história, esse muleque é encrenca Santo podia sentir isso em cada um de seus ossos.

Mas não tem o que fazer, até descobri o que esse muleque esconde ele ficaria debaixo das vistas de Santo.

Pov Allan,

O tatuado grandão parecia travar um conflito em seus pensamentos , e eu só pensava no que seria de minha vida a partir daquele momento, mas algo dizia que o grandão não ia me deixa ir assim tão fácil.

Ficar ali já não era novidade, só as circunstâncias poderiam mudar, pra melhor ou pra pior e era isso que eu queria saber, enchi o peito com toda a coragem que encontrei, mas não consegui controlar o medo e a minha voz saiu trêmula, mesmo assim perguntei.

- Vai fazer o que comigo?

- Ainda não decidi,por enquanto fica como está, faz o que costuma fazer sempre, enquanto vejo o que faço contigo.

O grandão já ia saindo pela porta quando parou e olhou com uma frieza que congelou até os meus órgãos internos:

- Se tentar alguma gracinha te mando fazer uma visita pro Metralha debaixo da terra.

Eu engoli seco, nem se eu quisesse dizer algo não conseguiria, apenas assenti com a cabeça, e desabei no chão com as pernas fracas assim que o gigante tatuado saiu pra porta.

- Cara, eu tô tão ferrado!

Mas agora não adianta reclamar Allan, se acalma e vai cuidar do seu serviço, tudo que eu não preciso agora e deixar o grandão tatuado bravo comigo, se ele desce aquela mão na minha cara quebra meu nariz.

Pov Autora

Allan se apresou em se acalmar arrumando seu cantinho o melhor que pode, foi pro cantinho pegou seu baldinho fez sua higiene pessoal e saiu rumo a cozinha esperando com todas as suas forças que a Maria estivesse lá com seu sorriso caloroso pra fazer o dia dele melhorar um pouquinho.

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