A primeira refeição juntos

Pov Autora

Quando voltou pro almoço,Santo viu que  Allan ainda dormia, Maria que já tinha ligado pro médico disse que era normal devido a exaustão do pequeno cacheado, e que ele acordaria no final do dia.

Santo voltou pra boca, ele e Jotapê estavam percebendo que Metralha cobrava muitas taxas injustas e desnecessárias, e que havia prejudicado muito os comerciantes do morro, eles estavam com muita  raiva de saber de tanta injustiça.

Jotapê por sua vez tava enrolado com os próprios problemas com a dona de uma lanchonete aqui do morro, a mina perecia gente boa, mas tava brincando com o perigo falando, melhor, gritando daquele jeito com seu ele, Jotapê era gente boa, mas tinha pavio curto, nisso os dois amigos eram iguais.

Santo sabia que essa história ia dar pano pra manga, era só esperar, queria falar disso com o amigo, mas tinha outros planos em mente.

Precisava voltar pra casa e saber como Allan estava.

Chegou em casa já sentindo o cheirinho maravilhoso da comida da Maria, que tava muito risonha mechendo com a colher de pau numa panela bem grande.

- Oh seu Santo já chegou! Já tô com a comida quase pronta.

- Boa noite Maria, tá tudo bem eu espero, e o muleque como tá?

- Acordou tem uns 40 minutos, todo sem jeito coitado, falei pra ele tomar um banho pra janta.

Ele já ia descendo aqui pra baixo pra pegar água no baldinho e tomar banho de caneca lá no quartinho como sempre, mas ele tá tão fraquinho tadinho, e o médico disse que ele tinha que descansar. Então eu fui e falei pra ele banha no quarto que o  Metralha dizia que era dele,lá tem sabonete, shampoo escova de dente e tudo que ele precisa pro banho, além roupa limpa e toalha também. Espero não ter problema seu Santo o menino precisava banhar.

Santo não podia acreditar que nem banho o miserável do Metralha deixava o menino tomar.

- Claro que não Maria, você fez bem, vou subir pra tomar banho também e já desço pra janta.

Allan acordou sentindo como se faltasse algo, uma ausência que o fez despertar.

Apesar da sensação de perca, ainda podia sentir um cheiro familiar.

Ao abrir os olhos o garoto já percebeu que não estava no seu quartinho, tava deitado numa cama muito macia. Sabia de quem era o quarto, e como um soco no estômago se lembrou de como grandão tatuado tinha defendido ele.

Lembrou do medo que sentiu quando viu Santo apertar o preço da cobra da Yohana, mas se lembrava também de sentir ser carregado por ele em seus braços e da delicadeza daquele toque.

Allan sabia que um homem como Santo jamais olharia pra ele, mas ele  podia sonhar não é?

Enquanto ainda pensava, viu Maria entrando no quarto toda sorridente, contou pra Allan sobre tudo que aconteceu, as mudanças e de como Santo cuidou bem dele.

Pov Allan

Maria me mandou tomar um banho,bem que eu tava precisando, ja ia descendo pra meu quartinho quando Maria disse que eu podia tomar banho no outro quarto, eu fiquei meio com o pé atrás, mas a Maria garantiu que não ia ter problema, então eu fui.

Maria encheu a banheira pra mim, e eu entrei, não podia acreditar que eu tava dentro daquela banheira e não era pra limpar.

Maria trouxe um monte de coisa cheirosa pra eu passar em mim, ela me deixou sozinho e eu fique ali na banheira pensando, o grandão tatuado tava sendo tão bom comigo, isso não é comum.

Eu me arrepiava só de imaginar o que o maior iria querer receber em troca de tanta bondade.

Mas como sempre eu não tinha escolha, então pensei em tentar me proteger ao máximo de qualquer ataque ou represália que viesse daquele homem. Tinha que ser cuidadoso, ou ia me lascar todinho.

Pov Autora

Allan passou um hidratante corporal com cheirinho de morango, ele amou aquele cheiro, já perfumado ele abriu a porta daquele guarda roupas desnecessáriamente grande. Decidiu usar uma camiseta regata rosada e um shorts de tecido fino branco, se olhou e viu que estava bem, a roupa era bonita e confortável.

Desceu a escada muito feliz, se sentia limpo cheiroso e confortável com a roupa que usava, já que era nova e não tinha furos feitos por traças nem manchas de comida ou alvejante.

Estava realmente feliz, se sentia descansado e estava com uma fome de leão.

Desceu com um sorriso enorme no rosto e foi direto pra cozinha de onde vinha um cheiro maravilhoso de comida.

Entrou na cozinha muito empolgado falando com a Maria, e  nem percebeu a montanha de músculos e tatuagens sentado na mesa da copa.

- Prontinho Maria lindinha, já estou limpinho e cheiroso como você mandou, posso comer agora tô com muuuuita fome.

Allan falou e fez a cara mais fofa que conseguiu piscando os cílios enormes e fazendo um biquinho como uma criança pidona, esperando amolecer o coração da mais velha.

Pov Santo

O cheiro vindo do garoto era distração, Santo não conseguia parar de olhar pra aquela curva do seu pescoço, ele não sabia como mas de repente a cena dele beijando a curva do pescoço do garoto , cheirando seu pescoço e enfiando os dedos naqueles cachinhos surgiu na sua mente.

Santo se assustou com esse pensamento, ele nunca em toda a sua vida pensou em fazer  nada desse tipo com macho nenhum.

Mas seus pensamentos foram interrompidos quando Allan fez a carinha mais fofa desse mundo, seguido de um biquinho, droga isso era ruim, apesar do gesto infantil ser considerado inocente, o "amiguinho" de Santo não compartilhava da mesma opinião, tratou de  pulsar mostrando que tinha gostado da visão.

- Claro que você pode menino, o patrão disse que você tem que comer bastante, né seu Santo.

Pov Autora

Allan que acabou de perceber a presença do grandão ali e ficou muito envergonhado e sem jeito, toda a fofura e os dentes a mostra tinha ido por água a baixo, o menino parecia ter murchado como um balão.

Santo iria ficar satisfeito em causar esse tipo de reação nas pessoas, principalmente em homens, mas nesse caso se sentiu mal pela reação do menor.

- Obrigado senhor por me ajudar, agora que eu tô bom, prometo que volto já pro meu serviço e pro quartinho lá dos fundo, o senhor nem vai vê que eu tô aqui.

Santo não gostou nem um pouco dessa conversa.

- Primeiro que aqui nessa casa já tem empregados de mais não preciso de mais um, não quero te ver fazendo nenhum serviço aqui. Segundo que aquilo lá é uma despensa e não um quarto, você vai dormir no quarto que era pra ser seu mesmo.

Maria cuida pra esse garoto não fazer merda.

- Pode deixar seu Santo, vou ficar do olho nele.

- Aqui, pra você, pode usar como quiser mas quando eu ligar é bom você atender.

Allan estendeu a mão e ficou olhando um tempo pro aparelho sem muita empolgação.

Santo tinha mandado um dos seus homens comprar um celular novo pro Allan, já que sabia que o garoto não tinha, pensou que ele ficaria feliz de poder jogar , navegar nas redes sociais e todas essa coisas.

Mas a reação do menor não foi como ele esperava,olhou pro celular um pouco confuso, engoliu seco e aceitou.

Santo achou estranho mais decidiu ignorar e comer,era melhor que tentar adivinhar o que passava na cabeça cacheada do pequeno a sua frente.

- Chega de papo e vamo comer que eu tô brocado.

Santo viu que Allan não se mecha do lugar, e isso já tava dando nos nervos.

- Senta logo na mesa moleque!

Allan sentou de imediato, afinal não queria encrenca com o grandão.

Maria começou a por a mesa, tinha um cheiro muito bom, erra carne com mandioca, "Vaca atolada" como alguns conhecem, Santo amava esse prato, era gostoso e nutritivo, seria bom pra Allan recuperar as forças.

Nem esperou a mais velha terminar e já foi logo se servindo e deixando seu prato com uma imensa montanha de comida. Pra Allan isso combinava com ele já que pro menor ele também parecia uma montanha.

Maria serviu o prato de Allan , o cacheado nunca tinha visto seu prato com tanta comida, Maria sabendo o que se passava na mente do menino já tratou de ir logo dizendo:

-   Pode comer meu pequenininho, eu fiz pensando em você.

O menino tinha os olhos marejados, pela primeira vez  muito tempo ele iria poder comer até se sentir satisfeito, e pra ele esse era com certeza o melhor dia da sua vida.

- Posso mesmo Maria?posso comer tudo?

A idosa apenas acenou com lágrimas já escorrendo pelo rosto, em ver a felicidade do menino só com um prato cheio.

Allan não conseguia lembrar de quando em toda sua vida comeu algo tão saboroso. Seu prato tinha muita carne, coisa que ele raramente comia, só quando Maria dava, e sempre era em pouca quantidade porque nem Metralha e nem Yohana deixavam o menino comer o quanto queria e precisava.

Enquanto comida seus olhos ainda cheios de água brilhavam e lacrimejavam numa mistura de felicidade e incredulidade, como se fosse acordar de um sonho.

Santo viu o garoto comer mais que ele, ficou contente em ver ele comendo tão feliz , apesar de sentir o coração apertado de saber quanta fome esse menino passou. Ele jurou a si mesmo que Allan nunca mais passaria fome ou apanharia de novo, ia cuidar e proteger esse menino, erra uma necessidade de gritava dentro dele.

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Comments

Valdileia Da silva castro

Valdileia Da silva castro

nossa que história triste estou até chorando aqui lendo esse livro ,acho que a pior coisa de um ser humano é passar fome e sede

2024-05-01

1

black

black

o macho dele

2024-04-29

0

Wolf blek

Wolf blek

Muié...tu vai me fazer chorar,óia que isso é difícil!

2024-04-27

0

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