Benjamin
Meu rosto devia estar queimando, fui obrigado a olhar os seios siliconados da mulher, ela se virou e apontou o fecho do colar nas costas. Segurando a respiração, abri o colar, fazendo todo esforço para não tocá-la. Ela apontou para o balcão de mármore, deixei o colar encima e fui em direção a porta.
— Não seja tímido, querido...— eu podia ouvir ela entrando na banheira.— Quero que passe um óleo nas minhas costas.
Meu estômago embrulhou, meu coração gelou no peito. Eu me esforçando para não tocá-la e ela me pedindo para passar o que nas costas? Não sabia se corria, ou continuava paralisado no lugar.
— O que está esperando, chico?
Suspirei profundamente e me virei, a atrevida estava com os seios de fora e apontava para um óleo específico no balcão. Peguei o vidro, tentando não demostrar o meu terror. O pouco que a olhei no rosto, enxerguei uma satisfação.
Isso fazia parte do meu trabalho? Eu não sou massagista!
Fiquei me questionando enquanto deslizava os dedos hesitante pela suas costas.
— ¡Abajo, chico!— ela exigiu.
Desejei não saber espanhol nesse momento. Até onde essa mulher se ousaria? Impaciente, desci minhas mãos um pouco.
— Hummm...— ela gemeu.
Estava no meu limite do desespero, nesse momento desejei ter seguido o pedido da Aurora, e ter ficado em casa. Estava prestes a ter uma crise de ansiedade, desejei estar em casa, nos Estados Unidos, desejei nunca ter o sonho de cursar hotelaria, desejei não ter entrado nesse hotel. Eu não sabia mais como me livrar dessa mulher, não conseguia sair dali, pensei que me mostrar vulnerável e tímido poderia piorar a situação, ela era uma mulher predadora, podia sentir isso. Certamente ela achou em mim, a vítima perfeita. A minha vida inteira passou diante dos meus olhos, minhas mãos seguiam por vontade própria, enquanto ela gemia baixinho.
Eu não era obrigado a fazer tudo isso! Se eu perdesse o emprego, que se dane! Mas me submeter a garoto de programa, isso eu não faria!
Me levantei indignado. Sequei as mãos na toalha e sem falar uma palavra andei em direção a saída do banheiro.
— A onde vai? Quero uma massagem nos meus pés!— ela falou.
— Senhora Martínez, eu não sou massagista, quer que providencie um para senhora?— falei me virando para encará-la.
Ela estava com uma das pernas para cima, exatamente como vemos as mulheres sedutoras nos filmes. Porque ela estava fazendo isso?
— Quero que seja meu massagista!
— Mas eu não sou massagista! Não estudei para isso. É melhor procurar um profissional na área.— respondi.
— Não precisa ser profissional, apenas faça uma massagem leve, como fez nas minhas costas. Vou te pagar para cada função, chico!
— Não é questão de me pagar, senhora. Eu não quero fazer massagens. O hotel disponibiliza funcionários especialistas para isso.— retruquei.
— Queridinho, não é questão de profissionalismo, quando gosto de um chico, quero que trabalhe para mim em todo os sentidos. Não me decepcione!— ela levantou ainda mais a perna.— Não se faça de santo, sua timidez não esconde sua curiosidade...
— Se engana, eu não faço esse tipo de serviço, apenas o que o meu cargo exige, e a senhora está excedendo nas minhas obrigações.
— Não seja tolo! O gerente não lhe disse que sou hóspede especial?— ela se levantou impaciente.
Virei o rosto e saí do banheiro, não ia descutir com essa mulher. A passos largos e rápidos saí do quarto, minha respiração estava ofegante, fui direto para a sala do gerente. Ele não estava, fiquei por perto até ele aparecer, ia por tudo às claras.
Assim que ele chegou, eu fui entrando, estava fora de mim.
— O que está acontecendo, Sr. Backer?— ele me olhou sério.
— A Sra. Martínez tem uns pedidos fora do comum. Não posso fazer tudo o que ela quer, não sou massagista!— falei um tanto ríspido.
— Fique tranquilo, Sr. Backer. Ela é toda durona e exigente, mas é uma mulher inofensiva. Faça o que ela quer, ela não é exigente...
Arregalei os olhos. Não é exigente?
— Ela se despiu na minha frente! Acha isso normal, senhor?— falei impaciente.
— Nem todas mulheres tem vergonha, Backer... Aproveite para apreciar a vista!
Estava incrédulo.
— Eu não preciso disso... Arrume outro funcionário para ela!
— Não está em posição de fazer exigências! Acho que precisa desse emprego, não é mesmo? Se não atendê-la, não vai atender mais nenhum hóspede aqui.
— Eu preciso do emprego, sim! Mas não a ponto de fazer coisas que não me cabem! Se a condição é essa, pode me demitir!— esbravejei.
Ele rosnou bravo, mas parecia não poder me despedir, porque se calou completamente.
— Saia!— ele gritou.
Dei as costas sem saber o que seria do meu emprego do sonhos, então continuei meu serviço com os outros hóspedes, o que era bem escasso uma hora dessas. Pensei em fazer uma reclamação no RH, talvez as pessoas não soubessem desse gerente fazendo exigência além do que o cargo pedia. Além do mais, era um hotel, e não cabaré de luxo.
O restante da noite eu fiquei remoendo a minha situação, o gerente não me chamou, nem tão pouco a dita cuja. Porque tinha que acontecer algo tão constrangedor, num final de semana tão perfeito!?
Quando deu meu horário, troquei a roupa, piquei o cartão, e podia sentir que as camareiras falavam de mim, de alguma forma elas deviam conhecer a senhora Martínez. Poderia perguntar sobre elas, como uma pessoa normal faria, mas minha timidez não me permitia, não ia expôr o que me ocorreu, para ser a fofoca da semana. Fui andando até o ponto de ônibus, com a sensação de estar sendo seguido, olhei os quatro cantos, mas não enxerguei nada suspeito. Talvez fosse meu temor me deixando em alerta. Dez minutos no ponto, quinze na estação, e mais 53 até a estação de Oxforshire.
Fechei meus olhos pensando na Aurora, mas a figura daquela mulher invadia minha mente, me perturbando a paz. A viagem foi um tormento, me sentia psicologicamente abalado, sem estrutura, tudo que aconteceu me deixou profundamente perturbado.
Entrei no meu apartamento cabisbaixo e triste, odiava como esse acontecimento me abalou. Fechei a porta e Aurora veio correndo me abraçar. Inspirei o cheiro dos cabelos dela, e me senti absurdamente tranquilizado com o abraço dela.
— Senti tanto sua falta! Pedi pizza. Quer comer?— ela parou as mãos no meu pescoço, acariciando minha nuca.
— Também senti sua falta, meu sol!— falei tentando esboçar um sorriso.
— Está tudo bem? Parece chateado...— ela me fitou com os olhos verdes.
— Só cansaço... Tive uma tarde cheia, com hóspedes chatos...— murmurei.— Acho que vou tomar banho, depois eu como.
— Vou esquentar pra você.— ela sorriu.
Assenti e fui ao banheiro, quem sabe as águas do chuveiro retira tudo esse sentimento ruim, e a imagem dessa mulher da minha cabeça.
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Atualizado até capítulo 62
Comments
Creusa.nonato
Não estou gostando do rumo que está tomando está história, autora, está história tem tudo pra ser uma ótima história, vc vai mesmo destruir uma história que poderia ser maravilhosa, por isso não gosto de histórias longas, são enroladas e chatas
2024-08-28
1
Fabiane Costa Conceiçao
comportamento da mãe Aurora completamente diferente
2024-07-17
0
Fabiane Costa Conceiçao
não mesmo a mãe Aurora é Emilia oxente nada ver
2024-07-17
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