Capítulo 7 Um Pedaço do Paraíso

Benjamin

Comprei as famosas "fish and Chips", refrigerante, outras goloseimas e esperei por alguns minutos. De dentro do restaurante observei Aurora se balançando no carro.

Ela estava cantando?

Um sorriso se formou automaticamente nos meus lábios. Ela é perfeita! Impossível não se apaixonar! Ficaria horas olhando para ela, e jamais me cansaria. Como o nome diz, ela brilha como o amanhecer e faz dos meus dias mais quentes. Meu nome é chamado, pago a conta e pego meu pedido. Vou andando a passos lentos, só para não perder a visão dela cantando toda linda, balançando os cabelos escuros no rosto tão alvo. Abri a porta traseira e coloquei o alimentos dentro do cooler. Pensei que ela se intimidaria com a minha presença, mas ela apenas sorriu e continuou cantando.

— Ganhou mais um ponto, Beny! Amo os Coldplay!— ela exclamou empolgada.

— Sério? Ouço desde que me conheço por gente, meus pais adoram!

— É muito lindo!

Dirigi até o parque que havia escolhido, ouvindo ela cantar todas as músicas com a banda. Estacionei, rapidamente saí e contornei o carro, para abrir a porta para ela. Aurora sorriu e observou a placa do parque.

— Burry Knowle House? Estava na minha lista para visitar. Cheguei a te falar?— ela perguntou com os olhos brilhando.

— Não, mas quando disse ser fã de Nárnia, achei que gostaria de ver as esculturas temáticas.

Ela deu um gritinho empolgada, pulou e me deu um beijo na bochecha, me pegando de surpresa. Senti minha face queimar, como ia me aproximar dela, se mal dava conta de um beijo no rosto?

Peguei o nosso almoço, e fui acompanhando ela entrar. O parque é histórico, e oferecia um cenário pitoresco para um piquenique. Espaço amplo e muito verde, final de outubro, o clima de outono ainda estava bem agradável. Escolhemos um gramado debaixo de uma árvore bem grande. Ela me ajudou a estender a toalha e arrumar as coisas. Sentamos e começamos a comer batatas fritas e o peixe. Ainda estavam quentinhas e crocantes.

— Espero que não tenha ficado constrangido com o comentário do Liam. Ele é um babaca!— ela tocou no assunto de repente.

— Por mim, não. Achei um desrespeito com você, por isso intervi. Espero que não tenha excedido na resposta.

— Tá brincando?! Você foi perfeito! A resposta mais elegante que já ouvi. O melhor foi a cara deles, devia ter filmado! — ela riu.

— Você acha?— encolhi os ombros.

— Com certeza!— ela apoiou o corpo nos cotovelos e me olhou encabulada.— Espero que não pense besteiras de mim. Eu não saio falando que sou virgem, foi aquela amiga da onça que abriu a boca, e não consegui ficar quieta. Não quero que esse fato seja um atrapalho na nossa relação.

— Claro que não. Acho bonito, penso como você, se entregar por amor. Se isso te deixar mais tranquila, também nunca dormi com uma garota.— confessei desviando o olhar.

— Meu Deus! Você é virgem também? Isso é inédito!— ela arregalou os olhos.

— Espero que esse fato não seja um atrapalho na nossa relação.— repeti as palavras dela, tomando coragem para fitar seus olhos.

— Mas não é um atrapalho, jamais! Já te achava perfeito demais, e a cada momento só se multiplica minha admiração. Suas palavras só me trazem segurança e confiança...— ela falou se aproximando de mim.

Meu coração batia freneticamente, senti minha respiração acelerar, o perfume doce e marcante se intensificou nos meus sentidos, ela estava próxima, tão próxima que podia sentir sua respiração cálida soprar no meu rosto. Os lábios entreabertos, os olhos verdes espelhando meu desejo, era o sinal de que nossa relação jamais seria somente amizade.

Me embalei no clima envolvente, permiti que meu coração guiasse o meu desejo, alcancei o seu rosto e segurei o queixo suavemente. A milímetros de seus lábios, ela fechou os olhos, aguardando meu beijo, então toquei nos lábios dela delicadamente, movi a boca num beijo brando, carregado de carinho e paixão. O sabor do beijo era doce, ela correspondia delicadamente, como uma flor. Nos afastamos num sutil ofegar, o mundo inteiro parecia ter parado, só para assistir esse momento, que estava mágico. Ainda segurando o rosto do meu anjo brilhante, apoiei nossas testas, só para sentir de perto o cheiro de sua respiração.

Ela sorriu e segurou minha mão no seu rosto com um suspiro de satisfação. Estava completamente nostálgico, não tinha nada melhor do que estar nesse momento, agora. Me afastei o suficiente para fitar os olhos dela, eu tinha que confessar meus sentimentos.

— Aurora, eu... Bom, eu... Estou apaixonado!— declarei sem hesitar.

— Sério?— ela sorriu.

— Sim. Muito sério! Estou mais que apaixonado, eu estou perdidamente apaixonado!— confessei com um sorriso.

Ela me envolveu com seus braços, pousou a mão no meu pescoço e acariciou minha nuca com os dedos, proporcionando um carinho imensurável.

— Me sinto exatamente assim. Meu coração está como se fogos de artifícios estivessem sendo estourados. É a primeira vez que sinto algo tão forte e intenso. Me apaixonei por cada pedacinho seu, Beny!— ela declarou com um sorriso apaixonado.

Sorri, deslizei meu dedo pelo seu perfil, e beijei sua testa. Totalmente envolvidos, deitamos um do lado do outro, ficamos olhando a árvore alta e grande, cujos galhos nos ofereciam sombra. Me movi lentamente, tentando ficar mais próximo dela, nossos braços se tocaram, causando uma corrente elétrica no meu corpo. Aos poucos, nossas mãos tocaram, senti o dedinho dela acariciar o meu. Virei meu rosto para encará-la, ela fitou meus olhos e sorriu.

— Eu quero te beijar mais uma vez.— confessei.

— Então me beije!— ela sussurrou.

Sorri apaixonado e me aproximei dos lábios dela. Tomei aquela boca, provando mais uma vez do gosto méleo. Me manteria exatamente aqui, deitados na grama, deixando o vento do outono soprar em nós, enquanto desfruto do melhor beijo da minha vida. Intensifiquei o beijo, queria saborear mais dela, com jeitinho eu passei a língua em seus lábios, tendo como retorno a língua dela na minha, sorrimos na boca um do outro, e descobrimos formas do beijo ficar mais quente e molhado. Em sintonia nossos corpos se colaram, acariciei as costas dela com ternura, sentindo suas mãos delicadas fazer um cafuné no meu cabelo. Não sei como é o céu, mas nesse momento, certamente estava vivenciando um pedaço do paraíso. Tudo que meu coração pedia, era mais e mais dessa paixão.

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