Capítulo 10 Quer ser minha namorada?

Benjamin

Saí da aula antes de terminar, gosto de esperar Aurora na porta da sala dela, porque eu amo ver ela sorrir ao me ver, mas também saí mais cedo para deixar umas coisinhas arrumadas.

No último mês, o dia mais esperado por nós é sempre a minha folga, porque passamos a tarde juntos, mesmo que seja para estudar na biblioteca, ou fazer um passeio pelo Campus de Oxford. Já sabia o horário das aulas dela decór, na verdade eu fiz até um cronograma com as aulas dela e as minhas, encaixando nossos horários de estudos, para não afetar nosso rendimento nas aulas.

Para mim estava sendo um desafio, todos os dias eu viajo para Londres a trabalho, e tenho aproveitado as duas horas de viagem para estudar, dentro do trem. Não gosto de fazer assim, porque não me concentro como deveria, mas tenho me acostumado, ganhar tempo para ficar com Aurora, é tudo que preciso. Aurora tem tentando se policiar e não deixar nada acumulado para minhas folgas, que são as melhores tardes. Preparei algo especial para ela, estava ansioso.

Assim que cheguei na sala, os alunos começaram a sair, me virei a procurando entre os alunos, e logo meus olhos encontraram os dela, e meu dia acabou de ficar iluminado pelo sorriso mais lindo. Ela ultrapassou alguns colegas e me surpreendeu pulando nos meus braços.

— O momento mais esperado do meu dia, e lembrar que está de folga, me deixa mais empolgada ainda!— ela me deu um beijo rápido.

— Ouso dizer que é a melhor parte do meu dia. Vamos? Tenho uma surpresa.

— Ain! Uma surpresa sua? Será que meu coração dá conta?— ela sorriu empolgada.

Ofereci o braço e fomos até o carro dela, para ela guardar o seu material.

— Aguenta andar um pouco? É aqui no campus a surpresa.

— Do seu lado eu vou até a China andando!

Caminhamos pelos prédios até chegar ao espaço verde e tranquilo, visitado apenas por quem gosta de paz e tranquilidade, e algumas famílias. Com ajuda de um colega, que estava se tornando um amigo, George, eu consegui manter o nosso cantinho debaixo de uma árvore, intacto. Com jeitinho cobri os olhos dela com minhas mãos e a encaminhei até o que havia preparado. George piscou e se retirou, ele foi apenas meu vigia enquanto eu fui buscá-la.

— Pronta?

— Hum... O cheiro está maravilhoso! Estou pronta!

Retirei as mãos e deixei que ela observasse o meu presente. Havia estendido um lençol branco no chão, comprei um saco de pétalas de rosas, e escrevi com pétalas vermelhas "Quer ser minha namorada?" As demais esparramei ao redor, juntamente com algumas velas aromáticas. Estávamos em pleno meio-dia, não quis as velas pela luz, e sim pela fragrância gostosa que nos daria.

Aurora pulou e ficou dando gritinhos, como uma criança que acabou de receber o brinquedo preferido.

— Meu Deus! Que lindo! Vamos tirar uma foto?— ela pegou o celular e aproximou de mim, buscando um ângulo que aparecesse tudo que queria na selfie.

Abracei ela por trás, beijei o rosto dela, aproveitando para sentir o cheiro dela.

— Aurie... Esqueceu do principal!— sussurrei no ouvido dela, a fazendo arrepiar.

— O quê?— ela guardou o celular e se virou nos meus braços buscando meus olhos.

— Acho que me deve uma resposta, meu sol.— falei com um sorriso.

— A pergunta que me fez com pétalas de rosa?— ela indagou pensativa.

— O que acha de oficializar nossa relação? Quer namorar comigo?— perguntei novamente.

— É claro que sim, Beny! Finalmente posso falar que estou namorando?

— Sim, somos namorados. Vou contar para os meus pais, eles vão ficar eufóricos.— falei empolgado.

Ela apenas sorriu, quando o assunto era nossos pais, ela parecia se esquivar, como se evitasse falar no assunto. Respeito a posição dela, mas se realmente ela leva a sério o que temos, uma hora temos que nos abrir completamente. Nesse quesito, sentia que estava sendo o único empenhado, talvez estivesse forçando a barra, ou ela ainda não confiava em mim o bastante para conversar sobre isso. Mas tudo bem, somos recentes e não temos necessidade de envolver os pais, ainda.

A encaminhei pela mão, para que ela se sentasse, sentei ao lado e ofereci uns lanchinhos frios que havia feito pela manhã. Com as pernas entrelaçadas, comemos, bebemos e conversamos sobre nós dois. Nossa expectativa era alta, estudar, trabalhar num hotel e no futuro, quem sabe abrir uma pousada bem luxuosa com um toque caseiro?

A gente dava risada dos nossos sonhos, tudo envolvia nós dois, sempre juntos, apaixonados. Entreguei uma caixa de chocolates, dessa vez eu caprichei, achei que valia o momento e comprei os melhores bombons suíços. Ela abriu a bolsa e inesperadamente retirou um embrulho. Se tratava de um marcador de livros, mas era diferente e especial, porque continha uma foto de nós dois, com os dizeres: "Para nunca esquecer de nós". Era uma foto da primeira vez que saímos, no parque das esculturas de Nárnia. Fiquei profundamente tocado com a atenção, ela sorriu e balançou outro marcador igual, que ela guardou para si.

— Eu nunca vou esquecer de nós! É o meu sol, Aurie! — declarei acariciando o queixo dela com o polegar.

— E você é o meu príncipe encantado!— ela sorriu.

Alcancei os lábios dela e selei nossos sentimentos com um beijo carregado de paixão e carinho. Nos afastamos e ela abriu a caixa de chocolates, e começou a comer, fechando os olhos e suspirando de prazer. Fiquei observando a cena, sentindo um misto de sentimentos, estava apaixonado demais, e a cada dia me atraía por ela, um desejo ardente de estar com ela me possuía, sentimentos misturados com uma atração sexual me consumia, e ficar junto dela me arrebatava, está difícil me controlar. Ela sorriu fitando os meus olhos, com certeza ela podia ver como eu a desejava. Ela pegou um bombom e colocou na minha boca, que só agora me dei conta que estava aberta. Fechei os olhos para apreciar o sabor doce, amargo, perfeito como os euros que me custou.

— Delicioso!— a beijei abruptamente.— Só não é melhor que sua boca, meu sol!

Ela sorriu e se aproximou, passando a língua nos meus lábios. Todo meu corpo reagiu por dentro, se esquentando rapidamente.

— Estava sujo de chocolate...— ela sorriu maliciosa.

Nem ouvi as palavras, tudo que via diante de mim, era uma garota ousada, me provocando e me tirando do sério. A puxei pelos ombros e tomei a boca dela num beijo ardente e feroz. Ela acompanhou meu ritmo e foi se ajeitando entre as minhas pernas, todo meu corpo se arrepiou, estava completamente atraído, querendo mais e mais...

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