Capítulo 7

A madrugada estava sendo longa na mansão do Aron, especialmente hoje não estava conseguindo dormir, tudo na sua cabeça está voltado para o quarto do bebê, seus pensamentos lhe sabotavam lembrando do passado, desde o dia que ficou sabendo da gravidez da Aurora até sua morte naquele maldito hospital, ele não se conformava jamais.

Quando estava sendo dominado pelo sono e suas pestanas quase se fechando, Aron toma um susto com choro de Liam que vinha do quarto ao lado, o pequeno estava fazendo um verdadeiro escândalo.

Aron tenta relaxar e deixar por conta das empregadas, contudo não consegue por causa dos berros insistentes que chegavam a ser angustiantes.

Aron - Onde eu fui me meter!

Resmungou e levantou-se da cama, vestiu um roupão cobrindo o corpo, afinal, não queria assustar as meninas já que estava vestido somente de short curto.

Ao chegar no quarto, Liam estava com rosto todo vermelho de tanto chorar, uma das meninas estava terminando de trocar a fralda dele.

Aron - O que está acontecendo aqui?

Val - Ai senhor, que susto! é...

Com o susto ela derrubou todas as fraldas descartáveis no chão.

Aron - Me dê ele aqui sua desastrada!

Ele estica o braço e pega Liam.

Aron - Calma campeão, está tudo bem!

Ele dá umas batidinhas de leve nas costas do bebê.

Aron - Saiam!

Val - Agora mesmo, senhor!

As duas se apressam e saem do quarto.

Aron - Porque este choro, heim? Por acaso aquelas duas desastradas estavam te maltratando? Creio que não!

O bebê funga e apoia o rosto no ombro dele. Aron se sente estranho com essa forma de carinho do pequeno, parecia que Liam ficava confortável com a sua presença.

Aron se aproxima da poltrona onde estava a bolsa da criança e vira, jogando tudo que tem dentro em cima do estofado. Franze a testa com um sentimento de pena ou notar que o bebê não tinha quase nada, sente seu peito apertar e um nó na garganta.

Liam acabou adormecendo nos braços de Aron, tanto que logo foi percebido, ao sentir sua respiração quente no seu pescoço.

Aron - Dormiu?

Ele bufa e se aproxima da cômoda que continha algumas coisas do seu filho nunca usadas, porém todas estavam limpas e cheirosas. Aron fazia questão de manter tudo em ordem e sem cheiro de mofo.

Abriu a primeira gaveta e pegou uma mantinha azul, enrolou o Liam e o levou para o berço. Mas para o sua surpresa, o bebê não queria ficar ali e logo começou a chorar.

Aron - Está sentindo falta do orfanato?

Sem outra alternativa no momento, Aron saiu do quarto com o pequeno em seus braços, entrou na sua suíte e se dirigiu a varanda que dava visão para o seu incrível jardim iluminado.

Aron - Pois bem, vou ficar com você até dormir! E não vá se acostumando, não gosto de criança cheia de querer.

Ele puxou a cadeira de balanço e sentou de frente para a sacada.

...

Ao amanhecer, Olívia foi como sempre para o orfanato. Entretanto, dessa vez teve uma terrível decepção ao ser comunicada que o juiz encontrou um lar provisório para o pequeno Liam.

Olívia não se confirmou e entrou em desespero, foi com tudo para cima da Ruth por se sentir enganada.

- Você mentiu para mim! (chorando)

Ruth - Tirem essa garota de cima de mim!

Olívia - Eu vou te arrebentar!

O porteiro teve que intervir e segurar Olívia que estava descontrolada quebrando tudo, chamaram até a polícia.

Ruth - Sua garota inútil, realmente achou que o juiz iria dar a guarda para você?

Olívia - Ele é meu sobrinho, vocês não tinham esse direito!

Polícia - Senhorita por favor, nos acompanhe!

Ela dá um sopapo.

Olívia - Não precisa tocar em mim, eu vou sozinha!

Ruth - Eu não quero mais você no meu orfanato!

Olívia já estava saindo, mas ao ouvir isso, para e a olha nos olhos.

- Seu orfanato?

Fica um silêncio no ar, todos ficam calados.

Olívia - Será que se eu fosse rica e tivesse como encher seus bolsos de dinheiro o tratamento seria diferente? Será que você estaria me tratando como uma ninguém nesse momento ou me chamaria para uma conversa particular no escritório e me serviria um chá com biscoitos?

O silêncio continua, essas palavras ficaram como um momento de reflexão para todos os presentes. Depois disso, Olívia foi embora e Ruth decidiu não prestar queixa depois de ter tido vários prejuízos com o quebra-quebra causado por uma pessoa desesperada, até aí a atitude foi compreensiva mas não tolerada.

Sem cabeça para procurar emprego, Olívia foi direto para casa, pois só queria dormir e passar seu tempo. Ela tinha a ligeira impressão de que quando estava hibernando seus problemas desapareciam instantaneamente.

E foi assim o dia inteiro, se encontrava arrasada e sem esperança. Provavelmente daqui um mês estaria no olho da rua sem ter condições de pagar um miserável de um aluguel, além de ninguém lhe dar uma oportunidade de estágio no ramo de auxiliar de odontologia, já que não era formada ainda na área.

Parecia que dessa vez tocou os pés no fundo do poço e afundou na lama densa sem ter condições de sair dela tão cedo.

Olívia - Perdão, Ember... eu não consegui!

Ela piscou e lágrimas escorregaram para sua bochecha, que de imediato limpa com o antebraço. Olha para cima e fita a infiltração ainda pior, com um aspecto que chegava a ser assustador, além do lodo verdade tomando conta da lateral.

Olívia - Ahhh...

Ela grita e chuta o balde já cheio de água suja, com isso sujou o carpete do quarto inteiro. Estressada com tudo que estava acontecendo com a sua vida, Olívia tira uma foto da infiltração e sai do seu apartamento descalça mesmo, pega o elevador e desce para a recepção.

Bate o celular com força em cima do balcão de madeira chamando atenção de duas moradoras que estavam conversando na porta do edifício.

Olívia - Eu não aguento mais, ou você liga para o dono do prédio relatando o meu problema ou não pagarei mais o aluguel até que o problema seja resolvido.

Zelador - Eu vou ligar para ele agora mesmo!

Olívia - Liga, pois eu quero ver!

Mulher - Algum problema, moça?

Uma das mulheres se aproxima e toca o ombro de Olívia que recua ao mesmo tempo saindo do transe.

Mulher - Tudo bem, moça?

Olívia - Na realidade, não!

Ela inclina a cabeça para trás e olha para cima tentando segurar as lágrimas.

Olívia - Minha vida está igual à infiltração do meu quarto, um problema sem fim.

***Esta obra está sob contrato com a NovelToon, e a pirataria, como a reimpressão sem permissão, é estritamente proibida.***

***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***