Olívia - O quê disse diretora, Ruth?
Ruth - Infelizmente eu fiz o possível e o impossível, o juiz não aceitou seu pedido de adoção, e você não poderá mais ver o Liam.
As mãos de Olívia começam a tremer, de repente o chão se abre em baixo dela.
Olívia - Mas eu estou trabalhando agora, consegui pagar um apartamento e...
A diretora a interrompe.
Ruth - Não é o suficiente para eles, Olívia!
A garota se irrita e começa a chorar indignada.
Olívia - Vocês não tem esse direito, ele é meu sobrinho, meu sobrinho!
Ruth - Não sou eu, entenda!
Olívia - Você prometeu que me ajudaria!
Ruth - Eles não acharam o lar adequado para uma criança, além do seu salário ser pouco, não...
Olívia - Isso é um absurdo! Eu vou recorrer na justiça!
Ruth - O Liam foi colocado para adoção!
Ouvir isso foi como uma bomba aos ouvidos de Olívia, ela foi do céu ao inferno em poucos minutos.
Olívia - Como é que é?
Ela arregalou os olhos com o rosto trêmulo de raiva.
Ruth - Eu...
Olívia - O quê?
Ruth - Porque você não pensa um pouco no seu sobrinho!
Olívia - Eu penso nele todos os dias, vinte quatro horas por dia, então não venha com essa história novamente de que eu tenho que abrir mão dele.
Ruth - Cabeça dura, não está enxergando, você é jovem! Vá estudar, viver a sua vida! Esse fardo não é seu.
Olívia - Fardo? Você enlouqueceu? Eu nunca vou abandonar o meu sobrinho, minha irmã nunca fez isso comigo, cuidou de mim quando a nossa mãe faleceu e porque eu faria isso com o Liam?
Ruth - Porque você o ama o suficiente para o deixar ir!
De repente o silêncio, os olhos de Olívia nem piscavam carregados de lágrimas prestes a cair.
Ruth - Amar é saber abrir mão, uma família pode dar tudo do bom e do melhor para ele, não tire essa oportunidade do Liam.
Mesmo com a voz falhando devido ao nó na garganta que a dominava, Olívia engoliu a seca as palavras da diretora do orfanato e balançou a cabeça negativamente.
Olívia - Não, o lugar do meu sobrinho é comigo, eu sou a família dele!
Ela abaixa a cabeça fitando um ponto qualquer no chão.
Olívia - Deixa eu vê-lo um pouquinho, por favor!
Ruth - Olívia, eu não posso!
Olívia - Por favor, é rapidinho!
A mulher então decide quebrar as regras e leva Olívia até o berçário, estava na hora da alimentação e algumas funcionárias estavam empenhadas nessa ação.
Olívia - Oi, meu amor!
Ela se aproxima do sobrinho e o abraça forte.
Olívia - Que saudades que eu estava desse sorriso.
O bebê sorriu e balançou as perninhas de alegria.
Olívia - Posso dar a mamadeira dele?
Ruth olha para uma das meninas e faz positivo com a cabeça dando a entender que poderiam entregar a mamadeira para Olívia alimentar o sobrinho. Assim ela fez com lágrimas de tristeza em sua face, pois saberia que agora ficaria mais difícil de vê-lo, durante todos esses meses ela vinha todos os dias antes e depois do trabalho e ficava com ele, e saber que foi proibida a deixou sem chão.
Mulher - Hora do banho de sol das crianças!
Olívia quase deu um pulo da cadeira ao lembrar que estava atrasada para o trabalho.
- Meu Deus! Eu estou atrasada!
Ela levanta-se rapidamente e beija o topo da cabeça do sobrinho.
Olívia - Tenho que ir meu amor, poxa!
Ela o enche de beijos no rosto e olha para a diretora com um olhar suplicante.
Olívia - Por favor me ajude, você me prometeu!
Ruth - Estou fazendo todo o possível!
Olívia - Poderei vê-lo novamente?
Ruth - Por enquanto não!
Tristonha, Olívia olha novamente para o sobrinho e o abraça apertado sussurrando no ouvido do bebê.
Olívia - Eu vou te tirar daqui, meu amor! É uma promessa!
Ruth - Me dê ele!
A mulher estica o braço e pega o bebê, Olívia limpa as lágrimas e pega sua mochila que tinha jogado no chão logo quando entrou, põe nas costas e apressa os passos saindo do local.
Olívia acabou se atrasando mais do que deveria, quando chegou na floricultura teve o azar de cruzar com o marido de sua patroa que também era proprietário do negócio.
Irritado o homem a encarou com uma expressão brava ao verificar a hora no relógio em seu pulso, franze a testa e volta a segui-la com os olhos. Olívia põe o avental da floricultura e amarra atrás, mas podia sentir suas costas queimarem com o olhar do patrão direcionado a ela.
Homem - Está despedida!
Com o susto ela vira-se rapidamente o olhando.
Olívia - Perdão senhor pelo o atraso, prometo que nunca mais isso irá acontecer, dou a minha palavra!
Homem - Suas palavras não servem de nada! Você achou mesmo que ser protegida da minha esposa me impediria de te despedir, sua atrevida?
Olívia - Não, de maneira alguma!
O homem sorriu maliciosamente, colocou a tesoura no balcão e se aproximou de Olívia tão perto ao ponto que a deixou encurralada e sufocada com tal aproximação.
Olívia - O quê está fazendo, senhor?
Ela recua todo o corpo para trás e acaba batendo as costas numa estante repleta de vasos com rosas.
Homem - Como você é linda, garota! Acho que poderei esquecer tudo isso se você for boazinha comigo.
Olívia - Não se aproxime!
Homem - Porque não? Conheço garotas da sua laia, não se preocupe pois esse será o nosso segredinho!
Ela fecha os olhos em repulsa ao sentir as mãos dele tocar seu braço. Enojada, Olívia lhe dá uma bofetada e um empurrão.
Homem - O quê você fez sua atrevida?
Irritado revida o tapa na cara com força, que o rosto de Olívia inclina toda para o lado devido a brutalidade do tapa. Ela camufla todo o ardor e a dor do momento e corre para longe dele, pega sua mochila e sai da floricultura totalmente atordoada.
Homem - TÁ DESPEDIDA!
Gritou da calçada enquanto Olívia atravessava a rua quase sendo atropelada pelos os carros no meio da pista.
Motorista - Tá maluca garota?
Mais algumas buzinas e Olívia já estava longe, dobrando a avenida, tira o avental e joga no meio da rua. Chorava descompensada com o ocorrido de minutos atrás, só queria correr e correr sem olhar para trás.
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Atualizado até capítulo 100
Comments
Marineia Araujo
eu voltava lá e contava tudo pra esposa dele
2025-03-10
0
Edna César
eu sequestraria o meu sobrinho
2025-01-05
0
Edna César
isso não deveria fazer parte da lei um parente de sangue ter que passar por tudo isso
2025-01-05
1