Lucca
Eu estava muito feliz, Benício conseguiu sair do oxigênio e com isso ele foi para a enfermaria, não precisaria mais ficar conectado ao monitor para medir os seus sinais vitais, a pneumonia dele havia sarado, as infecções intestinais também haviam sido melhoradas, os seus exames apresentaram melhora, agora só faltava ele se adaptar a comida.
Ele passou muito tempo comendo ração e coisas inapropriadas, que o seu estômago não estava aceitando comida de verdade.
— Vamos lá amiguinho é gostoso... — Tento dar novamente um pouco de comida a ele, é uma refeição balanceada, arroz, feijão, legumes refogados e frango desfiado.
— Num qué...— Ele nega com a cabeça. — Dói aqui…— Ele aponta para a barriga.
— Você comeu ontem, precisa tentar hoje de novo. — Peço. — O tio vai fazer o carrinho. Vrum, Vrum o carrinho tá vindo em direção a garagem, cadê a garagem Benício? — Pergunto e ele ri e abre a boquinha.— Agora mastiga devagar. — Peço e mostro a ele como faz.
Ele come cinco colheradas de comida só e enquanto isso vou rezando para ele não ter dor e nem colocar para fora.
— Agora amigão, fica brincando com os seus brinquedos que o tio vai trabalhar, tá? — Ele sacode a cabeça.
Pego o meu celular e começo a ligar para as pessoas, hoje seria a balada, então estava verificando cada coisa para nada sair errado. Já liguei para os fornecedores de bebida, os caras que equiparam as luzes, o cara do som, enquanto eu falava no celular, eu olhava o Benício brincando, não queria que algo o acontecesse enquanto eu estava distraído. Estava tudo encaminhado para o evento, paro de mexer no notebook quando eu vejo Benício se jogar na cama para trás com a mão na barriga, parece que a minha reza, não foi atendida.
É horrível ver ele se contorcendo de dor, mas é um mal necessário, ele precisa passar por isso, para ter uma vida normal, bato no botão chamando a enfermeira e pego o cesto de lixo.
— Aqui amigão...— Coloco o cesto e ele coloca tudo para fora, a enfermeira chega. — Lara ele está com dor de novo...— Aviso, cansado já disso e cada dia mais eu fico com raiva de seja lá quem fez isso com ele, só quero vê-lo bem, é pedir muito?
Depois que a enfermeira medicou ele, sentei ao seu lado, querendo tirar todo o seu sofrimento e passar para mim.
— Culpa tio... Dói...— O garotinho se desculpa, como se ele fosse o culpado, o que parte o meu coração.
— Tudo bem, amanhã a gente tenta de novo, não é sua culpa, está bem? — Digo, ele se entretém com o homem aranha novamente e eu volto para o notebook para responder os e-mails.
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Com muita dor no coração, eu fui para a casa me arrumar para ir até à balada, para minha surpresa minha mãe se ofereceu para ficar com o Benício e a agradeci muito, não gostava de deixá-lo sozinho por muito tempo.
Assim que pisei em casa pude ver a cara nada agradável do seu Hiago, ele não está engolindo essa história de eu não ter feito nenhuma faculdade.
— Meu filho...— Ouço o meu pai me chamar.
— Hoje não pai... Por favor…
— Eu não vou discutir com você, ok? — O meu pai começa. — Já que você gosta tanto de dar festas, baladas, porque não faz uma faculdade de administração? Assim você pode administrar o seu próprio negócio, quem sabe não se torna dono de uma casa noturna? É o que eu mais vejo você fazer, desde moleque você planeja essas festas. Investe nisso.
— Vou pensar nisso ok? — Digo e lhe dou um abraço. — Agora, eu vou me arrumar eu preciso estar na nightclub antes que o pessoal chegue.
— Está bem, vai lá.
Subo para o meu quarto, tomo um banho e olho no meu closet para ver que roupa colocarei, opto por uma calça jeans rasgada, blusa social manga ¾ na cor azul-marinho e o meu tênis branco.
Geralmente não uso secador, porém não estou afim de ficar ajeitando o meu cabelo, por isso uso secador com a pomada fixadora, assim deixo um topete, não um topete lambido, mas um topete meio bagunçado, acho que combina com o meu estilo.
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Quando chego no estabelecimento, as pessoas já arrumam tudo.
— Fala aí meu patrão! — Diogo me cumprimenta.
— Ai, tudo certo? — Pergunto vendo ele mexer nos seus mixes.
— Tudo certo, mais uma festa para ficar na história.
— Essa é a ideia… — Pisco.
— Ja vai ficar? — Pergunta, pois ainda são seis horas da noite e geralmente o portão abre as oito horas da noite.
— Já sim! — Aviso.
— Beleza então. — Ele diz e volta a mexer no seu aparelho.
Dou uma passada no bar, e os bartenders já estão se preparando.
— Fala ai rapaziada, Murilo recomendou bem vocês, espero não me decepcionar — Falo.
— Pode ficar tranquilo, eu e a minha mana — Aponta para a ruiva de cabelo cacheado. — Somos muito bom no que fazemos.
— Certo! Qual o nome de vocês mesmo?
— O meu é Igor e o da minha mana aqui é Analu.
— Ótimo então, bom trabalho para vocês. — Digo.
O meu celular começa a tocar e eu atendo, é a minha mãe.
— Oi mãe!
— Oi filho, está ocupado?
— Estou aqui no evento, porquê?
— É o Benício, ele tá chorando muito, ele quer você.
— Eu já estou indo.
Volto para o hospital, indo até o quarto do meu menino, o encontrando na cama chorando e a minha mãe tentava acalma-lo.
— E aí amiguinho, o tio chegou. — Falo, ele levanta a cabeça, erguendo os braços para mim. Eu o pego no colo.
— Está tudo bem. — Eu passo a minha mão em seu cabelo e aos poucos ele vai se acalmando e parando de chorar.
Sentei com ele na poltrona e brinquei com ele um pouco, expliquei para ele que eu iria sair rapidinho e que eu voltaria para dormir com ele.
Fiquei até umas 21:30, quando eu consegui de fazer ele dormir, coloquei ele na cama e a minha mãe observava tudo.
— Ele gosta muito de você, está muito apegado a ti, cuidado para não o machuca-lo. — a minha mãe aconselha.
— Prefiro me machucar antes de machuca-lo. — Respondo. — Eu vou lá, mas eu volto para dormir com ele, no máximo meia-noite, estou aqui.
— Vai lá, meu filho. Cuidado na rua.
— Pode deixar. — Beijo a sua bochecha e volto para o nightclub.
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Ao chegar, a balada já estava lotada, subi para o segundo andar na área privativa e estava tocando samba e quando eu parei na pista de dança eu a vi, linda, num vestido preto curto, brilhante e um salto alto também preto. Perfeita.
Observei Paola terminar de sambar e acompanhar a minha prima até o bar, depois as meninas começaram a conversar e eu só pensava em senti-la nas minhas mãos.
Quando ela se encaminhou para o banheiro, a agarrei por trás e levei até um lugar reservado e escuro, dei vários beijos nela, para ela abaixar a guarda e quando consegui, a fiz gozar nos meus dedos. Por mim ela continuaria comigo, porém ela quis voltar para o grupo e eu fui logo atrás.
Tentávamos disfarçar a nuvem de tesão que nos cercava, porquê eu não parava de comer ela com o meu olhar.
Quando deu onze e meia, me levantei, e despedi dos meus primos.
— Já vai? — Noah perguntou segurando Lara pela cintura.
— Já, prometi ao Benício que dormiria com ele, então vou nessa.— Digo e procuro Paola com o meu olhar, mas não, a encontro, então deixo para falar com ela outro dia.
Cheguei no hospital e Benício ainda dormia e não acordou nenhuma vez, agradeci a minha mãe e sentei em seu lugar, a poltrona. Que nos últimos dias é a minha cama de dormir.
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Atualizado até capítulo 76
Comments
Maria Izabel
ansiosa para que Paola descubra o que ele fez pelo filho dela
2023-12-04
4
Maria Izabel
muito Nobre e emocionante 💖 a atitude do Lucca com Benício ele está fazendo o que um pai de verdade faria parabéns 👏👏👏😍😍❤️❤️❤️❤️❤️❤️
2023-12-04
1
Claudia
Lucca assumiu a responsabilidade de pai tão linda👏👏👏👏♾🧿
2023-08-16
3