Capítulo 13

Lucca

O garotinho havia começado a apresentar melhoras e estava sendo transferido para o Hospital a qual o meu avô é dono.

Eu quis ir junto com o pequeno, não voltei para a casa enquanto o meu menino não foi transferido, o que resultou eu ficar 15 dias na casa dos meus avós e toda as noites eu ia no hospital vê-lo.

Assim que a ambulância para no hospital, o médico que esteve acompanhando ele, explicou todo o histórico de saúde dele para o meu tio e padrinho Rodrigo.

— Laura, por favor coloque o Benício no leito 5 por favor. — Meu tio pede a enfermeira, eu até penso que é a minha madame, pois ela é muito parecida com a Paola. Só a tonalidade do cabelo é diferente, minha madame tem o cabelo puxado para o castanho enquanto essa mulher tem os cabelos pretos.

— Lucca! — Ouço o meu tio me chamar e eu pisco algumas vezes tentando voltar a realidade.

— Oi! — Respondo olhando em sua direção.

— Lara irá transferir o garotinho para a CTI...

— CTI? Achei que ele tivesse melhorando. — Corto o meu tio antes que ele continue.

— CTI é o local onde as crianças ficam quando não estão tão graves precisando de respirador, porém ainda não estão conscientes para irem para a enfermaria, eles estão no meio termo.

— Entendi, ou seja, ele ainda está em situação de risco e precisa ser monitorado.

— Exato... — O meu tio passa os próximos minutos dando instruções para a enfermeira.

Ela começa a empurrar a maca do Benício, foi o nome que eu dei a ele, não queria que os outros o tratassem como indigente, e eu mesmo batizei o menino, claro que de boca e sem nenhuma papelada, pois não tínhamos paradeiro dos pais ou de algum familiar.

O que me lembra que Samuel ainda não conseguiu nenhuma pista sobre quem havia feito uma monstruosidade dessa.

O menino não precisa mais da intubação, porém ele ainda necessita de oxigênio por isso usa um cateter no nariz, ele ainda está adormecido, eu estou doído para o menino acordar.

O meu tio Rodrigo disse que ele não está mais intubado, e estamos apenas esperando o menino despertar, ele me explicou que pode ser hoje ou pode levar dias, tudo depende do seu organismo.

A enfermeira logo após fazer tudo que o meu tio havia pedido, ela olha para mim e me dá um sorriso.

— Com todo respeito, mas você é muito bonito — Ela diz.

— Você me conhece? — Pergunto confuso.

— Eu sigo sua namorada Ayla Lopes, e eu vi algumas fotos de você com ela.

— Que? Não! A Ayla é minha tia...

— Ai meu Deus! — Ela da um pequeno grito e põe a mão na boca. — Eu sabia que esse negócio de não ler legenda ia me colocar em cilada. Me desculpa!

— Sem problemas. — Digo ainda rindo.

Ela sai do quarto, vermelho como o tomate.

Fico ao lado do garotinho, sento na poltrona que tem ao lado da sua caminha. Olho ao redor e vejo outras crianças desacordadas e os seus pais ao lado com esperança nos olhos.

— Olá! — Uma moça fala, ela está ao lado de uma garotinha.

— Oi! — Respondo sem lhe dar muita atenção.

— Acho que é a primeira vez que eu vejo um pai que fica com o filho aqui. — Ela diz pensativa. — Não menosprezando o pai, muitas das vezes eles trabalham e quem fica é a mãe. — Ela fala pelo cotovelo.

— Entendi...

— O que ele tem? — Ela pergunta curiosa, apontando para o Benício.

— Mais fácil perguntar o que ele não tem…

— Grave assim?

— Ele tá melhorando, ele estava muito pior e a sua?

— Miocardite.

— Isso é..

— Sim, um problema no coração, mas ela já está melhor, inclusive ela já vai para a enfermaria até o fim da semana, bom foi isso o que o doutor Rodrigo falou.

— Não foi isso não...— O meu tio aparece na CTI. — Eu disse que se não houver nenhuma intercorrência até o fim da semana, ela iria para o quarto na segunda-feira.

— Isso... Uma mãe não pode ter esperança não?

— Claro que pode! Só mantenha os pés no chão, por favor! Já cansei de ver os rostos decepcionados dos pais, quando algo não sai como o esperado. — O meu tio explica.

— Eu entendi doutor! Obrigada. — A moça agradece.

— Lucca a sua mãe quer falar com você, ela disse que se você não atender na próxima vez que ela te ligar, ela vai cortar a sua mesada. — O meu tio Rodrigo disse e só pode estar querendo envergonhar-me com a mulher, não é possível! Pois, eu não recebo mesada dos meus pais desde que fiz dezoito anos.

— Obrigado tio! — Respondo o fuzilando com os olhos, se a minha visão pudesse matar, ele teria caído duro no chão.

— Às ordens. — Responde segurando o riso. — Priscila se precisar de alguma coisa, sabe onde me encontrar. — Ele diz para a mulher e sai do quarto.

Vejo que a moça segura o riso, provavelmente acreditando na história do meu tio!

— Eu não ganho mesada, tá! Eu trabalho. — Me Explico.

— Tudo bem, o que acontece na sua vida, não é um problema meu. — Fala, e não acredita em mim.

— É sério, eu não recebo. — Eu tento novamente.

— Eu disse que tudo bem… — Ela realmente não acredita em mim.

Resolvo não esquentar a minha cabeça com isso, fico mais algum tempo com a garota quando resolvo ir embora.

Deixei Benício sobre os cuidados médicos e resolvo passar na casa noturna, nesse sábado irei promover uma balada, open bar a vontade, DJ, pista de dança, jogo de luz, gelo seco a tal fumacinha para quem não sabe.

Tentei ligar para a minha mãe, para saber o que ela queria, mas não consegui falar com ela, deve estar com algum cliente.

Então vou até a casa, depois ligo novamente.

----------------

Mais populares

Comments

Maria Izabel

Maria Izabel

pensei que essa enfermeira ia lembrar do sobrinho 🤔

2023-12-04

4

Cida Pereira

Cida Pereira

pensei que a tia ia conhecer o sobrinho

2023-10-25

0

Ver todos
Capítulos
Capítulos

Atualizado até capítulo 76

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!