Lucca
O garotinho havia começado a apresentar melhoras e estava sendo transferido para o Hospital a qual o meu avô é dono.
Eu quis ir junto com o pequeno, não voltei para a casa enquanto o meu menino não foi transferido, o que resultou eu ficar 15 dias na casa dos meus avós e toda as noites eu ia no hospital vê-lo.
Assim que a ambulância para no hospital, o médico que esteve acompanhando ele, explicou todo o histórico de saúde dele para o meu tio e padrinho Rodrigo.
— Laura, por favor coloque o Benício no leito 5 por favor. — Meu tio pede a enfermeira, eu até penso que é a minha madame, pois ela é muito parecida com a Paola. Só a tonalidade do cabelo é diferente, minha madame tem o cabelo puxado para o castanho enquanto essa mulher tem os cabelos pretos.
— Lucca! — Ouço o meu tio me chamar e eu pisco algumas vezes tentando voltar a realidade.
— Oi! — Respondo olhando em sua direção.
— Lara irá transferir o garotinho para a CTI...
— CTI? Achei que ele tivesse melhorando. — Corto o meu tio antes que ele continue.
— CTI é o local onde as crianças ficam quando não estão tão graves precisando de respirador, porém ainda não estão conscientes para irem para a enfermaria, eles estão no meio termo.
— Entendi, ou seja, ele ainda está em situação de risco e precisa ser monitorado.
— Exato... — O meu tio passa os próximos minutos dando instruções para a enfermeira.
Ela começa a empurrar a maca do Benício, foi o nome que eu dei a ele, não queria que os outros o tratassem como indigente, e eu mesmo batizei o menino, claro que de boca e sem nenhuma papelada, pois não tínhamos paradeiro dos pais ou de algum familiar.
O que me lembra que Samuel ainda não conseguiu nenhuma pista sobre quem havia feito uma monstruosidade dessa.
O menino não precisa mais da intubação, porém ele ainda necessita de oxigênio por isso usa um cateter no nariz, ele ainda está adormecido, eu estou doído para o menino acordar.
O meu tio Rodrigo disse que ele não está mais intubado, e estamos apenas esperando o menino despertar, ele me explicou que pode ser hoje ou pode levar dias, tudo depende do seu organismo.
A enfermeira logo após fazer tudo que o meu tio havia pedido, ela olha para mim e me dá um sorriso.
— Com todo respeito, mas você é muito bonito — Ela diz.
— Você me conhece? — Pergunto confuso.
— Eu sigo sua namorada Ayla Lopes, e eu vi algumas fotos de você com ela.
— Que? Não! A Ayla é minha tia...
— Ai meu Deus! — Ela da um pequeno grito e põe a mão na boca. — Eu sabia que esse negócio de não ler legenda ia me colocar em cilada. Me desculpa!
— Sem problemas. — Digo ainda rindo.
Ela sai do quarto, vermelho como o tomate.
Fico ao lado do garotinho, sento na poltrona que tem ao lado da sua caminha. Olho ao redor e vejo outras crianças desacordadas e os seus pais ao lado com esperança nos olhos.
— Olá! — Uma moça fala, ela está ao lado de uma garotinha.
— Oi! — Respondo sem lhe dar muita atenção.
— Acho que é a primeira vez que eu vejo um pai que fica com o filho aqui. — Ela diz pensativa. — Não menosprezando o pai, muitas das vezes eles trabalham e quem fica é a mãe. — Ela fala pelo cotovelo.
— Entendi...
— O que ele tem? — Ela pergunta curiosa, apontando para o Benício.
— Mais fácil perguntar o que ele não tem…
— Grave assim?
— Ele tá melhorando, ele estava muito pior e a sua?
— Miocardite.
— Isso é..
— Sim, um problema no coração, mas ela já está melhor, inclusive ela já vai para a enfermaria até o fim da semana, bom foi isso o que o doutor Rodrigo falou.
— Não foi isso não...— O meu tio aparece na CTI. — Eu disse que se não houver nenhuma intercorrência até o fim da semana, ela iria para o quarto na segunda-feira.
— Isso... Uma mãe não pode ter esperança não?
— Claro que pode! Só mantenha os pés no chão, por favor! Já cansei de ver os rostos decepcionados dos pais, quando algo não sai como o esperado. — O meu tio explica.
— Eu entendi doutor! Obrigada. — A moça agradece.
— Lucca a sua mãe quer falar com você, ela disse que se você não atender na próxima vez que ela te ligar, ela vai cortar a sua mesada. — O meu tio Rodrigo disse e só pode estar querendo envergonhar-me com a mulher, não é possível! Pois, eu não recebo mesada dos meus pais desde que fiz dezoito anos.
— Obrigado tio! — Respondo o fuzilando com os olhos, se a minha visão pudesse matar, ele teria caído duro no chão.
— Às ordens. — Responde segurando o riso. — Priscila se precisar de alguma coisa, sabe onde me encontrar. — Ele diz para a mulher e sai do quarto.
Vejo que a moça segura o riso, provavelmente acreditando na história do meu tio!
— Eu não ganho mesada, tá! Eu trabalho. — Me Explico.
— Tudo bem, o que acontece na sua vida, não é um problema meu. — Fala, e não acredita em mim.
— É sério, eu não recebo. — Eu tento novamente.
— Eu disse que tudo bem… — Ela realmente não acredita em mim.
Resolvo não esquentar a minha cabeça com isso, fico mais algum tempo com a garota quando resolvo ir embora.
Deixei Benício sobre os cuidados médicos e resolvo passar na casa noturna, nesse sábado irei promover uma balada, open bar a vontade, DJ, pista de dança, jogo de luz, gelo seco a tal fumacinha para quem não sabe.
Tentei ligar para a minha mãe, para saber o que ela queria, mas não consegui falar com ela, deve estar com algum cliente.
Então vou até a casa, depois ligo novamente.
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Atualizado até capítulo 76
Comments
Maria Izabel
pensei que essa enfermeira ia lembrar do sobrinho 🤔
2023-12-04
4
Cida Pereira
pensei que a tia ia conhecer o sobrinho
2023-10-25
0