Capítulo 17

Lucca.

Não entendi nada, parecia que ela estava se entregando ao nosso beijo, eu sei que ela sente algo por mim, mas porque fugir?

Que boca! Passo a mão nos lábios, se eu fechar os olhos consigo ainda sentir o gosto dos seus lábios.

Entro no meu carro e passo em casa, aviso a minha mãe que já entreguei os contratos para a minha tia então eu tomo um banho rápido para voltar para o hospital.

Benício precisa acordar, para eu poder ver os seus lindos olhos azuis novamente e ele me contar tudo que houve com ele.

Quando estou descendo a escada vejo o meu pai.

— Já vai visitar o garoto novamente? — Pergunta.

— Vou, pai. — Respondo e pego a chave pendurada.

— Uma faculdade, uma carreira que é bom, você não tem tempo né?— Pergunta, estava demorando.

Respiro fundo e digo:

— Pai, hoje eu não quero discutir, eu já disse que estou pensando em algo! Quando eu encontrar, pode ficar tranquilo que será o primeiro a saber. Está bem?

— Filho não vai comer? — A minha mãe pergunta parando um pouco atrás do meu pai.

— Não mãe, não estou com fome. — Respondo.

— Mas eu tô com fome e não é de comida...— O meu pai começa a falar.

— Ok, essa é a minha deixa para ir embora. — Falo e beijo os dois saindo de casa. É horrível pensar que os meus pais transam, até a arrepia a alma.

Entro no carro e saio do condomínio

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No caminho para o hospital, passo numa. Loja de roupas infantis e compro umas pecinhas de roupas para o Benício, o menino já tem algumas roupas, pois sempre que passo em frente a loja eu compro.

Chego no hospital me apresento como acompanhante, ganho um crachá e vou até a CTI. Higienizo as mãos e coloco a roupa, para não trazer nenhuma bactéria da roupa para dentro.

Ele ainda continua do mesmo jeito.

— Oi amiguinho, o tio voltou. — Falo para ele, olho para o lugar onde a menina estava e eu me preocupo, cadê a criança?

Quando o meu tio Rodrigo vem até aqui eu pergunto sobre a criança, então fiquei sabendo que a menina foi transferido de leito, mas estava bem, menos mal.

— O tio te trouxe presentes. — Digo para o Benício. — O tio quer tanto que você acorde, vamos garotinho abre os seus lindos olhinhos. — Peço para o menino e ainda tenho esperança que ele abrirá os seus olhos., mas não ele continua a dormir.

— Quer saber o que o tio fez? Depois que saiu daqui resolveu um monte de problema de gente grande, tenho saudades de quando eu era assim, pequeno como você. O tio conheceu uma garota legal, mas a garota não gosta do tio. O tio é legal né? — Pergunto como se ele fosse me responder.

Saio para tomar um café, quando passo em frente ao quarto, noto a minha madame sentada ao lado de uma cama e uma garotinha. Penso se seria uma boa ideia, eu ir até lá, já que ela fugiu de mim, como diabo foge de cruz.

Estou quase indo embora quando a garotinha olha para mim.

— Oi...— Ouço ela dizer.

— Oi..— Digo e entro no quarto.

— Olha mãe como ele é grandão. — Ela me mostra para a sua mãe que direciona o olhar para mim por poucos segundos.

— É filha, grandão. — Paola confirma.

— E o que aconteceu com esse anjinho?

— Eu cai do balanço, ai quebrei o meu bracinho e machuquei a minha testinha, mas o tio Enrico arrumou ela para mim. — Ela aponta para a testa.

— Ah o tio Enrico é um bom médico, então você sarará rapidinho. — Falo e ela balança a cabecinha.

— Qual o seu nome?

— Eu me chamo Lucca e o seu?

— Zoe.

— É um nome muito bonito — Digo e ela sorri.

— Obrigada, foi a mamãe que escolheu. — Diz esticando os braços para mim. — Tio me pega no colo, deve ser legal, ser grandão, pode mamãe? — Ela pergunta para a Paola que apenas da de ombros.

Então eu pego a menina no colo, tomando cuidado com o seu braço.

— Olha mãe tô altona— Zoe diz e a minha madame da um sorriso, um sorriso tão lindo e gostoso.

— Oi...— O meu tio Enrico aparece. — Tudo bem, mãe? Zoe ficou bem? Sem vômitos, tonturas, desmaio?

— Nada, não sentiu nada, ficou super bem.

— Então boas notícias pode ir para a casa. — Meu tio diz. — Aqui tem todas as instruções com cuidados com o gesso, cuidados com os pontos, retirar o gesso daqui um mês e os pontos daqui uma semana, receita pra caso tiver dor. — O meu tio diz e entrega os papéis para a Paola.

Ele ainda passa algumas instruções para a Paola e depois sai.

— Vamos embora estrelinha? — Paola pergunta e pega sua bolsa.

— Sim mamãe. — Coloco a pequena no chão.— Tchau tio. — A menina diz segurando a mão da mãe.

— Eu acompanho vocês, estou indo para a cantina. — Falo e começo a caminhar ao lado delas.

Paola não olha na minha direção, nem por um minuto e eu já estou ficando encabulado com isso, ando com elas até o estacionamento.

Paola coloca a menina na cadeirinha, depois vira em minha direção e ela vem para apertar a minha mão, porém eu dou um beijo na sua bochecha, deixando ela sem graça.

— Tchau Madame. — Sussurro em seu ouvido.

— Tchau menino Mucilon. — Ela diz e entra no carro deixando o seu perfume para trás.

Respiro fundo para guardar o seu cheiro em minha memória. Passo na cantina e pego um café voltando para o quarto.

Porém, quando eu retorno, Benício está sentado na cama com os meus tios ao seu redor.

— Você acordou! — Digo animado, coloco o café na mesa ao lado. — Você acordou amiguinho. — Ignorando todos os avisos dos meus tios eu pego ele nos braços, tomando cuidado com os fios que ainda ligam o seu corpinho. Ele parece um pouco perdido.

— Eu já te ouvi. — Ele diz, mas ele ainda está confuso, com certeza não entendendo como ele me ouviu se não me conhece.

— Eu falei com você diariamente, enquanto dormia. — Falo e passo a mão em seu cabelinho. — Como esperei por isso. — Falo e nem me importo se estou chorando.

— Lucca, você tá o assustando, deixa a gente cuidar dele. Depois você fala com ele. — Tio Rodrigo pede e mesmo contra a minha vontade eu o obedeço e coloco o menino na cama novamente.

Então eu me afasto e espero que ele seja examinado, não acredito Benício acordou.

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