Capítulo 20. Casamento

No quarto de Laura, Margô e Amanda, já prontas, ajudaram Laura a colocar o vestido. Ela subiu em uma banqueta e se inclinou, para as duas posicionarem o vestido e ir descendente, à medida que a noiva erguia o corpo. Depois do vestido ter envolvido o corpo de Laura completamente, fecharam a fileira de botões nas costas e ajudaram-na a descer e calçar os sapatos de salto médio, para não cansar.

As duas retocaram a maquiagem da noiva e acertaram o cabelo, pararam para apreciar a noiva e bateram palminhas, sorrindo de satisfação.

— Está linda, perfeita! — elogiou Margô .

— Como esse vestido é lindo, digno da noiva. — Reconheceu Amanda.

Ouviram uma batida na porta e Margô atendeu,, era Onofre, que ao ver Margô, reclamou:

— Então foi para cuidar dela, que me abandonou?

— Ela é muito mais agradável de servir  do que você e sua outra filha, além de me alimentar muito bem. O que você quer?

— Sou o pai da noiva, tenho o direito de vê-la.

Na verdade, Onofre só queria comprovar, que Laura estava vestida a altura de representar a noiva de um empresário tão rico. Mas Margo é esperta e não deixou. Logos atrás dele, estava o advogado, Dr. Nestor, que estava sendo esperado por Laura.

— O senhor pode entrar, doutor, ela o está esperando.

— Por quê ele pode e eu não? — reclamou Onofre.

O advogado entrou, passando por Onofre, depois que ele saiu do caminho.

— O Dr. Nestor está sendo aguardado, o senhor, só daqui a meia hora, com licença. — fechou a porta, deixando ele do lado de fora.

A conversa com o advogado foi em particular e levou exatamente meia hora. Depois que o advogado saiu, finalmente Laura se levantou e pronta, saiu do quarto e segurando o braço de seu pai, seguiu para o elevador.

Onofre, quando viu a filha, arregalou os olhos,  mas não falei nada, queria estar no elevador, a sós com ela, para falar, mas ao chegar lá, o advogado já estava esperando e Laura foi direto para ele. Ontem fre não chegou conseguiu se conter:

— Onde você escondeu esse vestido?  Você não tinha o direito de usá-lo, era de sua mãe.

— O vestido estava no testamento. — respondeu o advogado por ela.

— Esse vestido é meu por direito, foi o meu casamento e procurei ele por todo lugar do casarão. — continuou reclamando, Onofre.

— Senhor Peçanha, o casarão também é de sua filha, o senhor não tinha direito a tirar nada de lá de dentro, já fiz o inventário e entrei com uma denuncia contra o senhor.

— O quê? Mas aquela casa sempre foi minha, desde que casei.

— Aquela casa pertencia a senhora Santoro e o senhor foi morar lá quando se casaram, com separação de bens. — continuou dizendo o advogado.

— Mas isso é um …

— Chega pai! Você é um ladrão e se ficar quieto, posso até pensar em retirar a denúncia.

Ele fez um gesto de fechar a boca com uma chave e jogar ela fora. Saíram do elevador, no corredor privado do salão onde seria o casamento, logo Amanda e Margô chegaram pela outra entrada. A cerimonialista ordenou que tudo fosse preparado para a entrada da noiva, que se posicionou com o pai.

Jason ficou agitado depois que Leda saiu do quarto e mal conseguiu dlse arrumar, até  que seu assessor chegou e o ajudou. Agora estava esperando a noiva, no altar montado no salão, nervoso, sem ter idéia de como seria o vestido da noiva.

Havia mandado preparar tudo muito simples e singelo, para que não chamasse atenção maior do que a noiva. De repente o sinal foi dado, a luz do recinto foi diminuída e um doc apareceu sobre a porta fechada, que acompanharia a noiva até o altar.

O trompete deu o toque e as portas se abriram, revelando a noiva, com o pai ao lado. Não dava para explicar o que ele, o noivo, estava sentindo. A surpresa ainda foi maior, quando ela deu um passo e ficou sob o facho de luz. Todos se levantaram, com exclamações de surpresa, tal era a admiração pela presença linda e altiva da noiva.

Laura esperou Amanda e Margô ajeitarem o véu e pousou a mão no braço do pai, mantendo a distância. Apoiou o buquê no quadril, seguiu, caminhando pelo tapete vermelho. Os diamantes reluziam sob a luz e conforme andava, seus raios coloridos irradiavam para todos os lados, chegando ao teto e até às paredes.

— Linda como nenhuma outra jamais será, em minha vida.

Ele foi a frente para recebê-la e nem ligou para Onofre, que se afastou aborrecido, mas não falou nada para não piorar a humilhação.

Jason segurou a mão dela e a passou pelo seu braço, olhando em seus olhos, demonstrando toda sua admiração. As convidadas suspiraram ao ver a cena, todas querendo realizar o sonho que tinham de ter um casamento como aquele.

Laura se apaixonou ali, pelo homem majestoso, em um terno feito sobre medida com a lapela coberta de seda, em um tom de preto enganoso, parecendo azul, conforme se mexia. A barba estava muito bem aparada e o cabelo bem penteado e no lugar.

Seu rosto perfeitamente equilibrado, parecia perfeito, as proporções certas entre olhos,nariz e boca e que boca bem desenhada e que a levava a loucura quendo a beijava. Lindo, parecendo um principe.

Focaram ali, embevecidos um com o outro, esquecidos do mundo, olho no olho e o clérigo convidado para realizar a cerimônia, teve que chamar a atenção deles. Só então eles se deram conta que pararam no tempo e rapidamente se posicionaram à frente do clérigo.

A cerimônia não demorou muito, Jason preferiu que não tivesse declarações de amor e que só repetissem os votos normais. Disseram o sim, trocaram as alianças e a parte pela qual o noivo ansiava foi dita:

— Eu os declaro marido e mulher, pode beijar a noiva.

O beijo foi uma demonstração de sua paixão pela noiva e os flashes pipocaram, registrando o momento de entrega do novo casal. Ninguém que visse aquele beijo, duvidaria que eles casaram porque quiseram e estavam apaixonados.

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