Capítulo 11. Vestido de Noiva

Laura olhou séria para sua antiga babá e comunicou:

— Eu vou me casar, bá.

— Eu ouvi uma conversa sobre o assunto. Veio buscar seu vestido?

— Sim.

— Seu pai procurou ele como um louco, por toda a casa, ainda bem que você deixou-o comigo.

— Obrigada, bá, ele custa uma fortuna, mas para mim, o valor sentimental é maior.

— Vou buscá-lo.

— Vou junto, não quero que me vejam com ele.

— Então vamos sair de fininho e depressa, está quase na hora do jantar.

Depois de falar, ela apagou o fogo da panela e saiu com Laura em direção ao prédio anexo, que era para os empregados, onde ela morava. Entraram e logo a bá lhe trouxe um embrulho bem feito, entregando-o a Laura.

— Ele é pesado.

— Eu o mantive limpo e arejado verifique se não precisa de reparos.

— Está bem, obrigada,minha bá, vou te enviar o convite, quero você lá comigo e se prepare, você não voltará para cá.

— Obrigada, minha menina.

Laura parou por um instante, franziu as sobrancelhas e tomou uma decisão:

— Aliás, por que não vem comigo agora,estou precisando de você e agora posso pagar. Vamos?

— Mas e seu pai e sua irmã?

— Eles que se virem.

— Sim, querida, vou com você.

Rapidamente, bá arrumou suas trouxas e saíram pela porta dos fundos. Laura chamou um carro de aplicativo e seguiram direto para o apartamento. Quando entrou, chamou, gritando, por Amanda, que ouviu e veio correndo.

— Oi, que bom que chegou!

— Sim e trouxe minha antiga babá comigo.

— Muito prazer, Margô. — se apresentou a babá.

— Seja bem vinda a nossa mansão provisória. Me chamo Amanda, melhor amiga de Laura.

— E nada modesta! Mas é isso mesmo, Amanda é minha melhor amiga. Agora que tal vermos o meu vestido? 

Seguiram para o quarto de Laura e ela foi até um curso te pegou um cabide, voltando para o quarto e abriu o pacote sobre a cama esticando bem o vestido. Margo e Amanda ajudaram a colocá-lo no cabide e procuraram onde podiam pendurar.

— Vamos ao closet, podemos pendurá-lo no puxador da porta do armário. — sugeriu Laura.

Sem caminhar um para lá e a Amanda não parava de apreciar o vestido, era incrivelmente lindo, luxuoso, pesado e deve ter custado uma fortuna, pensava ela. 

Penduraram o cabide como Laura falou e ela pode examiná-lo todo.

— Você cuidou muito bem dele Margo, está perfeito.

— Sim, só precisa passar.

— Parece amarelado… — disse Amanda, ainda sem acreditar no que via.

— Não , essa é a cor dele, bege. Só precisa passar.

— Laura, isso é mesmo o que estou pensando?

— Sim, Amanda, são brilhantes. Ele parece simples, mas quando no corpo, ao se mover, ele brilha abundantemente e fica deslumbrante. Era da minha mãe.

— Vista! Quero ver como fica. — pediu Amanda, entusiasmada.

— Não, agora não, estou cansada e com fome. Nem sei se tem algo na geladeira.

Laura achava que do jeito que Jason estava cuidando de tudo pelo deve ter enchido as geladeira e a despensa.

— Tem muita comida, tanta, que talvez nem precisaremos comprar nada até o final do mês. — disse Amanda, confirmando o que Laura pensava.

Deixaram o vestido ali e foram para a cozinha, Laura ouviu o celular tocar e foi atender era Jason, que foi logo perguntando se ela já tinha Onde comprar o vestido de noiva.

— Já tenho o vestido, não se preocupe, das minhas coisas eu cuido, pode deixar.

— " Tem certeza, Laura? Sei que seu pai está falido."

— Não tenho nada a ver com meu pai, fique tranquilo, você não vai passar vergonha.

— " Desculpe, não quis ser indelicado e nem te deixar constrangida, apenas queria te ajudar. "

— Fique tranquilo, já te disse que tenho o vestido, aliás, já o trouxe hoje.

Jason franziu a testa, imaginando que vestido seria esse, será que ela alugou um vestido qualquer?

— " Confio em você. Aliás, neste fim de semana, eu tenho um jantar de negócios, quero que venha comigo, para tranquilizar meus sócios. " 

— Tudo bem, eu vou sim, é só dizer a hora certa e estarei pronta.

— " Fico muito grato, é bom que meus associados saibam que estou bem e realizando um futuro."

— Eu entendo, então até lá.

— " Até lá, Laura. Bom descanso."

Jason estava cada vez mais cismado com a futura esposa que arranjou, mas agora era tarde, os contratos estavam assinados e o jeito era tocar pra frente.

No dia seguinte, as duas amigas tiveram folga à tarde e foram ao shoping para comprar o vestido de Amanda. Ela queria apenas alugar um, mas Laura não concordou e comprou um lindo vestido de cor salmão, para ela. Aproveitaram e comparam diversas roupas e lingeries. Laura também comprou um jogo de malas, para levar suas coisas para a casa que moraria com seu marido.

Saíram do shopping carregadas de bolsas e pegaram um táxi, sem perceber que eram observadas por olhares invejosos. Leda, que estava no estacionamento, não se conformava de seus planos terem dado errado e já planejava se vingar de sua irmã e roubar dela o trono que não lhe pertence mais.

— Ei, sua vadia, duas caras, já está aproveitando a fortuna do noivinho, né?

— Oi, Leda. Ao contrário de você, eu tenho meu próprio dinheiro e não preciso me pendurar em nenhum homem, me oferecendo a troco de dinheiro.

— O que você quer dizer com isso? Tá me chamando de piranha?

— Se a carapuça coube…?

— Ah, sua imprestável! — Leda avançou para cima de Laura, com o rosto deformado pela fúria e quando ia chegar para empurrar a outra, tropeçou no pé que a Amanda colocou na frente.

Estatelada no chão, Leda olhou com fúria para quem a atrapalhou. Mas, perdeu tempo e elas já estavam dentro do táxi, indo embora. Ela focou o chão, e reparou que várias pessoas estavam olhando, algumas até filmavam e tiravam fotos, então levantou-se rapidamente e saiu dali, furiosa.

— Deixa estar, irmãzinha, você não perde por esperar. O que é teu está cozinhando lentamente, não vou deixar você levar a melhor nessa não, me aguarde.

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