Amanda se aproximou de Laura e perguntou, após completar suas visitas aos pacientes:
— Terminou, Laura?
— Ainda não, graças ao CEO que veio fazer exames e choramingou no meu ombro.
— Deixe ver o que falta, vou te ajudar.
Amanda era uma excelente amiga e passaram por muitos apertos juntas e conseguiram alcançar seus objetivos, juntas. Sempre se deram as mãos e por isso venceram.
Terminaram suas obrigações e saíram, mas quando chegaram à porta do hospital, Onofre estava lá, esperando por Laura, com cara de pai amoroso.
Onofre
— Oi, filha. Que tal ir jantar com seu pai, hoje. Faz muito tempo, não é?
— Oi, pai. O que houve?
Amanda se distanciou um pouco, mas se manteve à espera da amiga.
— Saudade, filha, sou seu pai. Vem jantar em casa. Sua irmã está triste, ela perdeu o bebê e o noivo terminou o noivado, me ajude a consolá-la, por favor.
Laura olhou para Amanda, que fez um gesto de consentimento com a cabeça e a contra gosto, ela aceitou ir com o pai. O veículo dele estava estacionado próximo e se encaminharam até ele. Entraram e partiram e Amanda precisou ir sozinha para a quitinete.
Laura sempre foi desconfiada com as atitudes do pai e ficava muito atenta ao que ele falava e fazia e assim ela entrou na mansão da família, que no momento, mais parecia um mausoléu. Leda já estava na sala de visita, esperando e sabia o que o pai iria fazer e estava furiosa.
— Ai está, a filha pródiga de volta ao lar, mas que sonsa você é, irmãzinha. — disse, levantando-se e indo até Laura.
— O que foi que eu fiz? — perguntou Laura, já preparada, com os dois pés atrás.
— Pensa que me engana, com essa cara de madre Tereza, defensora dos desvalidos? Você é uma cobra, ladra de noivo, isso sim.
Laura só ergueu as sobrancelhas e manteve a distância.
— Acalme-se, Leda. A única culpada dos seus problemas é você mesma. Sua irmã veio jantar conosco, a convite meu, para te apoiar e não para receber suas afrontas. Vamos Laura, sente-se.
Laura ficou mais desconfiada ainda. Seu pai nunca a defendeu, perdeu as contas de quantas vezes precisou se esconder, para não apanhar injustamente dele ou de Leda, que a acusava de tudo que acontecia de errado. Foi andando para o sofá, mas Leda foi rápida e a agarrou pelos cabelos, a jogando no chão.
Laura não era mais aquela criança boba de outrora, que apanhava quieta e calada. Ela simplesmente reagiu, se virou e quando a irmã se aproximou, chutou sua canela com força, a derrubando no chão e sentou em seus quadris, segurando seus pulsos, apoiados no chão.
— O que é? Tá pensando que ainda sou aquela menininha indefesa, que apanhava quieta? Eu vim porque me disseram que você estava triste porque perdeu o bebê, mas pelo visto, você está muito bem.
Leda se contorcia, mas não conseguia se livrar e começou a gritar:
— Me solta, sua cachorra traíra.
— Por quê traíra, o que foi que eu te fiz?
— Você foi embora e me deixou aqui sozinha com ele. — olhou para o pai com olhar acusador e Onofre abaixou os olhos.
— Por quê você ficou, era só ir embora também e você tinha dinheiro para isso. Covarde, sempre covarde.
— Parem meninas, essa briga não vai resolver nossos problemas.
Laura olhou nos olhos da irmã, largou uma das mãos dela e lhe deu um tapa, para desestabilizá-la e levantar sem receber um revide.
— O jantar está servido, senhor. — a cozinheira anunciou, já que despediram o mordomo por falta de capital.
— Vamos jantar.
Foram para a sala de jantar, onde uma imensa mesa de mogno, imperava, com apenas três lugares postos em uma das pontas. Não havia mais copeiros e depois de sentarem, eles mesmos tiveram que se servir do ensopado, que foi colocado no centro da mesa, entre eles, em uma travessa de louça fina.
— Pelo visto, as coisas por aqui estão sinistras. — comentou Laura, depois de ver a falta de cuidados com o casarão e de empregados.
— Vacas magras, filha.
— Vacas magras, filha — arremedou Leda — vacas magras uma ova, bebedice e jogatina! Você jogou nosso dinheiro no buraco.
— Se está tão ruim assim, por quê não vendem o casarão?
— Por quê ele é seu, idiota! Está vinculado a sua herança. — cuspiu Leda, sem papas na língua.
— Entendo e é por isso que me chamaram aqui? Infelizmente não posso fazer nada, sabem da cláusula de casamento. — lembrou-os Laura.
— Então, filha. O filho do meu sócio, ex noivo de sua irmã, precisa de uma esposa e um herdeiro, com urgência. Ele está doente e pode morrer sem um transplante de medula compatível.
— Estou sabendo e daí?
— Ele gostou de você e me consultou se seria possível uma aliança.
Ela sabia que nesse angú tinha caroço. Seu pai estava muito bonzinho com ela.
— Quanto você deve, papai?
A gargalhada de Leda foi sonora.
— Eu falei que você não ia enganá-la com esse papinho de pena do moribundo.
Onofre socou a mesa e gritou:
— Pare, Leda. Você teve sua chance e jogou no lixo, agora fique quieta.
— Diz logo, pai. — Laura era a única que comia, pois estava com fome e saudade da comida de sua bá, que era inconfundível.
— Estou jurado de morte e só ainda não me mataram, porque Jason prometeu liquidar a dívida, assim que houver o casamento.
— E por quê eu preciso me sacrificar pelo senhor, não fui eu que fiz a dívida. — disse Laura, chupando um ossinho de pescoço de galinha.
— Nossa, parece uma plebéia comendo. — implicou Leda, com cata de nojo.
— Acaso você é uma rainha ou duquesa? Que eu saiba, está mais pra cortesã.
— Parem vocês duas! — respirou fundo e voltou ao assunto — o casamento com Jason Willis, será vantajoso para você, ele é muito rico, bonito e só pede um filho. Você não precisa ficar com ele depois disso e poderá ter sua herança nas mãos.
— E nós continuaremos tendo onde morar.
— Só pede um filho, ter onde morar, só pensam nisso? E quanto a minha vida, quanto a tudo o que me dediquei pra conquistar, não vale nada. Quero que vocês se danem!
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Atualizado até capítulo 62
Comments
Maria Cristina Mello Francisco
Aí Laura não caia nesta conversa a dívida não é sua manda eles se viraram sai daí em quanto pode seu pai e um lixo
2025-01-15
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Patrícia Barbosa Ferrari
Vixe Laura,com um Pai igual ao seu , você 🫵 não ⛔ precisa de inimigos 👿, já tem um 💠 dentro de casa 🏠
2025-02-25
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Jenaide Antero
eita que uma canja não iria nada mal, chega seu água na boca./Proud/
2025-02-22
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