Capítulo 3. Chantagem

Amanda se aproximou de Laura e perguntou, após completar suas visitas aos pacientes:

— Terminou, Laura?

— Ainda não, graças ao CEO que veio fazer exames e choramingou no meu ombro.

— Deixe ver o que falta, vou te ajudar.

Amanda era uma excelente amiga e passaram por muitos apertos juntas e conseguiram alcançar seus objetivos, juntas. Sempre se deram as mãos e por isso venceram.

Terminaram suas obrigações e saíram, mas quando chegaram à porta do hospital, Onofre estava lá, esperando por Laura, com cara de pai amoroso.

Onofre

— Oi, filha. Que tal ir jantar com seu pai, hoje. Faz muito tempo, não é?

— Oi, pai. O que houve?

Amanda se distanciou um pouco, mas se manteve à espera da amiga.

— Saudade, filha, sou seu pai. Vem jantar em casa. Sua irmã está triste, ela perdeu o bebê e o noivo terminou o noivado, me ajude a consolá-la, por favor.

Laura olhou para Amanda, que fez um gesto de consentimento com a cabeça e a contra gosto, ela aceitou ir com o pai. O veículo dele estava estacionado próximo e se encaminharam até ele. Entraram e partiram e Amanda precisou ir sozinha para a quitinete.

Laura sempre foi desconfiada com as atitudes do pai e ficava muito atenta ao que ele falava e fazia e assim ela entrou na mansão da família, que no momento, mais parecia um mausoléu. Leda já estava na sala de visita, esperando e sabia o que o pai iria fazer e estava furiosa.

— Ai está, a filha pródiga de volta ao lar, mas que sonsa você é, irmãzinha. — disse, levantando-se e indo até  Laura.

— O que foi que eu fiz? — perguntou Laura, já preparada, com os dois pés atrás.

— Pensa que me engana, com essa cara de madre Tereza, defensora dos desvalidos? Você é uma cobra, ladra de noivo, isso sim.

Laura só ergueu as sobrancelhas e manteve a distância.

— Acalme-se, Leda. A única culpada dos seus problemas é você mesma. Sua irmã veio jantar conosco, a convite meu, para te apoiar e não para receber suas afrontas. Vamos Laura, sente-se.

Laura ficou mais desconfiada ainda. Seu pai nunca a defendeu, perdeu as contas de quantas vezes precisou se esconder, para não apanhar injustamente dele ou de Leda, que a acusava de tudo que acontecia de errado. Foi andando para o sofá, mas Leda foi rápida e a agarrou pelos cabelos, a jogando no chão.

Laura não era mais aquela criança boba de outrora, que apanhava quieta e calada. Ela simplesmente reagiu, se virou e quando a irmã se aproximou, chutou sua canela com força, a derrubando no chão e sentou em seus quadris, segurando seus pulsos, apoiados no chão.

— O que é? Tá pensando que ainda sou aquela menininha indefesa, que apanhava quieta? Eu vim porque me disseram que você estava triste porque perdeu o bebê, mas pelo visto, você está muito bem.

Leda se contorcia, mas não conseguia se livrar e começou a gritar:

— Me solta, sua cachorra traíra.

— Por quê traíra, o que foi que eu te fiz?

— Você foi embora e me deixou aqui sozinha com ele. — olhou para o pai com olhar acusador e Onofre abaixou os olhos.

— Por quê você ficou, era só ir embora também e você tinha dinheiro para isso. Covarde, sempre covarde.

— Parem meninas, essa briga não vai resolver nossos problemas.

Laura olhou nos olhos da irmã, largou uma das mãos dela e lhe deu um tapa, para desestabilizá-la e levantar sem receber um revide.

— O jantar está servido, senhor. — a cozinheira anunciou, já que despediram o mordomo por falta de capital.

— Vamos jantar.

Foram para a sala de jantar, onde uma imensa mesa de mogno, imperava, com apenas três lugares postos em uma das pontas. Não havia mais copeiros e depois de sentarem, eles mesmos tiveram que se servir do ensopado, que foi colocado no centro da mesa, entre eles, em uma travessa de louça fina.

— Pelo visto, as coisas por aqui estão sinistras. — comentou Laura, depois de ver a falta de cuidados com o casarão e de empregados.

— Vacas magras, filha.

— Vacas magras, filha — arremedou Leda — vacas magras uma ova, bebedice e jogatina! Você jogou nosso dinheiro no buraco.

— Se está tão ruim assim, por quê não vendem o casarão?

— Por quê ele é seu, idiota! Está vinculado a sua herança. — cuspiu Leda, sem papas na língua.

— Entendo e é por isso que me chamaram aqui? Infelizmente não posso fazer nada, sabem da cláusula de casamento. — lembrou-os Laura.

— Então, filha. O filho do meu sócio, ex noivo de sua irmã, precisa de uma esposa e um herdeiro, com urgência. Ele está doente e pode morrer sem um transplante de medula compatível.

— Estou sabendo e daí?

— Ele gostou de você e me consultou se seria possível uma aliança.

Ela sabia que nesse angú tinha caroço. Seu pai estava muito bonzinho com ela.

— Quanto você deve, papai? 

A gargalhada de Leda foi sonora.

— Eu falei que você não ia enganá-la com esse papinho de pena do moribundo.

Onofre socou a mesa e gritou:

— Pare, Leda. Você teve sua chance e jogou no lixo, agora fique quieta.

— Diz logo, pai. — Laura era a única que comia, pois estava com fome e saudade da comida de sua bá, que era inconfundível.

— Estou jurado de morte e só ainda não me mataram, porque Jason prometeu liquidar a dívida, assim que houver o casamento.

— E por quê eu preciso me sacrificar pelo senhor, não fui eu que fiz a dívida. — disse Laura, chupando um ossinho de pescoço de galinha.

— Nossa, parece uma plebéia comendo. — implicou Leda, com cata de nojo.

— Acaso você é uma rainha ou duquesa? Que eu saiba, está mais pra cortesã.

— Parem vocês duas! — respirou fundo e voltou ao assunto — o casamento com Jason Willis, será vantajoso para você, ele é muito rico, bonito e só pede um filho. Você não precisa ficar com ele depois disso e poderá ter sua herança nas mãos.

— E nós continuaremos tendo onde morar.

— Só pede um filho, ter onde morar, só pensam nisso? E quanto a minha vida, quanto a tudo o que me dediquei pra conquistar, não vale nada. Quero que vocês se danem!

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Comments

Maria Cristina Mello Francisco

Maria Cristina Mello Francisco

Aí Laura não caia nesta conversa a dívida não é sua manda eles se viraram sai daí em quanto pode seu pai e um lixo

2025-01-15

0

Patrícia Barbosa Ferrari

Patrícia Barbosa Ferrari

Vixe Laura,com um Pai igual ao seu , você 🫵 não ⛔ precisa de inimigos 👿, já tem um 💠 dentro de casa 🏠

2025-02-25

0

Jenaide Antero

Jenaide Antero

eita que uma canja não iria nada mal, chega seu água na boca./Proud/

2025-02-22

1

Ver todos
Capítulos
1 Capítulo 1. Descobertas
2 Capítulo 2. Reencontro
3 Capítulo 3. Chantagem
4 Capítulo 4. Absurdo Mas Possível
5 Capítulo 5. Contratos
6 Capítulo 6. Expectativas
7 Capítulo 7. Jantar
8 Capítulo 8. Empolgação
9 Capítulo 9. Desânimo
10 Capítulo 10. Despedida
11 Capítulo 11. Vestido de Noiva
12 Capítulo 12. Jantar
13 Capítulo 13. Vitória
14 Capítulo 14. Encontro Inesperado
15 Capítulo 15. Confirmação
16 Capítulo 16. Mídia
17 Capítulo 17. Retratação
18 Capítulo 18. Visita Inesperada
19 Capítulo 19. Vingança
20 Capítulo 20. Casamento
21 Capítulo 21. Festa
22 Capítulo 22. Noite de Amor
23 Capítulo 23. Revolta
24 Capítulo 24. Desespero
25 Capítulo 25. Investigação
26 Capítulo 26. Providências
27 Capítulo 27. Tristeza
28 Capítulo 28. Internação e Alta
29 Capítulo 29. Descoberta
30 Capítulo 30. Esperança
31 Capítulo 31. Diferenças
32 Capítulo 32. Retorno
33 Capítulo 33. Definhando
34 Capítulo 34. Ameaças
35 Capítulo 35. Esforço
36 Capítulo 36. Pesquisas e Planos
37 Capítulo 37. Parto
38 Capítulo 38. Rapto
39 Capítulo 39. Surto
40 Capítulo 40. Cura
41 Capítulo 41. Acidente
42 Capítulo 42. Morte
43 Capítulo 43. Regresso
44 Capítulo 44. Fatos
45 Capítulo 45. A Plástica
46 Capítulo 46. Consulta
47 Capítulo 47. Pergunta Direta
48 Capítulo 48. Almoço
49 Capítulo 49. Investidas
50 Capítulo 50. Oportunidade
51 Capítulo 51. Decisão Drástica
52 Capítulo 52. Verdades
53 Capítulo 53. Desculpas
54 Capítulo 54. Torcida
55 Capítulo 55. Risco
56 Capítulo 56. Socorro
57 Capítulo 57. Acordando
58 Capítulo 58. Irresistível
59 Capítulo 59. Publicidade
60 Capítulo 60. Parcerias.
61 Capítulo Final. Definitivamente
62 Epilogo
Capítulos

Atualizado até capítulo 62

1
Capítulo 1. Descobertas
2
Capítulo 2. Reencontro
3
Capítulo 3. Chantagem
4
Capítulo 4. Absurdo Mas Possível
5
Capítulo 5. Contratos
6
Capítulo 6. Expectativas
7
Capítulo 7. Jantar
8
Capítulo 8. Empolgação
9
Capítulo 9. Desânimo
10
Capítulo 10. Despedida
11
Capítulo 11. Vestido de Noiva
12
Capítulo 12. Jantar
13
Capítulo 13. Vitória
14
Capítulo 14. Encontro Inesperado
15
Capítulo 15. Confirmação
16
Capítulo 16. Mídia
17
Capítulo 17. Retratação
18
Capítulo 18. Visita Inesperada
19
Capítulo 19. Vingança
20
Capítulo 20. Casamento
21
Capítulo 21. Festa
22
Capítulo 22. Noite de Amor
23
Capítulo 23. Revolta
24
Capítulo 24. Desespero
25
Capítulo 25. Investigação
26
Capítulo 26. Providências
27
Capítulo 27. Tristeza
28
Capítulo 28. Internação e Alta
29
Capítulo 29. Descoberta
30
Capítulo 30. Esperança
31
Capítulo 31. Diferenças
32
Capítulo 32. Retorno
33
Capítulo 33. Definhando
34
Capítulo 34. Ameaças
35
Capítulo 35. Esforço
36
Capítulo 36. Pesquisas e Planos
37
Capítulo 37. Parto
38
Capítulo 38. Rapto
39
Capítulo 39. Surto
40
Capítulo 40. Cura
41
Capítulo 41. Acidente
42
Capítulo 42. Morte
43
Capítulo 43. Regresso
44
Capítulo 44. Fatos
45
Capítulo 45. A Plástica
46
Capítulo 46. Consulta
47
Capítulo 47. Pergunta Direta
48
Capítulo 48. Almoço
49
Capítulo 49. Investidas
50
Capítulo 50. Oportunidade
51
Capítulo 51. Decisão Drástica
52
Capítulo 52. Verdades
53
Capítulo 53. Desculpas
54
Capítulo 54. Torcida
55
Capítulo 55. Risco
56
Capítulo 56. Socorro
57
Capítulo 57. Acordando
58
Capítulo 58. Irresistível
59
Capítulo 59. Publicidade
60
Capítulo 60. Parcerias.
61
Capítulo Final. Definitivamente
62
Epilogo

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