Capítulo 7. Jantar

Continuação 

— Senhoritas, vocês não percebem que desqualificam a si mesmas. Não têm esperança de conseguirem algo melhor na vida? A inveja mata, sabiam?

Voltou ao provador, deixando-as com cara de taxa e experimentou tudo, mas não foi desfilar para Jason. Escolheu cinco peças e ficou com uma no corpo, para irem jantar.

— Tem sapatos? — perguntou para uma das fofoqueiras, mostrando que sabia o que fazia.

— Sim, senhorita, vou buscar.

Ela voltou com o par certo e Laura sentou para calçar e aproveitou para falar:

— É tão bom isso, não é meninas? Não é todo dia que podemos nos colocar no lugar da cinderela. — sorriu e deixou suas roupas e sapatos usados, para elas guardarem.

— Ficará com essas que estão separadas?

— Sim, podem embrulhar, obrigado, um dia podem ser vocês, mas hoje, sou eu. Obrigada.

As duas vendedoras ficaram surpresas com a fala, se olharam, depois, suspiraram e sorriram, cheias de esperança. Laura preferiu incentivá-las a sonhar, do que desmerece-las.

Quando Jason viu Laura com um conjunto de saia envelope e blusa de seda em tons de creme, admirou sua elegância:

— Ficou divina, Laura. Pensei que fosse desfilar para mim. — reclamou.

— Iria demorar muito, escolhi cinco conjuntos, será uma surpresa para você. — disse ela, sorrindo

— Então, precisa de mais alguma coisa?

Ela olhou para a vendedora e pediu:

— Preciso de uma carteira.

Imediatamente a vendedora foi buscar e voltou com uma elegante carteira,  tamanho social, com um designer especial.

— Esta faz par com os sapatos, quer que embale os pares que combinam com as roupas que escolheu?

— Sim, por favor.

Jason notou que ela se comportou como uma mulher acostumada aquele ambiente, também a comprar e chegou a conclusão que a julgou mal. Talvez ela estivesse numa situação precária, agora, devido ao pai, mas sabia muito bem como conviver com o status dele. Como se tivesse lido os seus pensamentos, ela falou:

— Não vivo e nem dependo do meu pai a cinco anos. — se virou e saiu e ele levou dois segundos para seguir atrás.

Sairam e um funcionário foi atrás deles levando as diversas bolsas, que foram colocadas no banco de trás do carro. Entraram e Laura passou alguns itens de sua bolsa, para sua carteira. Aproveitou  e passou um pouco de blush e baton, ajeitou os cabelos e estava pronta.

— Podemos ir?

Ela olhou para ele surpresa e notou que ele estava esperando ela terminar de se arrumar.

— Oh, meu deus, desculpa! Que indelicadeza a minha.

— Está tudo bem, adorei ver a sua transformação. 

— Não tive tempo de ir em casa me arrumar, então, muito obrigada, não me sinto mais envergonhada de estar com você.

— Encantado em promover tal embelezamento, querida noiva. — fez uma inclinação e sorriu para ela, achando tudo muito divertido.

Seguiram para o restaurante e imaginando como ela estaria vestida, ele escolheu um local simples e acolhedor, agora via que não precisava se preocupar. Desceram do carro e atravessaram o estacionamento. Ele sentiu-se tão à vontade com ela, que pegou em sua mão e entraram de mãos dadas no restaurante.

Ele pediu a especialidade da casa, pato ao molho de laranjas, acompanhado de aspargos salteados e pure de batatas. Um vinho rose, acompanhava a refeição.

Laura saboreou a refeição com muito gosto, na primeira garfada, fechou os olhos para degustar a explosão de sabores que chegou a sua boca.

— Que delícia, faz muito tempo que não saboreio um pato tão bem feito.

Mais uma vez ele se admirou com ela, então ela conhecia pratos mais sofisticados. Estava agradavelmente surpreso com ela.

Já Laura, não falou nada, mas já conhecia aquele restaurante, toda a família costumava almoçar ali, nos fins de semana e Jason não fazia ideia das lembranças boas que estava proporcionando a ela.

O gerente se aproximou e cumprimentou o casal,as olhando especialmente para Laura, falou:

— Segnorina Laura, é um prazer revela, faz muitos tempo que não vejo sua família.

— Como vai Dom Pepe, fazem alguns anos mesmo, desde que minha mãe faleceu.

— Si, eu soube, que tristeza, meus sentimentos, signorina. Mas é muito bom vê-la de volta e tão bem acompanhada, espero que estejam gostando.

— Sim, está sendo um retorno aos momentos bons, obrigada.

— Buono appetito, então.

Ele se foi, deixando Jason impressionado.

— Então você já conhecia esse lugar?

— Sim, era nosso restaurante de fim de semana, quase uma tradição em família.

— Então viemos ao lugar certo?

— Sim, você me surpreendeu esta noite, me trazendo muitas lembranças boas. Obrigada, ficará em minha memória das coisas boas.

— Fico feliz com isso. — sorriu para ela, fascinado.

Terminaram o jantar, saboreando um figo em calda de licor, banhado em chocolate e se retiraram satisfeitos.

Ele a levou para casa, já era tarde, pois conversaram bastante durante o jantar e ele não gostou quando viu onde ela morava.

— Por quê você mora aqui, tendo o casarão da família.

— É uma longa história e não estou com vontade de contá-la agora. Desculpe.

— Tudo bem, mas não fico confortável em deixá-la aqui.

— É um poucos precário, mas a vizinhança é boa e trabalhadora, não tem perigo.

— Eu tenho um apartamento vazio no centro, por que não se muda pra lá, até o casamento?

— Eu moro com uma amiga e são só 4 semanas.

— Voltaremos a falar disso amanhã. Fale com sua amiga, vou preparar a mudança das dias e te aviso.

— Mas…

— Sem mas, como minha noiva, você não pode ficar tão exposta.

Só então ela compreendeu que ele estava protegendo seu investimento. Por ele ser muito rico e famoso, devem ter pessoas más, querendo lesá-lo o tempo todo. Então concordou.

— Está bem, boa noite e obrigada por tudo.

— Foi muito bom, boa noite.

Ele ajudou-a a descer, mas antes que pegasse as bolsas, puxou-a para si e beijou a sua boca, só um encostar de lábios, mais firme e a soltou. Ela ficou meio atordoada, pegou as sacolas que ele lhe passou e subiu para a sua moradia. Questionava o que foi aquele beijo, tão suave, mas tão marcante e as suas emoções balançaram.

A relação está esquentando e Laira, sonhando.

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