Capítulo 15. Confirmação

A semana começou bem, Laura e Amanda estavam animadas, o professor percebeu e aproveitou a disposição delas para ensinar, mais detalhadamente, certos procedimentos. Elas gostaram e praticaram, felizes por aprenderem aquilo em que queriam se especializar.

Jason recebeu a confirmação da data do casamento, pelo seu advogado e imediatamente mandou imprimir os convites, pois já tinha escolhido e passado os dados. O local já estava reservado, para o casamento com Leda e ele ligou e mudou a decoração para algo mais simples e florido, pois a noiva era mais simples.

Ligou para Laura, confirmando a data e comunicou tudo o que providenciou  e estranhou ela concordar com suas decisões, sem querer opinar em nada. Queria que ela se interessasse mais pelos preparativos, pois ele queria saber como será o vestido dela, mas ficou quieto.

Laura desligou o celular, com raiva.

— O que foi, Laura, o que te aborreceu? — perguntou Amanda.

— Ele me ligou para comunicar que a data está marcada, que já mandou imprimir os convites e já confirmou com a firma encarregada da organização. Eu pensei que ele iria me perguntar como eu gostaria que fosse, quantas pessoas vou convidar, nada!

— E porque você não reclamou? 

Amanda estranhou a apatia da amiga, pois ela sempre foi uma pessoa de opinião e nunca deixou de ter atitude diante das dúvidas ou do que considerava abuso, mas de repente, parece ter desistido.

— Pensei e achei melhor focar quieta, não é um casamento real, é só um contrato para ele ter um filho compatível com ele, para fazer o transplante. Então, já que ele decidiu tudo, pra que eu vou ter trabalho e questionar.

— Uau! Agora você conseguiu me assustar, amiga! Mesmo sendo um contrato, é o seu casamento e é pra valer sim. Você viverá com ele durante um ano, terá um filho e quem garante que não será pra sempre? Você precisa curtir esse casamento, amiga.

— É, acho que você tem razão. Acho que estou cansada e com um pouco de medo. A gente se encontra e é muito bom, mas como será quando vivermos juntos. Pode ser que o eu dele do dia a dia seja diferente.

— Agora não dá mais para ficar pensando nisso, está resolvido e você é inteligente e saberá se sair bem dessa situação.

Laura não queria passar para Amanda a sensação de que estava cética,as também não queria fantasiar demais com um futuro de muito amor, paixão e família feliz. 

Queria poder terminar sua residência, fazer o doutorado e se especializar em transplantes. Não jogaria isso fora, por um marido que caiu de paraquedas.

— Não se preocupe comigo, está bem? Só estou preocupada em conseguir realizar o meu sonho profissional e isso exige dedicação.

— Coisa que um casamento também exige, eu compreendo. Pelo menos, você poderá estudar transplante de medula, bem de perto.

— Sim, meio mórbido, mas sim. 

As duras riram e desanuviaram a mente, para poder dormir tranquilas e acordarem bem para mais um dia de trabalho e estudo.

Assim foram se passando os dias e com tantos preparativos e a nova sociedade com os Duncan, não conseguia ver Laura, tanto quanto gostaria. 

Marcou um fim de semana para entregarem os convites. Eram poucos e ele só se deu conta que não perguntou quantos ela precisaria, quando marcou a entrega com ele.

— Eu fiz uma lista, precisarei de pelo menos uns 20 convites.

— Sei…

Ainda bem que ela não podia vê-lo, pois ele coçou a cabeça, pensando em como diminuiria sua lista.

— Quantos convites você separou para mim?

— Os de sua família e alguns para amigos e médicos do hospital. Você não falou nada, pensei que não iria convidar muita gente.

— Me passe os que separou e tá bom.

— Vou enviar por um mensageiro, agora mesmo.

— Obrigada.

Ela desligou e tentou vencer o desânimo, pensando que não seria um casamento de verdade e não precisava de testemunhas. Os convites chegaram e eram só 10. Então reservou cinco para seu mentor e colegas de residência do hospital, um para seu advogado, que era fundamental estar presente, sua família e suas duas amigas.

Preencheu no hopital mesmo e entregou. O único problema era que não poderiam levar a família e isso era uma gafe sem tamanho, mas fazer o quê?

Ele foi buscá-la no sábado e foram entregar os convites para os amigos e sócios dele. 

— Alguns do escritório, eu ja entreguei, então, creio que conseguiremos entregar todos hoje. Trouxe os seus?

— Já entreguei, só faltou o do meu pai e da Leda.

— Ótimo,vamos logo, pararemos para almoçar, me ajude a ser breve e não aceitar almoçar com ninguém, por favor.

— Tudo bem.

Assim fizeram e cada mansão que visitavam, agradecia por não ter pego mais convites, pois eram todos muito ricos e sócios da empresa de Jason. Os amigos ficaram por último e não moravam em mansões,as em apartamentos de luxo, duplex e coberturas.

O almoço foi rápido e quando terminaram a entrega, já era noite e foram jantar. Laura estava exausta de fingir o que não era e sorrir amavelmente o tempo todo. Fora as piadinhas que ouviu,pela pressa do casamento.

— Você me parece exausta,confesso que também estou cansado.

— Quase tive cãibra nas bochechas. 

Ela beliscou as bochechas, que ficaram vermelhas e ele amou vê-la assim.

— Obrigada por estar sendo tão cooperativa. Todas essas pessoas são importantes para quando eu estiver internado fazendo o tratamento.

— Sei que você já está se preparando,as quando pretende se internar?

— Assim que você engravidar.

Ele falou de forma tão natural, sobre algo que para ela era tão complicado, afinal, nunca tinha feito sexo e não sabia como seria e se não gostasse?

Ele pareceu notar o constrangimento dela e se envergonhou de tratar o assunto banalmente.

— Desculpe, sei que você não tem experiência, mas farei tudo para que seja agradável para você.

— Está tudo bem, eu concordei, não é mesmo? Então não se preocupe.

Ele sorriu e pegou sua mão, sobre a mesa do restaurante e não perceberam que alguém registrou o momento e postou na internet, mostrando inclusive o  anel de noivado deles. Era o início de uma avalanche.

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