19

...RACHEL...

Desço as escadas com Bella em meu colo. Estou vestida com uma blusa que está por dentro de uma saia colada que vai até metade das minhas coxas, junto com uma meia calça mais ou menos transparente, uma bota preta que vai até meus joelhos e um casaco grande, todos de cores pretas. Já Bella eu vesti com uma blusa preta e uma saia em xadrez com tons cinzas, com dois lacinhos pretos e um lacinho igual ao padrão da saia em seu cabelo, que está com um rabo de cavalo.

Rachel:

Bella:

Ao pisar no último degrau da escada, ouço uma porta no andar de cima bater, e, julgando pela direção que veio, é meu patrão. Olho para trás e não demorou para que ele aparecesse, vestido com uma blusa branca de manga comprida por baixo do colete do terno, uma gravata vinho e uma calça social preta.

Dante:

OBS: Já troquei as roupas várias vezes, se essa não ficou muito bonita para você, só imagine qualquer outra!

Ele me analisa dos pés à cabeça, até começar a descer os degraus, não tirando os olhos de mim e Bella.

— Nossa, Rachel, não sei se vou conseguir me controlar com você vestida assim. Você quer acabar comigo, não é?— indagou, pegando minha mão. Sorrio de lado, mas não respondo.

— Papai!— diz Bella, fazendo seu pai olhar para ela, que pede o colo dele.

— Oi, meu amor — responde, pegando-a no colo.

— Senhor Armani, a Bella falou para mim que não quer ir por causa do avô dela. Há alguma coisa envolvida?— pergunto, fazendo Dante trancar o maxilar.

— Primeiro, não me chame mais de senhor Armani; segundo, ela tem medo do meu pai.

— Por quê?

— Ah, você verá.

Descemos o último degrau, que estamos parados há um bom tempo, no entanto, Dante voltou a me olhar, parecia que não conseguia tirar os olhos de mim.

— Que foi?

— Amor, essa roupa em você está me deixando louco.

— Você tá falando desde ontem sobre as minhas roupas te deixarem em êxtase — sussurro, pois tem gente em casa.

— Desde que você chegou você me deixa assim, eu só nunca falei — respondeu, de uma forma muito natural, enquanto íamos até a garagem.— Amor, meus pais acreditam que você é minha noiva, pois algumas pessoas que estavam no evento de ontem comentaram com eles, então você poderia continuar fingindo?

— Tá...— ainda não me acostumei em fingir ser a noiva dele, muito menos dele me chamando de amor.

— Tá o quê?

— Tá.

— O que mais?

— Ponto final.

— Tsc, tsc, tsc — estalou a língua, negando com a cabeça.— Como você tem que me chamar?

Bufei, cruzando os braços e revirando os olhos. Ele quer que eu o chame de amor...

— Tá, meu amor.

— Agora sim — falou, com um sorriso enorme no rosto.

~∆~

— Dante Armani, decidiu aparecer?— uma mulher perguntou, andando até nós quando ele entregou a chave para um funcionário estacionar o carro.

Ele revira os olhos e encara a mulher. Ela está vestida como se fosse uma Barbie da vida real, toda de rosa e com o cabelo loiro.

O cabelo penteado perfeitamente, as roupas feitas sob a sua medida, tudo isso a faz parecer demais uma Barbie da vida real, e, confesso, não gostei dela. Ao me ver, seu olhar me avaliou dos pés à cabeça, a fazendo arquear uma sobrancelha.

— Ela não parece ter tido uma filha.

— Faz um ano, Katherine. Não enche!— Dante diz, quase que cuspindo as palavras para cima dela.— Amor, essa é Katherine Armani, minha irmã mais nova.

— Prazer em conhecê-la — digo, estendendo a mão, que ela, resistentemente, aperta em um aperto de mão rápido.

— Mamãe e papai estão te esperando lá dentro. Ah, e vê se não fique bebendo com o Charles, ele está dirigindo e estamos com a Candace e o Justin.

— Não vim aqui para beber com seu marido, vim para acabar com uma guerra que está prestes a começar.

— Então, boa sorte, meu irmão. E espero, realmente, que essa daí não esteja te usando. Ela parece uma ótima pessoa, uma que eu conversaria a tarde inteira fazendo compras, mas não vou julgar um livro pela capa. Deixo isso para nosso pai, que, aliás, está nos olhando esse tempo todo.

Ela aponta com a cabeça para uma janela no lado direito da casa, da qual não tivemos dificuldade em ver um homem de idade olhando com os olhos semicerrados para nós. Estremeci na hora, agora eu entendi o que ele quis dizer com o "Ah, você verá".

Engulo em seco, ajeitando Bella em meu colo e seguro a mão de Dante, que me olha por breves segundos, até sorrir e me dar um leve selar, quase que me puxando para dentro da casa dos seus pais. O que eu queria jamais ter feito...

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