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...DANTE...

— Não tente, senhor Armani. Você não gostará do que verá. Eu não sou mulher para o senhor, muito menos quando meu passado ainda me assombra.

— Compartilhe seu passado comigo, Rachel, assim como compartilhei o meu contigo. Pensa, seremos um casal lindo, os dois fodidos psicologicamente.

Ela riu do meu comentário. Tem uma grande tensão sexual entre nós, isso está bem evidente, mas algo deve estar a atormentando muito, e isso me preocupa. Rachel me preocupa. Ela não me faz pensar como eu pensava com as outras mulheres, de é só uma noite, me faz querer mais...

— Você parece ser uma droga, Rachel Karolline, e daquelas muito viciantes — sussurrei, me aproximando ainda mais dela, nossos lábios quase se tocam, ambas as respirações estão aceleradas. Não entendo o que ela está pensando, mas vejo desespero e desejo em seus olhos, cada um contrastando com o outro.

— Mais um motivo para não tentar me conquistar. Senhor Armani, a cláusula terceira, parágrafo sétimo diz: A CONTRATADA declara saber que qualquer investida não profissional para com o CONTRATANTE faça com que ela pague uma multa de 135% do seu salário ou sua demissão. Não quero pagar uma multa ou ser demitida.

— No momento, senhorita Silva, eu estou pouco me fodendo para as cláusulas do contrato.

— Senhor Armani! Eu seguirei o contrato à risca.

— Esqueceu que também diz que você não pode me contrariar?

— Prefiro te contrariar do que pagar uma multa por termos tido algo.

— Então o problema é o contrato? Juro que se for isso, eu vou até meu escritório e rasgo o contrato de trabalho para escrever um de casamento — indaguei, me aproximando ainda mais dela, nossos lábios quase se tocando.

— Eu não vim cuidar da Bella para ter algo com o senhor. Vão me entender mal — enquanto ela falava, seus lábios encostavam de leve nos meus, isso me fez encostar ela ainda mais na parede, pressionando seu corpo contra o meu.

— Que o achismo dos outros vá para a casa do caralho. Rachel Karolline, em sua mão está uma aliança com o meu nome, e na minha está o seu. Nada que você falar poderá fazer-me mudar de ideia — meus lábios encostam de leve nos seus, nossas respirações aceleradas combinam com os batimentos cardíacos.— Eu necessito de você.

— Por quê?

— Não consigo explicar, nem eu mesmo entendo.

— Desculpe, senhor Armani, mas não estou preparada para nada.

— Onde ele te machucou?— pergunto, quando ela tenta sair de perto de mim.

— Como?

— Qual parte do seu corpo seu ex te machucou?

— Isso é assunto meu.

— Rachel, eu sou eu, ele é ele. Eu jamais te machucaria.

Ela suspirou. Seus lábios tocaram ainda mais os meus.

— Senhor Armani, eu vejo como o senhor trata aquelas mulheres, o senhor as machuca psicologicamente. Eu não quero ser mais uma.

— Rachel, como você é difícil! Sei que seu psicológico deve estar na merda igual o meu... mas eu jamais faria isso com você. Porra! Será que você não entende o motivo de eu te dar alianças com o meu nome?

— Aquilo fazia parte de um plano. Mas se o senhor quer tanto ter algo comigo, o que acha de um teste de um mês?

— Como?

— Durante esse mês inteiro, eu vou avaliá-lo. Analisarei suas ações comigo, com a Bella e com os outros. Se eu achar que o senhor é um bom partido, aceito o relacionamento contigo; caso contrário, não.

— Okay. Mas se eu passar, você continuará sendo minha noiva, não namorada.

— Como preferir, senhor Armani.

Rachel se aproxima de mim e nossos lábios se tocam, seus olhos estão direcionados para minha boca, quando acho que vai me beijar, ela me afasta e sai de perto de mim, indo até o sofá e pegando Bella no colo.

— Sabia que é muito chato eu ter que dividir a sua atenção?— falo, indo até ela, que está ninando minha filha no colo.

— Bella pensa a mesma coisa. Ela tinha toda a minha atenção, pois sou babá dela, porém, o senhor quer disputar essa atenção também.

— Acho que ela já ficou tempo demais — pego minha filha do colo dela. Bella abre os pequenos olhinhos e sorri quando me vê.

— Papai — sua voz está fraca, já que acabou de acordar — queo mamá.

— Vou ir fazer a mamadeira para ela.

Rachel anda em direção à cozinha, vou atrás. Não me pergunte o que estou fazendo, nem mesmo eu sei. Mas esse mês teve tantas coisas misturadas que eu já nem sei mais... a única coisa que sei é que quero que Rachel seja minha e de mais ninguém.

Sento em uma das banquetas enquanto ela liga o fogão e começa a esquentar o leite da Bella, realmente, ficamos fora mais de três horas, por mais que ela tenha comido algumas frutas no evento, ainda assim está com fome.

Bella segurou minha mão que estava livre e começou a brincar com os meus dedos. Ela fala algumas coisas e Rachel responde, mas eu não estou entendendo nada, elas podem estar me xingando e eu não vou saber.

Uma vibração em cima da mesa atrai minha atenção. É o celular de Rachel, e tem um contato chamado "Bia" que está ligando para ela.

— Não vai atender?

— Se eu tirar os olhos daqui, o leite vai subir e derramar em tudo aqui. Pode atender para mim?

— Ok.— Estico meu braço e pego o celular dela, atendendo a ligação — Alô?

— Rachel, que demor... Calma, não é a Rachel, mas eu conheço essa voz — fica um silêncio por um tempo — Senhor Armani?

— Sim.

— Sabia! Essa voz não tem como esquecer. Onde está a minha amiga.

— Na minha frente.

— E por que o senhor atendeu a ligação?

— Porque ela pediu.

— Hmmm... Como está indo tudo aí? Está fazendo tudo de acordo com o que conversamos daquela vez?

— Tentei, viu. Mas sua amiga é petulante e difícil. Estou em um mês de teste, você acredita?

Ela riu no outro lado da chamada. Rachel desliga o fogão e começa a colocar o leite na mamadeira, tenho certeza que já entendeu com quem estou conversando.

— Já te falei, é o ex dela que a traumatiza.

— Por isso que combinamos. Nós dois somos fodidos psicologicamente, mas ela não quer ficar comigo por causa disso. Daqui a pouco estou a amarrando e a levando para casar comigo à força.

— Se precisar de uma testemunha, estou disponível.

Rachel ficou me encarando, os braços apoiados na bancada. Está me fitando com o olhar, assim como Bella.

— Coloca no viva-voz — disse, em voz alta.

— Tá...— retiro o celular do meu ouvido e coloco no viva-voz.— Está...

— Não, não avisa ela!— me advertiu.

— Senhor Armani, eu acho que vocês fazem um casal perfeito. Mas Rachel tem o tempo dela, fora que faz somente um mês que ela está aí. Não devemos pressiona-la a nada. Fora que ela é leitora, os padrões são muito altos.

— Rachel, não tenho dois nomes, mas escolha se eu posso ser seu Hawke ou seu Casteel — indaguei. Rachel paralisou e a pessoa da ligação se calou. Foi aí que eu percebi que...— Sempre — sussurrei. Ela me olhou confusa, seus olhos com um brilho diferente. Beatrice ainda se mantém calada.— Seu coração esteve seguro comigo. Sempre estará. Não há nada que eu irei proteger mais ferozmente ou com mais devoção, Rachel. Confie nisso — citei uma frase do livro dela novamente, mas incluí o nome dela.

— Senhor Armani...

— Não precisa me responder agora — falei, a interrompendo e levantando da banqueta, caminhando até parar ao seu lado.— Continue a nadar, Rachel. Um dia chegará à costa. E eu estarei lá, te esperando. Nem que se passe uma vida inteira.

Pego a mamadeira da sua mão e jogo um pouco em meu pulso, vendo que está morna. Então saio dali e começo a dar o leite para Bella, que estava quieta enquanto ouvia tudo que nós estávamos conversando.

ALGUMAS FALAS CITADAS NESSE CAPÍTULO TIVERAM REFERÊNCIAS DOS LIVROS:

De Sangue E Cinzas, Jennifer L. Armentrout.

É Assim Que Acaba, Colleen Hoover.

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