18

...RACHEL...

Saio da cozinha e alguém já segura meu braço, me guiando para a sala de estar. Dante fica na minha frente e cruza os braços, me soltando, analisando-me de cima a baixo.

— Você está bem?

— Sim. Por que não estaria?

— Certeza?— perguntou, ignorando minha pergunta — Não tem nenhum machucado? Ninguém tentou te ferir ou te seguiu?— pegou minhas mãos e me girou, para analisar todo o meu corpo mais precisamente.

É para alguém ter me ferido ou me perseguido? Do que ele está falando? Eu estou em perigo? Ou pior, Bella está em perigo?

— O que está acontecendo, Dante? Você está me deixando assustada.

— Toda vez que sair, me avise, por favor! Eu não quero que nada de ruim aconteça com você. Bella não aguentaria... eu não aguentaria.

— Dante, calma — sussurro, acariciando as costas das suas mãos com os meus polegares.— Primeiro, me explique o que está acontecendo, senão eu não vou entender. Estou assustada com o seu desespero.

— É complicado, Rachel — diz, suspirando.— Tudo na minha vida é complicado. E se for para você ficar em perigo por conta de mim, eu...

— Você não vai dizer para eu ir embora, né?— questiono, soltando suas mãos e o interrompendo. Ele falaria isso para mim? Logo agora?—Juro que se você falar isso, eu jamais te perdoarei.

— Não. Eu nunca falaria isso para você. Eu te protegerei e farei de tudo para que você e minha filha fiquem seguras — ele senta no sofá, cobrindo o rosto com as mãos de uma forma melancólica, ou pelo menos eu interpretei dessa forma.

Durante todo esse mês que ele me perseguiu, eu coloquei limites e fui tentando entendê-lo, e consegui um pouco. No entanto, me esqueci de que estamos em realidades diferentes, classes sociais, status, família... tudo é diferente... Somos o oposto um do outro. Enquanto Dante sai quase toda noite para beber e transar, eu prefiro tomar um banho relaxante, brincar com Bella e ler um livro. Será que isso será um problema? Eu realmente não sei. Mas já ouvi falarem que as pessoas não mudam pelas outras... Em nenhuma circunstância, Dante mudaria por mim... Essa é minha principal preocupação. É a barreira que faz-me ficar afastada dele, mesmo o querendo loucamente.

— Michelle estava te perseguindo hoje, mas não se preocupe, ela nunca mais irá fazer isso...— o encaro com um olhar confuso. Como assim ela me perseguia? Por qual motivo? Por quê? Ela não é casada? Muitas perguntas e, infelizmente, nenhuma resposta.— O que houve? Por que você está assim?— ele questionou, pegando minha mão direita. Não respondo, só olho cada detalhe da expressão do seu rosto, deixando que ele sinta a mesma sensação que eu sinto todas as vezes que ele não me dá uma resposta.

Dante suspira novamente, se levantando e ficando de frente para mim, mas não ousou olhar em meus olhos.

— Terei que ir para a casa do meu pai hoje. Arrume Bella e esteja pronta às sete e meia da noite — ordenou, a voz fria, sem nenhum sentimento. Ele não me encarou e me deu as costas, indo para as escadas.

Armani voltou a ser como antes e isso não é bom, algo deve estar lhe preocupando muito, ao ponto dele nem sequer ter coragem de olhar os meus olhos. Suspiro longamente, saindo dos meus devaneios após ouvir o choro da pequena bebê no quarto lá de cima.

Olho para as escadas e Dante não está mais ali, o Sol está um pouco mais baixo do que estava quando eu conversava com meu chefe... Devo ter ficado uns minutos aqui, parada e pensando, tentando saber o que está acontecendo... De nada adiantou e não vai adiantar, o único que poderá dar-me uma resposta para minhas dúvidas é Armani, e se depender dele, não terei as respostas tão cedo ou talvez nunca.

Abro a porta do quarto de Bella, vendo-a sentada na cama, chorando e com a chupeta no chão. Vou até ela e a pego no colo, tentando saber o que houve.

— O que foi, meu amor?— sussurrei, afagando suas costas enquanto ela ia parando de chorar aos poucos.

Parece que ela teve um pesadelo, pois não é normal que Bella chore e sente na cama, só parando de chorar quando eu a pego no colo. Com o que ela poderia ter tido o pesadelo?

— Calma, meu bem. Já passou...

Limpo as lágrimas dos olhos dela e beijo sua bochecha, brincando de fazer cócegas nela para que ela começasse a dar risada e esquecer o pesadelo ou o que a assustou.

— Vamos tomar banho, Bella? Seu pai vai visitar seus avós.

— O vovô?— balbuciou. Eu quase não entendi, pois ela está aprendendo a falar algumas palavras ainda.

— Sim.

— Não queo, mamãe.

— Por quê, meu bem?

— Não queo...

Olho-a sem entender nada. Como eu queria poder ler mentes só para saber o motivo dela não querer ir.

— Meu amor, nós temos que ir, infelizmente. A mamãe promete ficar com você, ok?

— Tá, mamãe.

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Comments

Isabel Gasparin

Isabel Gasparin

espero q seja homem suficiente pra não deixar mandarem na vida dele e proteja a filha e a mulher que ele diz amar....

2024-04-05

58

Maria Da Guia Lima

Maria Da Guia Lima

o que houve a bella,não quer ir?

2024-05-20

0

Sirlei Aparecida

Sirlei Aparecida

ele já tá mudando de ideia será que vai desistir dela vai ficar chata a história

2024-05-12

0

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