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...DANTE...

Que raiva de quem criou esses eventos da classe alta, só tem gente mesquinha e que quer mostrar o que tem de dinheiro e de corpo, com as mulheres se jogando para cima dos homens... Desprezível esses eventos, mas até que aproveito muito algumas vezes.

Escolhi a dedo a roupa de Bella e Rachel. Mas estranhei quando não vi elas no primeiro andar nem no segundo, então supus que estavam no andar subterrâneo, e acertei.

Não era para eu ficar tão bravo quando vi a mensagem do tal Thiago se declarando para ela, porém, não sei o que deu em mim, mas meu peito apertou e tive que falar tudo aquilo. É bom que ela saiba que não vai poder sair sozinha de casa, pois está sem folgas.

Subo para meu quarto e tomo um banho para relaxar meus músculos, e depois começo a me arrumar para o evento de "caridade". Por que as aspas? Enfim, eles não ligam para a caridade ou coisa do tipo, só querem mostrar que são ricos e podem lucrar só em uma noite, e uma parte desse dinheiro vai para a caridade, não o valor total. Mas as pessoas adoram todos, admiram e falam que tem que ter mais pessoas assim no mundo... Mal sabem, coitadinhas.

Visto uma camiseta de gola alta preta, um casaco grande preto, uma calça preta e um cinto preto com a fivela dourada. Optei por estar vestindo preto nesse evento, traz um ar de luxo e riqueza, fora que não fico tão evidente assim. Por fim, coloco um colar com o pingente de uma pequena algema e um relógio prateado.

Termino de pentear meu cabelo e pego minha carteira e meu celular, descendo para a o primeiro andar. Bella e Rachel ainda não estou prontas, e quero muito ver como a babá irá ficar com a roupa que eu escolhi.

— Senhor Armani — alguém me chama. Levanto minha cabeça e vejo meu assistente.

— O que foi?

— O Tesla já está ao lado de fora, senhor.

— Ok. Pode se retirar.

Ele faz o que eu falo, então volto minha atenção para meu celular, ignorando totalmente as mensagens que estão me mandando. Minha mãe não para de encher o saco, assim como outras pessoas que estarão no evento, pois precisam de mim lá para que tudo ocorra bem. Desonestos.

— Senhor Armani, já estamos prontas — é a voz de Rachel. Levanto a cabeça e desligo o meu celular. Contenho meu queixo para que não caia com a beleza que ela e minha filha estão. O vestido branco colado, com a bota de cano alto branca e o casaco grande branco, combinou demais com ela. E minha filha está com um vestido branco e preto, talvez, só talvez, eu tenha escolhido esses para que possamos parecer um casal... mas só talvez, mesmo.

Quem vê até acha que é a mãe dela, não a babá... Isso não é uma má ideia. Michelle estará no evento, se não me engano. Levanto do sofá e fico de frente para ela, pegando sua mão

— Rachel, preciso que você me faça um favor essa noite.

— Qual?

— Finja ser a minha noiva.

— Peça para as centenas de mulheres que você já pegou. Por que eu?— tenta retirar sua mão, mas a mantenho firme.

— Bella gostou muito de você.

— Qual é a palavra que se deve falar para pedir um favor, senhor Armani?— bufo. Nunca precisei falar "por favor" para alguém em toda a minha vida.

— Por favor, Rachel, finja ser minha noiva neste evento.

— Ok, mas é só por hoje e faço isso pela Bella, pois ela não se sentirá confortável com outra mulher — refutou. Eu sabia que ela não ia aceitar calada.— Só te peço algo em troca.

— O quê?— a olho com um olhar malicioso. Que ela tem um corpo curvilíneo e lindo, não posso negar e fico tentado várias vezes com ela perto de mim. Rachel tampa o ouvido de Bella.

— Quando for transar, transe mais baixo. Não aguento mais ficar sem dormir por noites seguidas.

— Tá.

Pego um anel do meu bolso e coloco no dedo dela. Ele é banhado em ouro e tem uma flor de pedra azul no centro. Depois lhe dou uma dourada com adornos prateados por todo o entorno. Um é de noivado e o outro de namoro.

Em meu dedo está a de namoro também. Meu nome está nos anéis dela e o dela está no meu. Cuidei de tudo isso semana passada, pois sabia que iria encontrar minha ex no evento de hoje, e quero que ela ache que após sua fuga, eu me relacionei sério com alguém, mesmo que não seja. É só uma forma de vingança.

— Alguma ex sua vai estar no evento, não é?— Rachel pergunta, enquanto andamos para fora da casa.

— Por que a pergunta?

— Não sei. Mas você é o tipo de homem que faria isso. Pois não faz sentido fazer eu fingir ser sua noiva.

— Tire suas próprias conclusões, meu amor.

Ela se espanta, olhando para mim com os olhos arregalados. Confesso que falei isso com uma naturalidade que jamais achei que falaria.

— Do que o senhor me chamou?

— Rachel, temos que fingir sermos noivos e fazer todos acreditarem, então teremos que nos chamar assim.

— Ok, ok. Tentarei.

Ficamos quietos até irmos ao carro. Rachel coloca Bella na cadeirinha e senta ao lado dela, no banco de trás. Reviro os olhos.

— Aqui na frente, Rachel — digo. Ela bufa e abre a porta do carro, vindo até o banco do passageiro ao meu lado.

Logo, começo a dirigir. Por mais que o carro tenha a opção de dirigir sozinho, aqui no Brasil isso não é muito uma realidade, já que não tem rodovias e ruas muito adaptadas para esses carros.

O silêncio se instalara entre mim e Rachel, somente Bella balbuciava e dava uns gritinhos no banco de trás. Agradeço por ela ter gostado de Rachel, pois eu não sei mais o que faria se minha filha continuasse daquele jeito.

— Acho que é melhor sabermos coisas sobre o outro, pois podem nos questionar — Rachel diz, quebrando o silêncio.

— Verdade — tinha esquecido que aquele povo é curioso.

— O que você sabe sobre mim?

— Seu nome é Rachel Karolline Ribeiro da Silva e tem vinte e quatro anos; É formada em contabilidade na FEA-USP; Morou com a avó a vida inteira, mas quando tinha dezoito anos ela faleceu; Tem uma irmã que é casada e tem dois filhos, cujo você cuidava quando eram mais jovens, mas não tem contato com os pais; e mora em um apartamento com a melhor amiga faz um ano e meio.

Quando a olho por alguns instantes, ela está boquiaberta, surpresa, muito surpresa.

— Você investigou a minha vida?

— Você iria cuidar da minha filha, é óbvio que investiguei. E você? O que sabe de mim?

— Nada.

— Nada?— ela assente. Como assim alguém não sabe de nada sobre mim? Sério que ela nem sequer se deu ao trabalho de pesquisar?

— Depois você me conta sobre você, vou te dar mais algumas informações sobre minhas coisas favoritas — me olha, mas não a encaro, pois estou dirigindo.— Minha cor favorita é cinza-escuro; não sou muito fã de salgados, prefiro doces, tanto que sou sugarholic; costumo trocar algumas refeições por doces; não tenho muito apetite e odeio quando me obrigam a comer, meu doce favorito é donut; meu animal favorito é o panda vermelho; gosto de ler livros de ficção, suspense e terror; amo filmes e séries de terror; e acho que é isso.

Bastante peculiar os gostos dela, nunca conheci uma pessoa tão interessante assim em toda a minha vida.

— Agora você, Dante.

— Ok. Meu nome é Dante Jean Belucci Armani, tenho vinte e oito anos. Sou formado em administração e contabilidade na FEA-USP também. Minha cor favorita é branco; meu animal favorito é o leão; gosto de filmes de terror e suspense; amo música clássica; gosto de ler livros de qualquer gênero, mas prefiro suspense; não gosto de doces, prefiro salgados; tenho um pouco de workaholic, por isso tento me distrair com outras coisas; não costumo almoçar nem jantar; e é isso.

— Ok... E se perguntarem quanto tempo estamos juntos?

— Vamos dizer que há oito meses.

— Não é muito pouco?

— Sim, mas minha filha tem um ano, e eu tinha me envolvido em um rolo com algumas amigas da minha ex por um mês. As outras mulheres que me envolvi nesses meses, jamais falarão algo, pois assinaram um termo de confidencialidade e se falarem pagarão uma multa de meio milhão de reais, fora que será a minha palavra contra a delas.

— Não tem imagens de você em baladas ou coisas do tipo?

— Não. Qualquer imagem minha divulgada sem meu consentimento eu processarei, e meus advogados alegrarão que é manipulado, então isso não é problema.

— Ok.

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Comments

Solange Santos

Solange Santos

há eu pedia as minhas folgas de volta exigiria que ele levasse as amantes pro motel uma mão lava a outra né 🤗🤗🤗🤗

2024-04-09

64

mara souza

mara souza

Eu acho que ele levou foi chifre, isso de controlar os outros é dor de corno.

2024-05-21

0

Tu y yo Siempre juntos

Tu y yo Siempre juntos

a primeira vez que leio e os personagens sobrevivem de ar porque não comem 🤔

2024-05-21

0

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