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...DANTE...

Quando me virei e vi Rachel pela primeira vez, eu sabia que ela iria desgraçar toda a minha vida, mas jamais imaginei que seria dessa forma. O jeito dela, o rosto inocente, as curvas... tudo isso está me deixando louco!

Estou girando na cadeira do escritório de um lado para o outro, enquanto penso sobre isso. Porra, como ela teve coragem de me confrontar e ainda tirar a minha mão do seu queixo? Admito que fui infantil em tirar as folgas dela, porém, prefiro pensar que só usei as cartas que tenho. Rachel tem que aprender a se portar de acordo com o meu gosto.

Levanto da cadeira, vendo que são sete da noite, quase oito, então vou para a casa e amanhã de manhã eu dou a resposta para ela, e ainda falo como quero que ela se porte.

Não há mais ninguém na empresa além dos seguranças e a equipe de faxina. Quando me vêem, os seguranças vêm até mim, com uma mulher de cabelo ruivo encaracolado, sardas no rosto, olhos verdes e um corpo não muito curvilíneo, mas com seios fartos. Não pude evitar de deixar de comparar ela com Rachel, a babá da minha filha é realmente muito magra, ela deve ter uns 1,67m de altura e pesar uns 49kg, tenho que falar para Elizabeth fazer ela comer.

Enfim, ignoro esses pensamentos quando um dos seguranças fala comigo.

— Senhor Armani, essa mulher está falando que o senhor a chamou.

— Qual o seu nome?— pergunto para a mulher.

— Amanda.

— Hmmm... Deixe que eu cuido disso — falo, segurando o braço da mulher. Acho que ela estava na boate no domingo e eu devo ter prometido que iria transar com ela, vou aceitar, não tinha nenhuma diversão hoje mesmo.

— Vai me levar para sua casa?— questionou quando entrei no carro e ela também. A voz dela é fina e insuportável, mas espero que seja boa na cama pelo menos.

— Sim. E se puder falar menos, melhor.

Ela acatou bem o que eu falei. Viu, não é tão difícil me obedecer! Por que será que Rachel não obedece? Pensar nisso vai me deixar louco, tenho total certeza disso.

Após um tempo, estaciono o carro na garagem. A mulher ao meu lado fica admirando tudo, olhando para todos os cantos. É tão difícil assim não achar normal casas assim? Sei que minha condição financeira é incrivelmente alta e tudo mais, mas poderiam pelo menos disfarçar.

A ruiva vem para cima de mim, beijando meus lábios. Retribuo, colocando a mão na sua nuca, puxando seu cabelo. Ela geme, mas o barulho está me incomodando, pois a voz dela é irritantemente fina, então paro, dando a desculpa de que teria que abrir a porta e tudo mais.

— Vamos continuar no meu quarto — falo, fechando a porta.

— Você quem manda.

Como estou na frente, vejo que tem alguém sentado no sofá da sala de estar. Está com um coque desleixado no cabelo, que identifico de quem é: Rachel.

— O que você faz acordada aqui em baixo?— pergunto, vendo que são oito e pouco da noite. Ela está com uma roupa preta, que cai muito bem nela, por sinal. Ouço a mesma inspirar profundamente antes de virar e me olhar.

— É sua esposa?

— Deus me livre!— Rachel dispara, fazendo a cruz no peito — Senhora, não fale uma bobagem dessas, por favor. Eu não tenho religião e nem acredito, mas juro que viro até budista e vou na igreja todo domingo, desde que eu não tenha nada com esse homem.

Fico totalmente surpreso. É a primeira mulher que fala isso para mim, como ela pôde? Eu, logo eu, não sou atraente? Muitas mulheres e homens matariam para casar comigo e ela fala isso? Que falta de noção.

— Que bom. Não queria ser a ou...— interrompi sua fala.

— O que você está fazendo aqui em baixo, Rachel?

— Me chame de senhorita Silva, por favor — ela fala, levantando do sofá, então vejo que está com minha filha em seu colo, dando leite para ela.— Estou cuidando da Bella, é o meu trabalho.

— É sua filha?

— Não interessa — respondo, seco.

Rachel vai para a cozinha e ouço um barulho de água, ela deve estar lavando a mamadeira da Bella.

— Não se preocupe com a babá. Vamos, temos que aproveitar a noite.

— Vai na frente. Sobe as escadas e é o primeiro quarto ao lado esquerdo, após a sala de estar — dei as coordenadas para um quarto de hóspedes que eu costumo usar e deixo trancado, já que odeio que alguma mulher entre em meu quarto, transar com alguém lá me faz lembrar da maldita com quem me envolvi. Essa casa tem muitos quartos, o meu, de Bella, dos funcionários e os de hóspedes.

— Sala de estar?

— Sim, tem outra lá em cima. Só vai!

— Eu vou me perder.

— Ok. Então espere aqui.

Caminho para a cozinha, mas dou de cara com Rachel saindo com Bella. A encaro por vários segundos, até que ela respira profundamente e me olha com deboche.

— Senhor Armani, precisa de algo?— não respondo. Só ando para a frente até prendê-la entre meu corpo e a parede. Bella começa a balbuciar algumas palavras e dá uns gritinhos.

— O que você está fazendo... comigo?

— Como assim, senhor Armani?... O senhor não tem que estar com a mulher ruiva? Ela está o esperando.

— Eu realmente não sou atraente para você?

— Não. Agora, se me der licença...— tira meu braço da parede ao seu lado e passa com minha filha, subindo as escadas e olhando para os lados até ir para o direito, em direção ao corredor do quarto de Bella e o meu.

— Vai ficar aí parado?— aquela voz chata repete. Me viro e ela está somente de roupa íntima, bom, facilitou meu trabalho.

— Vamos — digo, ouvindo uma porta fechar no andar de cima.

Bom, já que Rachel vai ficar nisso de me confrontar, vou fazer com que ela tenha somente três horas de sono ou menos, pois além de eu estar com uma mulher gemendo horrores no quarto, Bella sempre acorda umas quatro vezes na madrugada. Boa sorte, Rachel Karolline.

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