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...DANTE...

Michelle paralisou, como se tentasse digerir o que eu falei. Seguro a mão de Rachel, a puxando dali. Bella se curva em meu corpo, para ir até a sua "mãe", que pega ela no colo, lhe dando um beijo na bochecha.

— Eu não vou te deixar sair por cima nessa situação!— a mulher atrás de nós fala, e logo o cabelo de Rachel é puxado brutalmente para trás.

Não sei o que deu em mim, mas na hora que eu vi que ela quase se desequilibrou e caiu no chão junto com a minha filha, um ódio dentro de mim cresceu cada vez mais e me fez segurar o braço de Michelle.

— É melhor você largar a minha futura esposa, senhora Williams. Juro que se tentar mais uma coisa com ela, eu não responderei por mim.

Retiro sua mão do cabelo de Rachel, arrumando com as mãos e a abraçando, deixando minha mão na sua nuca.

— Você está bem, amor? Ela te machucou?

— Estou. Tá tudo bem.

— Quer que eu faça alguma coisa? Coloque alguma restrição de aproximação ou coisa do tipo?

— Não. Isso é ação de gente mal amada.

— O que você disse?!— Michelle gritou, tentando puxar o cabelo de Rachel, mas me coloquei em sua frente.

— Não pense em tocar na minha esposa novamente, caralho!— alertei, segurando o pulso dela com força.— Senhora Williams, o que nós tínhamos no passado ACABOU. Pare de tentar interferir na minha vida, a senhora está casada, porra!

Algumas pessoas saíram do salão e ficaram olhando a cena. Solto o pulso de Michelle e volto a encarar seus olhos. Ela estremece. Tenho certeza de que pode ver a fúria em meus olhos. Ela poderia fazer o que quisesse, menos mexer com Rachel e Bella.

— Você fugiu por livre e espontânea vontade. Vá para os braços do seu marido. Não ouse encostar na minha esposa ou na minha filha novamente.

— Senhor Armani, mil perdões — diz o senhor Bastos, correndo até mim e se ajoelhando na minha frente. Ele fará de tudo para que eu não tenha uma má impressão e aumente o aluguel desse hotel, ou pior, alugue para outra pessoa, já que tenho vários pedidos.

— O que você está fazendo, pai?

— Se ajoelhe, Michelle!— gritou, puxando sua filha para o chão.— Por favor, senhor Armani, peço perdão em nome da minha filha.

— Só aceitarei se a senhora Williams se desculpar com a minha noiva — puxo Rachel para minha frente, pegando Bella no colo. Minha filha está assustada com toda essa gritaria, então escondi seu rosto em meu peito e ela pegou minha mão, mordendo meu dedo.— Tá tudo bem, meu amor. Nós vamos embora daqui a pouco, ok?

— Tá, papai — disse, ainda mordendo meu dedo.

— Eu não vou fazer isso.

— Você vai, sim, Michelle! Não entendo nem o porquê de você estar agindo dessa forma com a senhorita Silva.

Michelle abaixa a cabeça. Rachel me olha com uma expressão de cansaço, querendo sair dali logo. Seguro sua mão, me preparando para entrar no elevador, que já está com a porta aberta. Quando penso em me virar, alguém se atira nos pés de minha "noiva".

— Desculpa, senhorita Silva. É que eu... senti inveja de você, do seu corpo, da sua aparência. Mil perdões!— é Michelle. Me viro e ela está ajoelhada aos pés de Rachel.— Juro que não farei isso novamente. Me perdoe!

— Está tudo bem, senhora. Acidentes acontecem... e sei que deve ter tido uma impressão errada de mim ou errado nas palavras. Está tudo bem, não se preocupe — a voz de Rachel permaneceu baixa como sempre foi, não teve nenhuma alteração e ela foi super elegante com a senhora Williams.

A babá tira o pé do aperto de Michelle, então aproveito o momento para puxá-la para mim, segurando suas costas quando nossos corpos se chocaram.

— Ótima escolha de palavras, meu bem. Deixe que a parte das notícias eu cuido.

— Tenha uma ótima noite, senhor Armani — o pai de Michelle falou, já de pé.

— Terei.

...~∆~...

Bella já está dormindo faz uns minutos quando chegamos em casa. Rachel a deixou no sofá, deitada, enquanto tínhamos que ter uma conversa. Eu já fiz com que nenhuma notícia seja postada, então não teremos problemas sobre a imagem de algum de nós.

— Muito obrigado, Rachel.

— De nada, senhor Armani. Mas não receberei nenhuma multa por isso, né?

— Não.

Ela arruma o vestido, então aproveito para colocar seu casaco em cima da mesa. Noto que ela está frequentemente mexendo nas botas, como se já estivessem fazendo bolhas em seu pé. Meu peito apertou ao ver isso. O que está acontecendo contigo, Dante?

— Está tudo bem, amor?— pergunto. Ela paralisa.

— Já pode parar de me chamar assim, senhor Armani.

— Confesso que gostei de te chamar assim.

Rachel abre a boca para responder, mas enlaço sua cintura e a trago para mais perto de mim. Inverto as posições, a deixando na parede, presa. Aproximo meu rosto do seu, de modo que posso ouvir as batidas do seu coração, me curvo ainda mais, ficando mais ou menos da sua altura, só um pouco mais alto, podendo sentir seu hálito quente e sua respiração acelerada. De alguma forma, eu também estou assim.

— Na próxima vez que sair, use sapatos apropriados e uma roupa mais pesada. Essas botas vão acabar com você, e esse vestido... comigo — sussurrei, em seu ouvido. Citei uma parte do livro que ela estava lendo pela milésima vez, só adaptei algumas palavras.

— V-você leu?

— Diga-me do que você gosta para que eu possa fazer com que você adore — sussurrei, novamente. Seu corpo enrijeceu.

— De sangue e cinzas...

— ... Nós ressurgiremos — completei.

Uns dias atrás, ela estava lendo o livro "De Sangue e Cinzas", e se não me engano era a terceira vez que a vi repetir esse livro, e ela me falou que é seu livro favorito. Quando havia perguntado se era bom, Rachel falou que eu jamais iria ler esse livro por preferir outros gêneros e tudo mais. Enfim, comprei o livro junto com os outros dez que pertencem à sequência, e já estou no quarto livro "A Guerra Das Duas Rainhas".

— Achei que você jamais leria.

— Você sempre acha errado tudo que tem a ver comigo. O que eu devo fazer para te conquistar, Rachel Karolline?

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