11

...RACHEL...

Confesso que achei bem estranho o meu chefe ter me feito tal proposta, mas aceitei por conta de Bella, não quero que ela fique com qualquer mulher ou que ele a negligenciasse.

Quando Dante estacionou em frente a um enorme prédio, tive certeza que eu não pertencia a esse local. A fachada é totalmente extravagante e luxuosa, assim como tudo que o senhor Armani tem. Estou receosa em ter que chamá-lo de "amor", pois isso vai me fazer lembrar de Henrique.

Um homem vestido totalmente com um terno preto, cortado sob medida, sai de seu posto e contorna o carro, em passos largos e rápidos, para abrir a porta para Dante.

— Não saia. Vou pegar Bella e depois abro a porta para você.

— Tá — se você quer fingir que é bom pai, quem sou eu para negar, eu quis completar, mas mordi o lábio para não falar. Percebi que ele levou isso para outro lado, pois seus olhos brilharam quando fitou meus lábios.— Não vai sair?

Ele sorri, e é a primeira vez que vejo Dante Armani sorrir, mordendo o lábios inferior e em seguida desce do carro. Não analiso seus movimentos, só noto o homem de preto voltar ao seu posto.

Dante abre a porta de trás do carro e tira Bella da cadeirinha. Ela dormiu no caminho para cá, e eu guardei uma bolsa com as coisas dela, caso precise.

— Papai — falou, sua voz baixa por ter acabado de acordar.

— Oi, meu bem — respondeu, fechando a porta e dando um beijo no topo da sua cabeça.

Falso, que só ele...

Logo, a porta ao meu lado é aberta, e seus olhos negros encontram os meus, mas quando me preparo para sair, ele fita entre minhas coxas, piso de leve em seu pé, o que fez o mesmo arquear uma sobrancelha e enlaçar minha cintura, me trazendo para mais perto de si.

— Pervertido — indago, saindo de seu abraço e fechando a porta. Um outro homem, dessa vez com um paletó azul-escuro, contorna o carro e entra no lado do motorista. Não sei muito sobre esse mundo dos ricos, entretanto, pelo pouco que sei, acho que ele é o manobrista.

Dante segura minha mão e com a outra segura Bella, que está olhando para todos os lados, analisando tudo. Ele não deixou eu a segurar no colo, mas não tive muito tempo para debater sobre isso, pois vários flashes de câmeras se direcionaram a nós, quase me cegando.

O senhor Armani solta minha mão e cobre meu rosto, impossibilitando que tirem mais fotos de nós, depois me entrega Bella, para que eu tampe seus olhos para que luz não a machuque.

— Quem são eles?— pergunto.

— Imprensa. É normal nesses eventos, mas sempre ignoro.

— Mas você não quer uma noiva?

— Sim, porém, prefiro que seja revelado com fotos dentro do prédio, pois ali são tiradas com mais elegância.

Por fim, sinto uma mudança de temperatura e Dante para de tampar meus olhos, o que me faz ter a esplêndida visão do saguão. Há pessoas uniformizadas por toda a parte, e parecem receber todos que chegam, mesmo que eu não esteja vendo ninguém por enquanto.

— Por que não tem ninguém?

— O evento é na parte VIP do hotel, meu amor, somente milionários têm acesso. Mas somos os últimos a chegar, e confesso que isso já virou tradição para mim.

Rio da última parte do seu comentário, ignorando totalmente a forma carinhosa que ele me chamou. Dante me encara, mas há um brilho diferente em seu olhar, parece encanto, mas está em contraste com o de malícia.

Arrumo meu cabelo, achando que ele está observando isso, mas não era. Então olho meu vestido e abaixo um pouco mais a parte dos seios, pois estava um pouco para cima. Quando olho o senhor Armani, seus olhos parecem me despir ali mesmo.

— Por favor, amor, não faça isso. Não quero te tratar como as outras. Com você não é só uma noite que eu queria, mas sim a vida toda — ele disse. Arrepiei e pude sentir um suor frio escorrer pela minha testa.

Ignorei. Ele deve estar fingindo. Volto a olhar para o saguão e Dante volta a me conduzir, pela cintura, em direção à recepção, mas não chegamos nem perto, pois uma funcionária veio até nós.

— Senhor Armani, senhorita Armani e senhorita Silva, é um prazer estar servindo-os. Por favor, sigam-me — ela disse, se dirigindo formalmente até para Bella, que nem entendeu uma palavra que ela falou. Mas como ela sabe meu nome?

Seguimos ela até os elevadores, pelo jeito a área VIP é em um dos andares altos do hotel. Quando a funcionária aperta o botão, ela se vira para nós, e o elevador começa a subir após fechar a porta.

Enfim, a porta abre após um tempo, e quando saímos nos deparamos um enorme corredor, mais luxuoso do que o saguão do hotel. O chão de madeira escura; o tapete vermelho com detalhes em várias cores, parecendo ter sido feito sob medida; os quadros, um dos mais magníficos que já, pendurados em áreas específicas das paredes. É deslumbrante.

Dessa vez, uma outra funcionária vem até nós, e com isso a outra volta para o elevador.

— Senhorita Silva, quer que eu guarde seu casaco?— perguntou, olhando para mim. Realmente, dentro do hotel está quente, no entanto, nem pude pensar em responder, pois Dante me interrompeu.

— Não é necessário.

Nisso, andamos pelo enorme corredor, e quando paramos em frente à enorme porta preta, a funcionária bate de leve três vezes, fazendo a porta ser aberta logo depois.

Tá, se eu achei que não iria me impressionar mais, retiro esse pensamento, pois essa parte é ainda mais luxuosa, tanto que mal consigo descrever tudo que eu vejo. A arquitetura é fantástica, assim como os enormes lustres brancos e dourados pendurados em partes estratégicas do teto; mesas com comidas que os garçons vão s todo momento, oferecendo aos convidados com duas bandejas limpas e extremamente brilhantes; mais pinturas nas paredes, que atrai o olhar de algumas pessoas; um canto com músicos que tocam diferentes instrumentos e fazem um bom plano de fundo para as conversas simultâneas das pessoas.

Não consegui ignorar os olhares que se voltaram para nós. E nem pude terminar de fazer minha análise, pois Dante começou a descer a pequena escada para ir de encontro com um homem que vinha— determinado e com um enorme sorriso no rosto— em nossa direção.

— Senhor Armani.

— Senhor Bastos.

Se cumprimentaram com um breve aperto de mão, e os olhos do homem me analisam dos pés à cabeça.

— Deixe-me apresentá-la — sussurrou em meu ouvido.— Senhor Bastos, essa é minha noiva, Rachel Silva. Amor, esse é o senhor Bastos, dono desse hotel.

— É um prazer conhecê-la, belíssima senhorita Silva — disse, pegando minha mão e a beijando de leve. Um arrepio percorre meu corpo, mas de um jeito ruim, porém, evito as memorias de voltarem.

— Digo o mesmo, senhor Bastos.

— Senhor Armani, confesso que estou intrigado e honrado do senhor ter aparecido com sua noiva e filha em meu evento. Nem ao menos sabia que estava em um relacionamento.

— Cansei de vir sozinho e ela estava disponível hoje. Fora que minha filha completou um ano recentemente, então poderá me acompanhar nos eventos.

Quando o homem iria puxar outro assunto com Dante, dois casais e um homem desacompanhado vêm até nós.

— Senhor Armani — todos cumprimentam.

Meu chefe me apresentou a todos, mas os olhares de muitos em mim estava me deixando desconfortável. Mas não chegou ao mesmo ponto que chegou quando uma mulher de vestido azul claro, colado no corpo, veio até Dante. Ela tem o cabelo castanho claro, a pele bem clara, os olhos são verdes e tem sardas no rosto.

Quando ela olhou meu corpo, aparentou ficar irritada. Então olhei o dela. Não é muito curvilíneo, mas tem os seios maiores que o meu. Nunca tive uma autoestima das melhores, e algo me diz que meu chefe teve algo com essa mulher, pois seu físico é igual ao das outras que vi com ele nesse mês: os seios duas ou três vezes maiores que o meu; o corpo não muito curvilíneo; a clavícula não marcada; e magra, porém, não no meu nível, que quase aparece as costelas.

— Dante Armani.

— Senhora Williams. Como está o casamento?— há um certo rancor na sua voz.

— Achei que jamais iria me superar. Mas arrumou uma bela companhia.

***Esta obra está sob contrato com a NovelToon, e a pirataria, como a reimpressão sem permissão, é estritamente proibida.***

***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***