POV's Selena.
— Posso explicar!
—Explicar o quê, seu canalha? Que você matou a nossa filha!
Arremesso o anel sobre o seu peito, com toda a raiva que sinto. Seus olhos se arregalam por não acreditar na atitude que tomo em responder ao pedido de casamento. Jogando o anel sobre si. Fui uma idiota!
Nunca que vou casar com esse assassino tóxico, ele me viu chorar pela morte da nossa bebê e ainda teve a coragem de me acusar friamente, do que ele mesmo praticou. Devo ser muito burra, ou o quê? Onde eu estava com a cabeça para me declarar pra esse estúpido!
— Selena!
Quer alcançar-me os meus passos. Ando apressadamente para bem longe, porque não quero dá-lo ouvido e nem perder o meu tempo ouvindo suas mentiras.
— Não toque em mim!— esperneio me debruçando, quando sinto o toque da sua mão segurar o meu braço. Viro o corpo para trás bruscamente, histérica.
— Não foi bem o que você acha que foi. — sua respiração é ofegante, assim como o seu tom que soa de culpa.
Recuo, o olhando fixamente sem decifrar o que as suas malditas palavras querem dizer. Como as coisas mudam, eu estou agora na frente do assassino da minha bebezinha.
— Foi um acidente, Selena, foi só um acidente.— confessa. O que mais me dói nisso tudo, é que ele não teve a decência de admitir antes, eu tive que saber por Mabel a verdade enquanto ele estava fingindo não saber de NADA.
Sinto-me as minhas pernas falhando, porque o choque é tão grande em descobrir o que aconteceu e principalmente quem fez essa crueldade, eu esperava qualquer um, menos ele. No começo até suspeitei que poderia ser, mas descartei, porque Justin mostrou remorso. Mas o remorso no caso, era a culpa o correndo por dentro.
Maldito!
— Ela era apenas uma criança, só uma bebê! Um ser tão inocente.... Por quê? Por que tu fez isso com ela? — o pergunto com o tom embargado, sendo impossível de conter o olhar de desprezo que sinto por este homem no momento.
Posso ser a pior das psicopatas se possível, mas eu nunca encostaria a mão em um ser que não é capaz de se defender. E nem no meu próprio sangue.
— Não tive culpa, Selena! Tente acreditar em mim.
Começa a chorar, achando que vou me comover e sentir pena da sua ceninha, jamais vou cair na sua lábia. Continuo o olhando com nojo.
Minha vontade é de tacar a faca que carrego e acabar com isso logo, prometi vingar a morte da Annabelle e carrego essa faca comigo desde do dia que ela morreu. Quero enfiar no estômago do seu assassino, mas não esperava que o assassino fosse Justin. Tomar essa decisão de mata-ló, é como uma tortura. Por mais que eu queira, no fundo não consigo machuca-ló.
Deixo a faca cair na frente do homem que está tendo uma crise de choro. Ele se choca, engolindo em seco, vendo que acabei desistindo de tentar contra a sua própria vida.
— A partir de hoje você morreu para mim. — por mais que seja uma decisão dolorosa, mas não tenho equilíbrio psicológico para viver ao lado do assassino da bebê.— Não quero mais te ver na minha frente, entendeu, Bieber? Quero que você suma da minha da vida! Desapareça! Eu não quero mais cruzar com você na minha frente!— cuspo as palavras duramente, não permitindo mais nenhuma lágrima escorrer.
Volto com a minha postura fria.
Daqui para frente não vou querer mais nada, minha rotina vai ser matar loucamente, qualquer um que aparecer no meu caminho. Tentei ser boazinha, mas só me ferrei!
— Você não está me deixando explicar o que acontece-u.
— Eu não quero ouvir! Eu não quero saber dos mínimos detalhes de como você assassinou a nossa bebê, está me escutando, seu merda?— altero-me irritada com esse choro ridículo. — Ela morreu, acabou! Nada vai trazer Annabelle de volta. E pare de achar que vou sentir pena de você, Justin! Porque eu não vou — aponto pro seu estado, no qual está dando um de coitado.
— Tenta me ouvir, caralho! Tenta pelo menos saber a minha versão. Você acha mesmo que eu teria coragem de machucá-la?
— Tudo que vem de você, não duvido mais nada.— dou de ombros, lhe encarando com desdém. Tudo que esse homem merece, é minha indiferença. — Pagou uma mulherzinha para fingir ser a sua namorada. Praticamente mandou a Mabel mentir e fez ela me acusar para tirar a tua culpa! E você acha mesmo Justin, que vou perder o meu tempo ouvindo tu falar tuas merdas?— elevo o meu tom, enquanto brigo com esse descarado.
Me sinto a pior otária do mundo por ter caído na sua conversinha fiada, e ainda ter cogitado em casar com esse babaca. Quando penso a burrada que ia fazer... Pelo menos Mabel me parou a tempo.
Dou as costas para ir para barraca e nunca mais encontro-ló, no entanto paro:
— Lembra que você bebeu muito naquela madrugada? Depois que você mandou eu ir pegar a camisinha na barraca, eu fui atrás. Tava tudo normal. As nossas filhas estavam dormindo, eu até fiquei por alguns instantes as admirando.— reviro os olhos. Por qual razão está perdendo tempo me explicando essa droga?— Depois sai da barraca, fui até você, e você tava dormindo, Selena. Aí pensei: não vou acorda-lá. Fiquei te olhando por alguns minutos e depois resolvi te levar para barraca.
— E...
Quero que esse estúpido chegue logo na conclusão final e pare de ficar enrolando contando essa historinha.
— Depois te coloquei ao lado da bebê, Mabel ficou na outra ponta. Você no meio entre elas. Como eu queria dormir ao teu lado.. — rolo os olhos. — Afastei a bebê e entrei no meio.
— Então significa que... — insinuo, com uma suspeita em mente.— Você a sufocou depois? Achando que era eu, no caso?— é a única explicação plausível.
Esse psicopata arquitetou me matar e acabou acidentalmente matando o alvo errado.
— Claro que não, porra! Dormimos abraçados.— detalha essa parte, como se fosse algo maravilhoso.
Suspiro fundo, sem paciência.
— E o que rolou depois? Você abusou de mim?
— Tá louca, Selena? — arregala os olhos, estando ofendido com a minha afirmação. Se bem que esse infeliz nunca me forçou a nada, mas estou com raiva, preciso acusá-lo para me sentir melhor.— De onde tirou isso? O fato de temos dormido abraçados, não significa que eu tenha se aproveitado de você.
— Eu estava bêbada, cara! Por isso que eu não tenho muita lembrança daquela madrugada. Acho que exagerei na bebida. Porque se eu tivesse em sã consciência, eu teria protegido a bebê, de você! — volto a apontá-lo o dedo. Justin se sente injustiçado e faz até uma cara de espanto.
— Quantas vezes vou ter que te dizer que foi um ACIDENTE?— dessa vez, grita perdendo a cabeça, para que eu o entenda. Mas eu nunca vou entendê-lo.
— Acidente ou não, NADA VAI TRAZER ANNABELLE DE VOLTA!— berro nos seus ouvidos. — Você a matou, Justin! — o acuso. E numa tentativa de sarar essa dor, começo a soca-ló.— Matou a nossa bebezinha! — choramingo, sem forças até para batê-lo.
— Eu não a matei, Selena.— intervém, tentando conter os meus braços que o esmurra.— Foi um acidente. — afirma.
Seus olhos se encontram avermelhados de tanto que chora arrependido. Nossos olhos estão lacrimejados e estamos sofrendo. Nunca pensei que o sofrimento doesse tanto. Acho que quando nossas vítimas pedem socorro, elas não aguentam mais a tortura. Estamos passando por algo parecido.
— Acidente.— nego com a cabeça, desacreditada. — Pare de me enganar. Como? Como foi?
—Quando eu acordei....— sussurra, num tom baixinho.— Eu tava dormindo por cima dela. Acabei a sufocando sem querer, por ter se metido em dormir entre vocês. Sinto muito! Sinto muito, caralho!
Meu mundo desmorona ao ouvir a forma de como a minha bebezinha morreu. O corpo do Justin é pesado.
— Eu não quero ouvir mais nada!— enlouqueço. Porque ela morreu do meu lado e eu nem sequer tive forças para tirá-la de lá. — Saía! Saía da minha frente!— o empurro, sentindo-me também a culpa me consumir.
— Espere, Selena!— impede-me de ir, segurando no meu pulso. Ouço sua respiração pesada fluir, aquieto um pouco, abaixando a guarda. Há uma inquietação em seu olhar, como se quisesse me contar alguma coisa. Estou disposta a perdoa-ló.— Nem sei como vou te dizer isso, pode parecer inacreditável até, mas... A Candice.— menciona a vagabunda. Irrito-me na mesma hora, me soltando:
— Vai se foder, Bieber! Cansei!— o xingo, andando para retornar para barraca. Estou puta por ele ter citado o nome dessa mulher justo no nosso pior momento. Que custava falar o nome até do demônio, menos dessa criatura.
— A Candice é enfermeira. Me escute.
O infeliz começa andar atrás de mim, na medida que ando em passos apressados.
— Não quero te escutar. Quer voltar pra ela? Volta! — sinalizo, não lhe dando ouvidos.
— Não é isso, Selena! A Candice falou...
— Para de falar dela, seu bosta! — paro no meio do trajeto. — Não quero saber da sua ex namorada! Quem vai embora dessa floresta, sou eu! Vou me internar num hospício, assim estarei mais segura, para não causar mais estragos. Porque do jeito que estou aqui, Justin... Eu só capaz de machucar até a Mabel! Porque estou fora de CONTROLE.— explodo, numa crise de surto.
— A Candice...— insiste em enfiar aquela praga. Que idiota. — Ela disse que a nossa bebê poderia ter tido uma parada cardíaca. Aí...
— Aí você desenterrou o corpo? — o olho sarcástica, montando o quebra-cabeça.— Você é tão sonso, Bieber! Pediu pra eu te levar até a cova, pra quê? Sendo que tu já sabia! Tá vendo como você é!—o acuso, vendo o tipo de homem mau-caráter que escolhi para minha vida.
— Queria saber se você tinha a empatia de me levar até ela, fiz um teste com você, admito.— idiota!— Você saiu às escondidas, Selena. Eu fui obrigado a te seguir, porque senão nem saberia onde a bebê ia ser enterrada.
— Agora está jogando a culpa para mim?— cruzo os braços, transparecendo arrogância na maneira de como eu o analiso.
— Só estou tentando te dizer, Selena.... — abaixa o tom no mais inaudível possível, quase não dando para escuta-ló direito.— Que a nossa menina sobreviveu.
—O quê?— sôo incrédula, ficando de boquiaberta. Por mais que nasça uma esperança dentro de mim, não consigo crer.— É impossível!
— Não, não é impossível!
— Eu a enterrei, Justin! Eu vi o quanto o seu corpinho estava frio. Coloquei areia por cima dela. Não posso acreditar que...— me enlouquece a tal hipótese.
— Ela ainda estava viva.
Caio no chão, de joelhos, assim que escuto as tais palavras. Eu tentei matar-lá, foi isso? Me sinto devastada.
— Eu quase a matei.
Lamento, estando imensamente mal. Porque se ela tivesse continuado enterrada, a minha bebezinha estaria morta agora.
Justin a salvou.
— Onde ela está?— pergunto arrasada, com o nó na garganta.
— Na ÚTIL.
— O que significa? — franzo a testa, um pouco confusa.
— Ela está respirando com a ajuda de aparelhos, Selena.
— A culpa foi minha?— lhe questiono, temerosa com a resposta que vou ouvir. Talvez se eu não tivesse a enterrado...
— A culpa não foi sua, Selena, não se lastime. Ela já nasceu com problemas. — parece está falando a verdade.— E o médico disse que vam...— pausa tenso, parando de falar. Que diabos está acontecendo?
— E.... — o olho desconfiada.— Não me esconda nada, Justin. Fale!
— Ela vai precisar de uma medula, não sei bem o que é isso, mas o médico lá falou que precisa ser 100% compatível. Como a Mabel é a sua meia irmã... eu não sou o pai dela, mas pode ser que tenha chance dela ser compatível.— eu aperto firmemente a minha mão.— O mais provável é que precisaremos talvez ter outro filho para salvá-la. — sugere sério. O encaro cética e indignada por sua capacidade de ter escondido o que estava acontecendo com a bebê. — Pode ser que não aja tempo. — sussurra baixinho as últimas palavras. Nove meses é muito tempo para gerar outro bebê. Penso.
— Está me dizendo que teremos que sacrificar as garotas?
— Não, não!
— Para que uma viva, a outra tem que doar parte do seu órgão?
— É mais ou menos isso.
— Olhe, pode ser que exista a possibilidade da Mabel ser a sua filha...
— Não começa, Selena! Vai começar a mentir. Não é horas para joguinhos.— me repreende, em estado de negação. Sempre o enganei, e é claro que ele não vai acreditar em mim agora.
— Talvez as chances sejam mínimas. Porém nunca tive certeza absoluta de nada.— tento convencê-lo, num ato de desespero.
— Você já disse que ela NÃO é, e não comece agora! A cirurgia é de risco, não vou jogar Mabel numa sala de cirurgia. Está me ouvindo? Porque ela pode morrer e ficaremos sem as duas, caralho!
— Foda-se! Ela vai fazer essa cirurgia, você querendo ou não, Justin.— teimo.
É uma forma de provar também que ela é sua filha biológica e não daquele monstro. Sempre tive dúvidas, mas fazer o DNA nunca foi uma opção. Porque eu tinha medo de saber qual seria a resposta, era melhor ficar com o pensamento da dúvida. Mas agora não, estou pouco me lixando, não tenho mais nada a perder.
Mabel irá salvar a vida da Annabelle.
Se as duas morrerem, uma parte de mim morrerá junto.
Acho que estou sendo punida por todos os meus crimes.
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Atualizado até capítulo 77
Comments
Amanda
Lógico que ela é sua filha
2025-01-06
0
Iara Drimel
Meu Deus do céu! Quase tive um treco, até imaginei algo parecido , porém tudo isso foi muito bem arquitetado! Lógico que Annabele não podia morrer. E agora essa da Mabel ser filha legítima de Justin? Cada capítulo mais loucuras! E estou adorando.
2023-08-06
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