Cabana do mendigo.
— Anne, até que enfim deu as caras.— a namorada do Chaz surge depois de semanas longe da floresta, adentrando no quarto.— Por onde andastes nesse tempo?— questiono curiosamente, enquanto ajudo as demais vestir Demi, para o corpo dela ser jogado na fogueira.
— Na cidade passeando, Gomez. Aqui é muito entediante.— revira os olhos, com tom de voz "exausto". Eu gosto da ironia dela. É metida, mas se mostra e não fica fingindo uma coisa que não é.
— Você só apareceu depois do terceiro assassinato....— insinuo, soando sarcástica. Logo, a observo posicionar o revólver em cima da cabeceira. Ela anda sempre armada.
Essa mulher é um pouco problemática, não sei como Chaz suporta.
— É verdade.— debocha do meu tom, me encarando com seus olhos carregados de sarcasmo.— Soube que você está grávida. Meus parabéns!— expressa uma ironia. Forço um sorriso, dizendo "obrigada, querida".— E é verdade que você e Bárbara brigaram?
Pelo jeito ela já sabe da fofoca inteira...
— Foi apenas um mini desentendimento, mas já fizemos as pazes.— tento me sair por cima da situação, encarando a outra mulher que rola os olhos ao escutar a minha afirmação. Jamais vou dá o gostinho de ficar por baixo.
— Só ela que fez as pazes, porque eu não.— Bárbara se intromete com a voz debochada, enquanto termina de pintar as unhas da Demi.
O Mendigo está tão perturbado de um jeito que ele quer ver a namoradinha maquiada, perfeitamente "adequada" pro velório. Vai ter até caixão e uma grande coroa de flores. Diferente dos outros velórios, Liz e Niall foram queimados como indigentes.
— Bom, garotas! Não precisam ficarem de rivalidade. Qual é? Vamos nos unir. Eu trouxe cerveja, depois daqui vamos beber.— faz uma careta ao perceber que estamos no velório, mas mesmo assim, Anne nos convida.
— Eu topo.— Nina concorda, abrindo um sorrisinho animado. Ela ama beber e não está nem um pouco preocupada que há um louco pela floresta querendo nos matar.
— Putz...— murmuro, quando me desconcentro e acabo derrubando sem querer a cabeça da Demi no chão.
— Tinha que ser a Selena.— uma reclama, do quanto eu sou desastrada.
O assassino não foi nem um pouco piedoso e fez sua marca, esquartejando a cabeça da namorada do Mendigo. Diferente dos outros crimes, este foi muito mais cruel, o assassino também arrancou a orelha direita dela. Seja lá quem seja, ele está fora de si, porque seus passos estão cada vez mais violento e quanto mais tempo demorar para acharmos, mais vítima essa coisa pode fazer.
— Com licença...— a porta é entreaberta e a voz fina soa educada. A mulher que está entrando bem na hora, solta um grito escandaloso. — AAAAAAAAAAAAAA.— se assusta, arregalando os olhos e quase morrendo do coração, ao se deparar com a cabeça e os olhos da Demi abertos.
Mendigo não permitiu que nós fechasse os olhos da morta.
— O que foi, Sara?— o velho aparece logo atrás, preocupado, por ouvir o pânico de como a sua namoradinha reage.
— A madame só não está acostumada com essa vida do crime, Canibal. Por isso que se assustou.— dou de ombros, debochando do desespero da patricinha.
— Carinho, vamos lá para fora. Aqui não é lugar pra você.— ele segura nos ombros da própria, a puxando para saírem do quarto.
Só que a voz de Anne os para...
— Como vocês permitiram uma policial fazer parte do grupo?— ela rapidamente pega arma e aponta para Sara. Rio.
Nossa... eu sabia.
— Bem que eu desconfiava.— sorrio sacana. Contudo, na mesma hora Canibal se vira contra nós:
— Vocês estão acusando a minha namorada injustamente!— ele se coloca na frente, prestes a querer levar uma bala para defender a amada. Por isso que eu não acredito no amor, só leva a perdição.
—Velho, sai da frente e deixa a Anne acabar logo com isso.—peço, sinalizando com a mão para que o infeliz saía do meio da mira do revólver.
— Vocês só vão matar ela por cima do meu cadáver.— completamente com medo de perder a vadia, não consigo nem reconhecer essa atitude do Canibal. Dá até dó em ver seu estado tenso.
— Ótimo, a gente passa por cima de você também.— direciono-me para pegar a arma e atirar nesse verme também, por ter trazido a porra de uma policial para dentro da floresta.
Só que Nina me segura:
— Selly, aqui não. — me repreende. Porque se eu fizer, estarei desrespeitando a "memória" da Demi.
— Vamos para votação então.— sugiro e algumas concordam balançando a cabeça.— Reúna o pessoal.
(....)
Mesmo chorando, Mendigo se faz presente. Está eu, Justin, Camila, Shawn, Mabel, Zayn, Gigi, Taylor, Harry, Chaz, Anne, Nina, Ian, Ryan e Bárbara.
Canibal e a tal Sara estão sentados nas cadeiras lado a lado próximos a fogueira, amarrados com cordas e, cada um com o tampão na boca para não correr o risco de gritarem.
— Não acha que está exagerando?— Justin indaga ao meu lado, injuriado, por ver o casalzinho sangrando pela surra que levou. Eu estou com sangue nos olhos e doida para presencia-lós assando naquele fogo.
— Se você quer tomar as dores deles, é melhor se juntar com ambos.— sugiro. O loiro revira olhos, respirando fundo.
— Você é tão bipolar, Selena. — afirma, olhando-me sem compreender as minhas mudanças constantes de humor.
Foi eu que quis armar esse circo e fazer o julgamento acontecer.
— Bons meus caros, vamos começar!— início me pondo no meio, me destacando com o papel de líder do grupo. Nem dou bola para o surtado do Justin, porque aqui ele não tem lugar de fala.
— Anne garantiu que essa infeliz...— aponto para a sonsa que chora ao ser acusada perante todos. — É uma policial!
A maioria fica perplexos, principalmente os homens.
— Mata essa vadia!— Harry exigi, Taylor só faz engoli em seco, sabendo do tanto que sofre nas mãos desse tóxico. A acusada encolhe os ombros ao escutar a ameaça, se tremendo de medo.
— Temos que ouvir a versão dela dos fatos.— Ryan analisa, meio dividido em acreditar ou não. Porque ele não vai muito com a minha cara e acha que estou inventando.
— É verdade.— O moreno concorda.— Não podemos ser injustos.— reviro os olhos, sorrindo irônica. Esse psicopata bancando o justiceiro?
— Quem te conhece, que te compre, né Ian.— insinuo e Nina me fita feio, pedindo pra que eu não abra a boca. Então resolvo me calar, para não chatear-la.
Se eu for expor os podres que esse macho apronta, todos vão lixa-ló da floresta.
— Na minha concepção eles estão muito apaixonados. Olha o jeito de como eles se olham.— Gigi banca a romântica, observando o casalzinho entre a novinha e o velhinho. Soa até como uma piada. Solto uma gargalhada alta e na mesma hora Justin me repreende com olhos arregalados.
Ela e o namoradinho são chicletes e é por isso que devem se identificar.
— Sua opinião não vale pro julgamento.— a corto e a loira de olhos azuis rola os olhos, não suportando a minha voz. Nem eu suporto a cara da Barbie tem vez.
— O que é que vale nesse julgamento, Selena?— tava demorando... A ladra se mete, querendo opinar.
— A votação. — digo firme, olhando friamente em direção aos dois.— Vamos votar para decidir se eles queimam ou não na fogueira junto com a Demi.
— Não toque no nome da Demi.— Mendigo choraminga, ainda sentido pela morte da namorada. Que homem mais banana!
— Ok. Não vamos mais tocar no nome da falecida Demi.— a menciono de propósito para provocá-lo.
— Bieber, eu vou matar a quenga da sua mulher!— se irrita comigo, ameaçando me agredir. Só que o outro toma a frente em minha defesa:
— Ninguém vai mexer com Selena. EU NÃO DEIXO! — grita dando um de meu macho e ficando próximo a mim de novo, segurando na minha mão. Dou até um beijo em sua bochecha, orgulhosa da postura do Justin.
Sorrio para ele, com os nossos dedos das mãos entrelaçados.
— Você fica tão fofo me defendendo, babe.— é a primeira vez que o chamo por apelido carinhoso, minha voz soa até meiga. Sinto os meus olhos negros brilharem.
— Tá vendo?— Gigi nos interrompe.— Isso que é o amor, Selena. — lá vem ela com esse discursinho... — E deve ter sido por isso que o Canibal não falou nada. Ele quis protegê-la, igual que o Bieber está fazendo por você.— volta a defender o casalzinho sem-vergonha.
— Se você e ele...— aponto pro moreno que está numa certa distância, nem um pouco disposto argumentar em defesa para um lado.— São tão sem graça juntos, é problema de vocês. Mas não venham comparar o relacionamento que eu não tenho com Justin, com esse velho traíra e essa sonsa policial. Porque o que nós temos, foge de qualquer realidade normal.
—Como assim, não temos um relacionamento?— ele sussurra no meu ouvido, um pouco incomodado.
— Não temos mesmo. — o respondo a verdade, sem entender sua reação de achar um absurdo a minha fala. Justin solta a minha mão e sai andando.— Volte aqui.— fico indignada com a sua mudança de humor. Uma hora ele me trata com carinho, outra hora me trata igual uma cachorra.
— Nem Bieber te atura.
— Cala a boca, Bárbara! — perco a paciência com a outra puta.— Qual é a sua? Quer ir pra cama com ele, é? Porque só isso justifica esse recalque que você tem por mim, por causa do meu homem!— dou ênfase dizendo em alto tom.— JUSTIN É MEU! SÓ MEU. Ele nunca vai querer comer a amante do amigo dele.
— Você é tão venenosa, Gomez! EU TÔ DE SACO CHEIO DE VOCÊ.— Ryan explode, fechando as mãos em punhos.— Na próxima vez que você ofender, Bárbara, eu juro que arrebento a sua cara!— ameaça e Justin se revolta.
— O que você disse, mano? — o empurra com tanta força, que faz quase Ryan cair.— Tá ficando louco, mano? — parte para cima do outro, agressivo.— Ninguém vai mexer com Selena. Ela é a minha mulher e quero que todos a RESPEITE!— berra contra o corpo do melhor amigo.
É bom que eles briguem mesmo. Fico só os observando discutirem, adorando a treta.
— Então manda essa sua mulher parar de falar merda. Porque cada hora é uma merda diferente. Ninguém mais aguenta ela.
— Cara, é real, a Gomez é insuportável.— o vagabundo do Harry acrescenta. Parece que fumou drogas de tão noiado.
— Fica na sua!— Justin gesticula o dedo para o homem de cabelo castanho. Ele está indignado com esses filhos da puta.
— Mano, vai se fuder!— o namorado da Taylor o xinga de volta. Ambos começam a soltarem palavrões, com os ânimos alterados.
— CHEGA!— Nina atrapalha a briga. Reviro os olhos, agora que eles estavam quase saindo na porrada.
— Vamos começar a votação desse bagulho.— Ian dá a ideia.
— Verdade.— numa pose bem fina, digo. Encaro o casalzinho, sorrindo diabolicamente, como se os meus olhos quisessem os matar vivos.
Mabel se põe ao meu lado. Seus olhos escuros estão faiscando de frieza. Nunca a vi assim.
— Meu voto é pra eles morrerem, mamãe.— sua voz manhosa soa como uma mini psicopata.
— Boa garota!
— Mabel também tem o direito do voto.— aviso para o pessoal, porque quase aja um empate, igual que aconteceu da outra vez, seu voto será crucial.
— Meu voto é NÃO. Eles não merecem morrer na fogueira, acho injusto. Eles estão apaixonados, que problema há nisso?— Gigi argumenta agindo como a "advogada" dos dois pilantras.
Reviro os olhos, que Barbie ridícula!
— Meu voto é SIM. Canibal passou a perna em nós!— Anne se inclui como "enganada", olhando com cara de nojo para os traidores.
O velho só chora. Não vou sentir pena, esse velho merece sofrer e penar, porque se a polícia tivesse batido aqui na floresta por causa dele, todo mundo estava preso nessas alturas.
— Concordo, foi sacanagem! Meu voto é SIM. Anne não teria motivos de mentir, ela vive na cidade.— Chaz protege a mulher de vestido vermelho chamativo, Anne vive agindo como as madames metidas. Até o cabelo dela é o mais bonito daqui e bem hidratado.
— Te traindo no caso.— Camila o corrige, com malícia. Alguns murmuram "hum".
— Não sou você! — Anne se defende da acusação.— Shawn, se eu fosse você, largava essa bruaca!
— JÁ VÃO COMEÇAR A PALHAÇADA?— Nina se estressa.— Vocês vivem se atacando, é impressionante! Parem pelo menos um segundo, e parem de agir como crianças! Acho que até essa criança tem mais maturidade que vocês— menciona Mabel que está calma vendo um bando de adultos brigarem entre si.
— Vamos ser civilizados pelo menos uma vez.— profiro, agindo como uma pessoa "sensata" pela primeira vez. — Eu tô ficando tonta.— minto, fingindo ter uma queda de pressão.
— Selena.— Justin corre desesperado, para vim me socorrer. — Está tudo bem? — envolve os braços em volta do meu corpo fino. Digamos que a mentirinha tem um fundo de verdade.
— Vamos para casa, Justin, me sinto enjoada. — sinto uma gastura, com vontade de jogar tudo pra fora.
— E a votação, Gomez?— o restante pergunta, quando descoloco-me para dá o fora.
— Vamos deixar para amanhã. Agora vou curtir o meu momento de grávida. Tchau.— saio, com o loiro me ajudando andar.
Pra quê eu fui inventar de mentir? Agora estou enjoada de verdade!
(.......)
Despejo no vaso sanitário. Já vomitei mais de três vezes. Acho que essa vida de gravidez não é nada saudável para mim.
Que gosto terrível...
Justin está segurando a minha cabeça enquanto jogo o enjoo fora.
— Se sente melhor?— olha-me apreensivo, quando estou quase chorando de tanto que vômito.
— Nem um pouco.— volto a vomitar, em questão de segundos. Que nojo!
— Quer ir no médico?
— Isso só pode ser piada, né?— o interrogo, sarcástica. Nós não podemos nem sair da floresta direito, quem dirá procurar um hospital.
— Sel.
— Justin.— o repreendo, com sua insistência. — Pare de ser fofo para mim, porque assim vou repensar viu.— brigo, com medo de ceder.
Talvez o velho esteja apenas poupando a vida da Sara por amá-la.
Amor? Que bizarro.
Nós psicopatas não amamos nem nós mesmos, preciso parar de pensar nessas besteiras.
— Por que está com essa cara?— percebe o meu desconforto em ficar pensativa.
Eu posso ser essa megera que muitos julgam, mas nem tanto. Sei reconhecer o meu erro.
— Acho que estou sendo injusta com o velho. A policial lá pareceu ser uma mulher legal, muito melhor do que muitas daqui. — confesso a realidade. Eu não suporto a Camila e nem a songamonga da Gigi.
— Você pode voltar atrás...— ele dá de ombros, num tom sugestivo, sorrindo meio que brincalhão.
— Não é tão simples. — admito séria.— Eu que mando nesse lugar. Eu não quero que as pessoas me vejam como uma fraca.
— E desde de quando você virou líder?— zoa, encarando-me orgulhoso. O sorriso de Justin é tão lindo, que eu gosto de vê-lo sorrir assim para mim. Isso me deixa até menos chata.
— Porque eu sou a protagonista. Essa história é minha, o resto é tudo figurante. — me gabo, o escutando gargalhar da minha cara.
— E nessa história eu faço parte?— cruzo os meus braços entorno do pescoço dele. Sinto suas mãos apertar a minha cintura, estou tão êxtase que foco no sorriso estampado em seus lábios.
— Com certeza.— jogo a indireta, havendo uma pitada de malícia. — Você é o meu vilão, Justin.— encho a boca para enfatizar, com os meus olhos cheios de luxúria.
— Preferia que fosse o seu mocinho.— faz um bico desanimado, ficando um pouco chateado com a minha escolha.
— Mocinho é muito careta. As protagonistas preferem mais os vilões.— revelo o motivo de eu ter o designado assim.
— Gostei dessa parte.— sorri e eu o acompanho, sendo carinhosa apenas por esta noite.
— Vai pro quarto, que eu já vou.— digo, o expulsando do banheiro. Quero tomar banho, ficar bem cheirosa, porque hoje a noite será longa.
Espero que Mabel já esteja dormindo....
————-
00:30 AM
Quarto.
— Dormir conosco?— faço uma careta odiando a ideia, por vê-la bem estirada no meio do coxão.— Não, Mabel. Vai dormir na sua cama.— quero a exortar, mas tudo que digo não está fazendo efeito. Parece que hoje ela tirou a noite para perturbar.
— Eu tô com medo, mamãe.— mente com tom manhoso. Suspiro.
Peço através do olhar que Justin faça alguma coisa para convencê-lá, mas ele apenas permanece calado do outro lado.
— Deixa de criar coisa, garota. A mamãe e o papai querem namorar um pouquinho, tinha como você sair?— peço com jeitinho, quase implorando.
Mabel nega.
Respiro fundo buscando todo o ar dos meus pulmões, assim como o loiro que também revira os olhos ao escutar a recusa.
Era só o que nos faltava.
— Mamãe, eu acho que estou doente da garganta.— inventa outra história, com a voz fanhosa. Essa pestinha está ficando nata em criar mentira.
— Vai passar, é melhor você deitar na sua cama.— sento-me na beirada do coxão da cama de casal, dizendo, enquanto aliso suas perninhas que estão calçadas com meias de ursinhos.
Mabel parece uma criança normal usando essas coisinhas infantis.
— Eu não quero.— bufo. Sei que não vou conseguir fazê-la mudar de ideia, sendo assim, resolvo me deitar na outra ponta, morrendo de ódio.
Sem sexo por hoje.
Deito a minha cabeça no travesseiro e Justin levanta-se do outro lado, vindo até mim.
Ele me dá um selinho rápido, começando beijar minhas bochechas algumas vezes e aos poucos desce suas investidas cheirando e beijando o meu cangote. Me arrepio, ouvindo Justin sussurrar baixinho o quanto estou cheirosa. É a única coisa que podemos fazer na frente dela, até essa criança dormir.
— Mamãe, eu tô com febre. — bate no meu braço, interrompendo o único momento que estou tendo de legal com o seu pai. Que ódio!
Toco nela a contragosto...
— Verdade.— concluo, sentindo ela meio quentinha.
— Deixa eu ver.— o próprio toca também na nossa pequena. — Tá sentindo mais alguma dor, neném?— o mesmo questiona, ficando preocupado, passando a mão na sua testa. Noto essa preocupação se tornar visível no rosto do Justin, acho até fofinho o jeito que ele fala com ela.
— Não, papai, só estou cansada. — diz fazendo charme num tom manhoso, para querer dormir com nós dois.
— Você pode ficar, neném. Só se afaste mais um pouco.— pede, puxando a coberta. Afasto pro meio, ela fica na outra ponta e Justin se deita ao meu lado, agarrando-me por trás.
Hoje dormiremos igual uma família normal. Que sensação ruim.
(.......)
Meses depois....
Cabana- Floresta.
Meses se passaram e só houve três corpos, três vítimas. Liz, Niall e Demi, foram vítimas das próprias fatalidades. Não sei o que passou pela cabeça do assassino de apenas os escolher. Talvez fossem os mais insignificantes, ou essa coisa queria apenas "causar terror". Se bem que a princípio causou, mas superamos. Tivemos que superar, ora.
— Vamos para o chá de baby.— chamo animada, sendo paparicada de docinhos em volta da mesa. — Obrigada pelo bolo, Sara.— corto uma fatia, provavelmente elas estão querendo me engordar. Rio dos meus pensamentos ao admirar o tanto de mimo que venho recebendo.
Só estou grávida, mas acho que preciso engravidar mais vezes assim sou bem tratada.
— Por nada, Selena.
Ela ainda reconhece o meu esforço de ter a livrado da morte. Foda-se que ela seja uma policial e que usou o velho no intuito de nos investigar. Sara vem se mostrando alguém confiável e estamos nos aproximando, depois da morte da Liz, a considero como uma aliada.
Sei que posso está exagerando, mas ultimamente Nina anda tão afastada que as únicas que de fato está me ajudando a segurar a barra é Anne e Sara, porque as outras nem se pode contar, são um bando de invejosas.
— Trouxe isso.— Taylor me entrega um cartãozinho. Ah que fofa! Gostaria que a própria fosse mais presente, mas ela vive naquela prisão que chama de casa.
— Valeu, loira.— não posso me emocionar, porque isso vai parecer muito frágil.
— Que seu bebê venha cheio de saúde.— fala palavras bonitas. Taylor é uma mulher que eu me identifico horrores, mas é uma pena que morrerá sendo escrava do Harry. — Tudo de bom.
— Pra você também.— desejo, embora não seja muito o que eu penso que vai acontecer.
— Será que vai ser menino ou menina?— Anne reaparece trazendo um balão com a revelação do sexo. Elas me forçaram a comparecer em um lugar para fazer o bendito ultrassom. Foi a única e última vez que pisei os pés em um consultório médico, não posso me arriscar.
— Boy.— a maioria grita, cheia de expectativa.
Justin não está presente, ele e os machos foram para cidade e saíram para comemorar a chegada do baby que falta apenas poucos dias. Ele está tão feliz, é o único animado que terá outra criança berrando pela casa, sem poder deixar nós dormir direito.
Eu já avisei como é o esquema...
Ele que vai ficar a noite acordado enquanto eu durmo.
— Abre logo!— Gigi pede, se borrando de curiosidade.
— Vai!— Mabel implora, se corroendo de entusiasmo.
— Calma.— Anne nega.— Selena tem que dizer. Boy ou girl?— rolo os olhos, com o foco dos olhares todos em mim. Seguro algo pontudo na mão, prestes a estourar o balão:
— VAI SER GIRL, NESSE PORRA!– revelo o meu achismo e cai várias fitas rosadas no chão.
— Eba!
As que ficam mais felizes é Gigi, Taylor e Sara. O resto faz "poxa". Até Mabel não parece gostar muito.
— Era para ser um menino, mamãe.
— Você acha?— vejo sua carinha triste. Não consigo resistir e pouso a mão sobre suas bochechas gordinhas, acariciando— Não desisti, deixa pra próxima.— sei que vou me arrepender da minha fala, mas só é um meio de a confortar.
— E vai ter próxima, mamãe?— se anima com a ideia, num tom insinuativo.
— Espero que não.
(...)
Ando até o matagal após a festa. Comi demais, tiro um tempo para espairecer um pouco e pensar na vida. Ultimamente venho mudando e não me sinto como aquela de meses atrás, estou até mais doce. Espero voltar a ser como antes após a gravidez, não me sinto confortável com essa nova personalidade que aderi.
— Posso?— uma voz rouca soa atrás de mim. Suspiro, dando espaço e concordando que a pessoa sente ao meu lado. — O que tanto você olha?— pergunta ao me avistar sozinha nesse fim de tarde, no meio do matagal.
— Quer mesmo saber?— encaro seus olhos, focando ao mesmo tempo em seus lábios. Posso está enlouquecendo, mas por quê? Por que sinto essa vulnerável em sua presença?
Eu não quero repetir o mesmo erro do passado. Não será justo com Justin, e nem comigo.
— Diga-me. Por que me trata tão mal em algumas vezes?
— Porque você é um cara chato.
— Apenas isso.
— O que mais seria?— lhe desafio a contar o que seja, fitando o fundo de seus olhos.
— Eu acho que você ainda não tenha nos superados.
Gargalho do seu ponto de vista. Que homem convencido!
— O que rolou fica enterrado. Aconteceu, foi um erro. Segue o baile.— dou de ombros, o tirando de tempo. Não posso ser uma burra, cometer as mesmas atrocidades por alguém que só fez cagada.
— Só uma pergunta...— me interrompe, ficando sério.
— Que pergunta?— franzo o cenho confusa.— A filha que você tem, existe alguma possibilidade dela ser minha?— faz o interrogatório. Por que essa desconfiança depois de tanto tempo? O que mudou?
—Não existe nenhuma, porque ela é de Justin. — descarto qualquer dúvida que exista. Em hipótese nenhuma, vou permitir que esse fantasma se faça presente na minha vida outra vez.
— E se eu achar que você está mentindo....— solto uma risadinha, rio mesmo é da sua cara cínica.
— Problema é seu.
— Ei.— chama-me, com tom baixinho, suplicando para que eu olhe pra ele. Seu ato repentino tenta até tocar no meu braço, mas me afasto receosa:
—Foge comigo.
— O quê?— assusto-me com a proposta inesperada, engolindo em seco.
— Sei que éramos para temos fugido daquela vez, mas não podia fugir com a mulher do meu amigo. Fui um covarde! Só que agora... é diferente....— se desculpa pelo ocorrido e uma incerteza paira em meu coração.
— Diferente como?— me faço de desentendida, um pouco balançada no fundo. Mas dessa vez, não vou me abalar com sua cafajestagem, porque eu estava com Mabel na minha barriga naquela época, e ter que voltar implorando a Justin para me deixar morar com ele, depois de ter o abandonado, foi a pior parte.
— Ainda me sinto apaixonado por você.
— Apaixonado...— debocho da sua manipulação ridícula.— Você não ama nem a si próprio. Quem dirá outra pessoa.— murmuro, não acreditando em seu joguinho calculista.
— Quer que eu te prove?
Não dá tempo nem de responder e sinto ele colando os nossos lábios. Minhas pernas paralisam e o meu corpo inteiro congela, porque é ultima coisa que eu espero. Nossas bocas nem se movem. A princípio não correspondo o beijo, porque me sinto bastante surpresa, mas aos pouco acabo cedendo, quando sua língua pede passagem e nosso beijo fica mais intenso. Como eu senti falta disso. Que merda que estou dizendo? Me dou conta da burrada que estou fazendo e o empurro pra longe de mim:
— Tá ficando louco?— enfio um tapa forte em sua cara, reprovando a sua atitude.
—Louco eu sou é por você, Gomez! Foge comigo. — volta a repetir a proposta anterior, me deixando completamente dívida.
— Você está falando sério?— o pergunto, sabendo que estou sendo uma idiota em cogitar na ideia de abandonar Justin de novo.
— Eu nunca falei tão sincero na minha vida, Gomez. Aceita fugir?
— Preciso pensar.
— Você não tem tanto. E nós não temos tanto tempo. Daqui a pouco eles vão sentir a nossa falta. Você vai comigo, ou fica?— estende a mão, e mesmo hesitante, no final acabo segurando.
Sinto por Justin. Sinto muito por Mabel. Sinto muito pela Taylor. Mas eu nunca consegui esquecer Harry.
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Atualizado até capítulo 77
Comments
Amanda
Que safada amiga da onça, depois não reclama das consequências
2025-01-04
0
Socorrinha Lima
mas q merda e toda essa.nam
2023-10-24
0
Iara Drimel
Essa turma não são só psicopatas, eles também são bipolares, narcisistas, manipuladores, ou seja, não são bonzinhos. Selena, acredito que ainda é a pior de todos, porque ela manipula, desdenha, briga, incita a maldade e ainda por cima faz da Mabel uma mini psicopata. Só não acredito que Selena seja burra em aceitar fugir com Harry e ficar sozinha ou se arrastar de volta implorando ao Justin para aceitá-la. E é muito provável que desta vez ela conte ao Justin sobre Harry e ele o mate. Simples assim.
2023-08-01
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