Saio da sala de Lui. E me lembro de uma mesa que tem aqui perto da sala dele. Tenho para mim que pertence a ela. Olho na direção da mesa. E lá está ela. Teclando as teclas do computador bem atenta. Me aproximo, sentindo novamente a fragrância doce do perfume dela. Ela não me vê. O telefone toca, ela o pega sem tirar os olhos do computador. Atende, e mais uma vez, a voz dela soa magnífica no meu ouvido.
— O senhor Lui está em reunião. Não pode atender a senhorita no momento. Se assim desejar, pode deixar recado...
Fico olhando para ela. Notando aquele mesmo olhar indiferente que ela lançou em Lui. Ela desliga o telefone. Parece brava com algo. Mas logo percebi do que se tratá. Já que ela mesma deixa escapar, por pensar que está sozinha aqui.
— Mulherzinha chata. Aff. Não sei pra que fica enchendo a minha paciência. Até parece que eu vou querer fica com cara idiota, igual o Lui.
Acho graça do jeito dela. E feliz por saber que ela não quer ficar com Lui. Mas a graça maior, é quando ela me nota quase que perto da sua mesa. Leva a mão na boca, a tapando. Ela pelo jeito percebeu que a escutei. É deveras engraçado ver ela gaguejando de nervoso.
— S-Senhor? Tem. Tem muito tempo que está aí?
Ela me pergunta apavorada. E me divirto com isso. Olho na direção da boca dela. Está usando um batom numa tonalidade rosada. Uma leve maquiagem. Ela é linda.
Ela me encara de um modo como se desaprovasse o meu olhar. Me recomponha.
— Um pouco. Mas não se preocupe. Eu não escutei nada.
Ela sorriu parecendo entender o que quis dizer. Um sorriso lindo, que faz o meu peito acelerar.
— O senhor precisa de algo?
Preciso! Preciso de você... Preciso ter você novamente em meus braços.
Como queria poder dizer isso em voz alta. Mas não quero assustá-la. Já que mais uma vez, ela me mostrou não está me reconhecendo.
Claro que sabia dessa possibilidade. Afinal, tudo aconteceu por que ela estava drogada. E como ela saiu quando eu ainda estava no banho. Já tinha essa suspeita.
— Não. Não preciso de nada... Trabalha há muito tempo com o Lui?
Pergunto, e ela franze o senho, parecendo duvidosa. Como essa mulher pode me cativar tanto assim, mesmo após ano.
— Não leve a mal a minha pergunta. Mas eu gostaria de saber se fizemos uma boa escolha, em fazer contrato com ele!
— Vocês não são amigos de longas datas?
Ela me pegou. Ela é mais esperta do que imaginei.
— Sim, somos! Mas tem muito tempo que não o vejo. E queria saber como anda o caráter dele. Sabe!?
— Não! Eu não sei! Não fico bisbilhotando a vida do meu patrão.
— Acho que não me entendeu.
— Sim Entendi! Quer saber se Lui, é um bom patrão. Se ele fica dando em cima de todas as mulheres. E sabe. Tanto faz pra mim, se ele fica com todas as mulheres da empresa. Ou até do planeta terra. Contanto que ele me respeite... E isso não vale só pra ele. Isso vale pra qualquer atrevido que pensa que tem pode de dá em cima de uma mulher, só por ter muito poder!
Não contenho o riso. E olho pra ela, que me olha em reprovação. Me aproximo mais da mesa dela. Quero passar um pouco de confiança a ela. Não quero que ela me vê com olhar de reprovação. Mas sim com os mesmo olhos de desejo que já me olhou antes.
— Nem todos são assim!
— A é!? Conhece algum? Me fala um, pelo menos, que não quer apenas leva uma mulher pra cama. E depois descartá-las como se fosse um objeto qualquer.
— Eu!
Respondo pra ela com toda confiança. Que sei que tenho. Afinal não estou mentido. Não dou em cima de todas as mulheres. Quero da encima apenas dela.
Ela me encara desacreditada nas minhas palavras. E até acho graça do jeito dela.
— Você? Desculpa, mas não acredito!
— Você é aquele tipo de pessoa, que não tem medo de dizer o que pensa na cara dos outros. E eu gostei disso!
— Falo! Esse é o defeito que muitos julgam que tenho. Eu chamo de caráter. Dignidade.
— E eu digo que o mundo precisa de mais pessoa sinceras como você.
A encaro. E ela me encara surpresa com o digo. Queria até ficar aqui mais com ela. Bisbilhotar tudo da vida dela. Mas sei que não vou ter as respostas que quero. E pior. Vou acabar afastando ela de mim. E isso é algo que não posso permitir.
— Bom! Preciso voltar para reunião. Foi bom conhecer você senhorita Sófia.
Saio de lá seguindo para a sala do Lui. Ela não me diz nada. Mas posso sentir ela me olhando. Assim que chego da porta da sala, olho de relance, só pra comprovar ela me olhando. Sorrio com isso, e entro na sala.
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Atualizado até capítulo 78
Comments
Patricia M
muito boa a história kkkk
2025-02-19
1
Kelly Sartorio
essa mulher é difícil
2025-01-08
0
Ednir Carvalho
será que esse livro vai até o fim??
2024-12-26
1