Capitulo 6

Henrique

Saio do banheiro, já doido para olhar a mulher linda que dormia na minha cama. Doido para que ela acordasse, e me dissesse o seu nome. E para ela querer ficar comigo mais uma vez. E muitas outras vezes mais.

Pois em apenas uma noite. Essa mulher me enlouqueceu de tal forma, como nunca imaginei ficar por mulher alguma antes na vida.

Mas pra minha surpresa. A cama estava vazia. As roupas dela que coloquei em cima da cadeira, não estava mais ali.

Comecei a procurar por ela, dentro do quarto, indo na antessala. Mas ela também não estava ali.

Mesmo estando apenas enrolado na toalha. Corri na direção da porta. A abri, e olhou através do extenso corredor. E para a minha tristeza, ela não estava ali.

Voltei para o quarto pensando mil e uma coisa sobre aquela mulher. Olhei ao redor. Tudo estava em seu devido lugar. Meu celular em cima da mesa, perto da cama, estava desligado. Provavelmente descarregou.

Ignorei meu celular por um tempo. Peguei o telefone do lado da cama, e liguei para a recepção.

— Em que posso ajudar senhor Henrique!?

A recepcionista falou do outro lado da linha. Com uma voz manhosa, de quem está doida para está na minha cama. Doida para que eu a fude* sse. Ignoro isso, e pergunto.

— Uma mulher, cabelos longos. Tendo um porte médio, pele clara. Está usando uma calça jeans, e uma blusa na cor branca! Viu ela passar por aí?

— Passou uma mulher com essas características por aqui a pouco, senhor. Ela parecia fugir de algo. Parecia apavorada. Entrou num táxi aqui mesmo na porta do hotel. E se foi.

Senti um misto de sentimentos estranhos, com o que a recepcionista me disse. Uma tristeza que nunca havia sentindo antes, invadiu o meu peito.

Ela estava fugindo? Estava apavorada? Como isso é possível? Foi ela que se jogou em mim. Foi ela que tomou a iniciativa, que me deixou louco por ela.

E ainda assim. Ela fugiu? Por qual motivo...? Ladra?

Não. Isso não... Está tudo em seu devido lugar por aqui. Fora que o meu telefone estava do lado da cama. A minha carteira...

Pego Minha carteira, confiro. É realmente. Ela não pegou uma única nota se quer. Então sendo assim. Por que ela fugiu?

Vou até o meu celular. Me lembro que tenho que ligar para o Samuel. Coloco meu aparelho conectado ao carregador, o ligo em seguida. E vou atrás de uma peça de roupa.

Volto até o celular já vestido com uma calça moletom. Pego o meu celular. E ligo para Samuel, que me atende no terceiro toque.

— Fala Cara. Onde tu se meteu ontem? Quando voltei te procurando, tinha sumido.

— Aconteceu tanta coisa ontem, Samuel. Que não tô conseguindo nem assimilar direito.

— E! Tô vendo que tem mulher na parada. O que aconteceu? Por um acaso não foi como pensou que seria?

— Não! Foi ainda melhor!

— Eita! Eu a conheço?

— O pior que nem eu a conheço.

— Como assim?

— Cara a mulher sumiu. Liguei na recepção. E me disseram que ela deixou o hotel bem assustada.

Conto tudo que aconteceu para Samuel. Nem eu sei por que contei, mas já foi. O pior de tudo, é que percebi Samuel estranho.

— Assustada? Pera aí? Não era a mulher com quem deixei você sozinho não né?

— Exatamente ela! Cara a mulher se jogou em mim. Me deixou louco. E hoje de manhã simplesmente sumiu, sem nem me dizer o nome.

— Tá no hotel?

A voz de Samuel me fazendo essa pergunta, soou um tanto estranha. Como se algo de ruim estivesse acontecendo. O respondo que sim. E ele me pede para não sair daqui. Pois já estava a caminho.

...

Não vou mentir que foi um choque e tanto, saber que a mulher louca, que estava em meus braços noite passada. Na verdade, estava sobre efeito de drogas. E que, na verdade, o infeliz retirado do bar noite passada pelos seguranças. Foi o responsável por drogá-la.

Agora que sei de tudo. Sinto um misto de emoções, me corroer por dentro. Sinto me mal por ter transado com ela, sendo que, na verdade, ela não estava lúcida. Sinto me mal por amar cada momento. Cada toque dela, os olhares que trocamos. Cada momento louco que tivemos.

Se passou um ano e três meses, desde o ocorrido. E ainda não consigo tirar a mulher da minha cabeça. Durante todo esse tempo, procurei por ela. Mas até o momento não a encontrei.

Paguei detetives, e nada... Se vou desistir? Até desistiria, se não fosse esse sentimento de perca. Essa falta que sinto, todas às vezes que me lembro dela.

Tão distraído na minha sala. E só me dei conta de que não estava sozinho. Quando ouvi a voz de Samuel a minha frente.

— O que você ainda está fazendo aí? O investidor está esperando. Temos pouco tempo pra chegar na empresa do Lui.

Pois é. Empresa do Lui. Mesmo com todas as minhas buscas por essa mulher. Ainda, sim, não posso esquecer de quem eu sou. Sou CEO de grandes empresas. E estou a caminho de uma grande parceria com o empresário Lui Gonsalos.

A empresa dele vem de fora. E esta se fazendo residente aqui. Sem contar que ele é um amigo de longa data.

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