Capítulo 9

Sófia 

Hoje o trabalho foi exaustivo. Lui como sempre. Ficou dando em cima de mim o dia todo.

Mas se ele pensa que serei a próxima da lista sem fim dele. Ele está muito enganado. 

Hoje Lui, teve uma reunião com um executivo chamado Henrique Guzma. Nunca o vi. Não que me lembre. Mas já ouvi fala que ele é um dos empresários mais ricos aqui da cidade. Dizem que ele tem uma beleza estonteante. Mas a muitos boatos, pelo que ouvi de minha prima. De que ele, na verdade, é gay. As pessoas especulam essa ideia, só por nunca ver ele com mulher alguma.

Estou na minha mesa, após resolver algumas pendências com alguns funcionários. E recebo a mensagem no meu celular, enviado por Lui. Me pedindo para ir até a sua sala. 

Me levantou a contra gosto. Pois sei que ele está em reunião. E o que mais me irrita. É que sempre tem um engraçadinho que acha que pode dar em cima, só por eu ser simples secretária.

Respiro fundo. E vou até a sala de Lui. Assim que entro, noto dois homens sentados de costas para mim. E o babaca do Lui sorrindo pra mim. Ele sabe que detesto que faça isso. E mesmo ele sendo quem paga as minhas contas. Deixo claro que não aceito que fique dando em cima de mim.

Me aproximo após saber o que ele quer. Estico a minha mão pegando a pasta que está na mão dele. E mais uma vez ele me irrita, segurando a pasta me olhando e sorrindo. 

Se eu não precisasse desse emprego, já teria caído fora há muito tempo. 

Assim que consigo puxar a pasta, ainda olhando indignada para Lui. Me viro a fim de sair dali. E por uma visão rápida. Observo um dos homens que ali esta, me olhando com os olhos arregalados. Provavelmente desacreditado por minha audácia em olhar feio para o meu patrão. 

O ignoro, e saiu da sala o mais rápido que posso. Volto pra minha mesa com o contrato. E volto aos meus afazeres. 

O andar da presidência é silencioso. Tendo apenas a grande sala de reunião, algumas outras salas, que não estão em uso. E a sala do Lui, no final do corredor. E claro, a minha mesa. Nos andares abaixo, que é, sim, o grande tumulto da empresa. Muitas pessoas trabalhando nos projetos, e entre outras coisas. 

O telefone toca. É uma das muitas mulheres que ficam no pé de Lui. E isso me dá nos nervos. O cara pega as mulheres. E depois que consegue o que quer. Ele as bloqueiam no celular, descartando essas bobas.

E depois para quem sobra ter que lhe dá com mulheres encrenqueiras? 

Euzinha aqui. Hoje é a piri guete que ele pegou recentemente. Mas quando ela vem falar, que eu estava mentindo pra ela. Só porque quero o Lui todo pra mim. 

Há. Aí, sim, me dá nos nervos. Desligo a ligação indignada. E achando que estou sozinho.  Acabo falando de mais. 

Me assusto ao vê o cara que me olhou assustado na sala do Lui, me encarando com um sorriso. Que por Deus. Que sorriso lindo.

Foco Sófia. Não foi você mesma que jurou nunca mais ficar com homem algum. 

Mas olhar não ranca pedaço. Né? 

Ele me tranquiliza, com as palavras. Me Fazendo acreditar que não iria falar nada pra ninguém, do que escutou eu falar. O cara fica aqui me encarando de uma maneira, que começa até me dá nos nervos. Logo vem me pergunta sobre o Lui. 

E pela pergunta, deixa a entender, que quer saber se o Lui é mulherengo. 

Ele é! Mas onde ficaria o meu profissionalismo se disse se isso a ele. Me lembro que o Lui me disse, que os dois homens que iria ter reunião com ele. Eram seus amigos de tempos.

E que um deles era o empresário Henrique. E o outro, o braço direito de Henrique. 

O que me faz pergunta. Se ele já não conhece Lui, como pode me fazer perguntas sobre ele? Até porque conheço o Lui a menos tempo que ele.

Fico conversado com o cara. E chego até a ser grossa pra ver se ele se toca. Mas aí o ele vem, e me surpreende.

— Você é aquele tipo de pessoa, que não tem medo de dizer o que pensa na cara dos outros. E eu gostei disso!

O que posso responder? Sou mesmo sincera. Ângela vive me dizendo que tenho que mudar o meu temperamento com os homens. Mas os cretinos não se importam em respeitar uma mulher. O que eles apenas querem, é levar a mulher pra cama. E depois descarta como se fosse lixo. 

E jurei pra mim mesma, depois daquela noite. Nunca mais deixar ser usada por um homem.

— Falo! Esse é o defeito que muitos julgam que tenho. Eu chamo de caráter. Dignidade.

— E eu digo que o mundo precisa de mais pessoa sinceras como você... Bom! Preciso voltar para minha reunião. Foi bom conhecer você. Senhorita Sófia. 

Sem nem me dizer o seu nome. Ele se vai. Adentrou na sala do Lui. Deixando para trás, uma Sófia boquiaberta, e o rastro de seu perfume másculo forte.

Sai da empresa no meu horário de sempre. Entrei no meu carro, que conquistei a pouco. Depois de muita dedicação e esforço. E claro muitas e muitas prestações, que ainda pago por ele. Mas ainda sim. Um sonho realizado. 

Logo sigo para casa. Um local na parte média na cidade da Califórnia. Uma das casas, na qual fico feliz por conseguir compra, junto de minha prima Ângela. Tudo graças ao meu novo emprego como secretária do Lui. 

Ainda tendo muitas, prestações a ser quitadas pela casa, com a ajuda de Ângela. Mas ainda, sim, estou feliz. Pois saímos da vida de mediocridade e pobreza que levávamos.

Entrei em casa. Notando a luz da sala acessá. Ângela, sempre volta para casa antes de mim. Mesmo trabalhando na mesma empresa. 

Ângela trabalha como secretária na margem do marque-te. E faz bem o seu trabalho. Eu por ser a secretaria do chefe. Sempre tenho que espera até que ele saía da empresa. E pelo menos, é algo que admiro nele. 

Lui é um homem, que mesmo às vezes tendo um temperamento de um adolescente. É um empresário dedicado no que faz. 

— Cheguei!

Falo enquanto abro a porta da sala. Vejo Ângela vindo da cozinha, secando as mãos no pano de prato. Ela, como de costume, ao me ver atravessar a porta. Sorri para mim.

— Oi, Só! O dia foi tal corrido hoje. Não te vi em nenhum momento.  

— Pois é! Foi corrido na presidência também. Algumas reuniões. Papeladas importantes. Mas finalmente em casa.

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