capítulo 11

Capítulo 11

Aria

Ter encontrado o Nick, foi a pior coisa que poderia me acontecer. Meu dia foi péssimo. Não almocei, mas também estava totalmente sem apetite. Não consegui me concentrar em mais nada, com medo que Adam soubesse. Isso sem contar o olhar de piedade de Nick por mim. Adam tinha errado, se exaltado, mas havia se desculpado e a culpa era minha. Eu fui desrespeitosa num momento em que ele já estava estressado, ainda é tudo muito recente. E tenho certeza que vamos conseguir conciliar tudo.

Apesar da gentileza das palavras de Nick, do seu abraço afetuoso e dele estar genuinamente querendo me ajudar, eu não podia mais ter estes encontros com ele, poderia ser muito ruim.

Eu não podia e não queria arriscar meu casamento. Afinal eu amava Adam, não é? Eu ainda achava que sim, tinha esperanças que sim!

O resto do dia levou uma eternidade para passar. Quando Adam me buscou, senti um arrepio na espinha, com medo que ele soubesse. Mas ele pareceu calmo e tranquilo. Conversou comigo, como se nada tivesse acontecido.

Um enorme peso saiu do meu peito, dando lugar a um alívio tranquilizador, como se eu finalmente respirasse desde a hora em que tinha visto o Nick.

Ao chegarmos em casa, fiz o jantar para nós, enquanto Adam tomou banho e sentou no sofá para assistir tv. Nossos finais de dia, eram sempre assim. Eu não poderia reclamar, seu salário era maior, por mais que trabalhássemos a mesma carga horária, ele quem bancava quase tudo, então, eu me via na responsabilidade de cuidar de todo o resto, para que ele pudesse descansar. Mesmo que isso me deixasse exausta. Afinal Adam não me obrigava a trabalhar, eu fazia porque queria. Então nada mais justo que a sobrecarga maior ficasse comigo.

Tudo parecia bem, graças a Deus. Terminei o jantar e sentamos à mesa.

- Seus olhos estão bem melhores! - Adam disse enquanto comíamos.

- Sim, também acho! - falei e o encarei, seus olhos estavam fixos em mim. - O que foi? - perguntei um pouco sem graça.

- Você é tão linda, sabia? - sua voz soou calma e gentil. - Tenho muita sorte de ter você, minha garota!

- Obrigada... - agradeci sorrindo e contente com sua bondade ter voltado para comigo.

- Venha cá! - ele chamou segurando minha mão por cima da mesa. Levantei indo até ele e me sentei no colo de Adam. - Sei que já me desculpei, mas queria dizer mais uma vez. Me desculpe!

- Tudo bem, já passou e a culpa também foi minha! - falei passando meus braços ao redor dos seus ombros.

- Não, a culpa não foi sua. Por mais que você tenha me provocado, dito aquelas coisas e me levado ao limite, eu não deveria ter feito isso! Olhar para o seu rosto assim - seus dedos passaram pelos meus olhos e pela minha bochecha - Acaba comigo, saber que fui capaz disso!

- Já passou! - repeti com carinho.

- Não, não passou! Só irá passar quando seus olhos estiverem curados. Me sinto culpado!

- Tudo bem, meu amor! - sussurrei aliviada, sua culpa era uma grande prova de que ele de fato estava arrependido e não faria mais isso!

- Eu te amo, minha garota - ele disse baixo perto do meu ouvido e mordiscou minha orelha, deixando um rastro quente pelos meus ombros e pelo meu queixo.

Adam tomou minha boca num beijo calmo, mas cheio de malícia. Ele me levou para o quarto em seus braços e apesar de eu estar exausta e ainda com fome, pois não tinha comido o suficiente, após passar o dia praticamente de jejum, não o rejeitei. Estar com seu corpo junto ao meu, quando ele estava me oferecendo amor, gentileza e carinho, era o que precisávamos.

Durante boa parte da noite, nos amamos nos braços um do outro. Adam foi calmo e paciente, se importando que eu conseguisse chegar lá e só então, ele fazia o mesmo. Desde que tínhamos recomeçado, ele se importava mais com isso, coisa que durante anos, não foi assim. Isso também era mais uma prova de que Adam estava diferente.

No meio da noite, quando ele adormeceu, voltei à cozinha para comer. Sentei na cadeira com as pernas encolhidas para cima e apoiei meu queixo nos joelhos. Fiquei pensando e me perguntando milhares de coisas.

Eu não conseguia entender, as coisas estavam bem. Mas eu ainda sentia um vazio no peito.  Como se algo estivesse faltando.

Depois de algum tempo, voltei para a cama. Adam dormia tranquilamente, parecia relaxado, não demorou muito para que meu corpo exausto adormecesse ao seu lado.

Acordei na manhã seguinte e ele já não estava mais nada, seu lado estava frio, então fiquei de pé e coloquei meu robe por cima. Encontrei Adam na sala, colocando seus sapatos para sair, estava usando um terno preto bem alinhado ao corpo, ele era muito bonito, de tirar o fôlego.

- O que aconteceu, por que não me acordou? - perguntei confusa e olhei a hora, iria me atrasar.

- Você parecia cansada, não quis atrapalhar seu sono! - ele respondeu sem me olhar.

- Me espere! - falei - Vou colocar uma roupa bem rapidinho e preciso que me leve, para que não me atrase!

- Não se incomode! - Adam falou e me virei, visto que já estava na metade do corredor para o quarto.

- Como assim? - perguntei confusa e Adam ficou de pé, indo para a porta da garagem.

- Decidi que você não vai mais trabalhar, isso não está dando certo! - ele falou calmamente.

- Você está brincando, não é? - disse me aproximando de onde ele havia parado, perto da entrada da garagem.

- Brincando? Não... - Adam colocou as mãos nos bolsos da calça de forma casual. Estava lindo e sério.

- Adam? - falei rindo de nervosismo - Por que não quer mais que eu trabalhe?

Eu estava começando a tremer de raiva, de medo e de impotência. Isso só poderia ser um sonho.

- Por que? - ele perguntou e deu dois passos até mim, segurando minha nuca de leve - Não sei... talvez porque um certo alguém tenha surgido de novo, levado você até um beco na lateral do restaurante que você almoça... - seu toque ficou mais firme em meus cabelos.

- Como... como... como sabe? - perguntei gaguejando.

- E isso importa meu amor? - ele disse sorrindo com malícia - O que importa é que isso não vai mais acontecer! Entenda, eu sei todos os seus passos, não tente me enganar!

- Mas, eu não tentei! Ele me procurou! Ele... Adam... - falei exasperada, impotente e completamente arrasada - Por favor... meu trabalho é importante...

- Para que? Mal dá para pagar a conta de luz e sobra apenas uns trocados! Eu sou o provedor, não faltará nada! Agora preciso ir! - ele disse sério e aproximou sua boca da minha, mas recuei meu rosto.

- Não! - exclamei com raiva.

Adam soltou abruptamente minha nuca, quase me fazendo cair, porém ele segurou meu braço.

- Não me provoque! - ele disse baixo, em um tom assustador - Venha aqui e se despeça de mim!

- Não! - falei alto e tentei puxar meu braço, mas ele era muito mais forte e puxou meu corpo contra o seu.

- Não me desafie Aria! - ele disse entre os dentes.

Sua boca grudou na minha, ele não foi gentil, foi bruto e cruel, quase me machucando com seus dentes e seus lábios, dominando meu corpo com seus braços. Ele me ergueu do chão e me carregou até o sofá, me jogando em cima dele, machucando minhas costas.

- O que vai fazer? - perguntei quando ele jogou longe seu blazer e começou a abrir sua calça.

- Vou dar o que você quer! - ele falou com um sorriso torto de malícia.

- Mas... eu não quero... - sussurrei com medo do seu olhar cruel e sinistro

- Pode não querer, mas precisa!

Adam arrancou o short do meu pijama e subiu em cima de mim sem cuidado algum me penetrou com força, me fazendo gritar. Eu não queria e nem estava pronta para isso.

- ADAM! - gritei com os olhos cheios de lágrimas.

Ele segurou meus cabelos e cobriu minha boca com a sua, dando estocadas fortes, me machucando com sua brutalidade.

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