capítulo 13

Capítulo 13

Nick

Alguns dias depois

- Como assim não encontrou ela? Foi nos horários que falei a você? - perguntei a minha irmã Bea.

- Sim Nick! Fui, estou dizendo, ela não está mais lá! - Bea disse nervosa - Hoje, cansada de apenas esperar, decidi entrar no escritório e procurar por ela. Me disseram que faz mais de uma semana que a Aria não aparece e que não deu mais notícias!

- Santo Deus! - falei nervoso e comecei a caminhar de um lado para o outro.

- Se acalmem vocês dois, ela deve estar bem... quem sabe curtindo uns dias com o marido em off! - disse nossa irmã Lara e nós dois a olhamos incrédulos com a sua insinuação.

- Lara, é melhor você não brincar agora, eu estou muito nervoso! - avisei a olhando com severidade.

- Ah, vão se ferrar vocês dois! - Lara disse cruzando os tornozelos em cima do meu sofá - A garota largou você a pelo menos dez anos! E Bea, ela se afastou de você! Cai na real gente, a mulher gosta da vida que leva!

- Que merda hein Lara... - murmurou Bea a olhando com descrença.

- Você não sabe o que diz! Foi a caçula, protegida e vive no mundo da lua! Ela claramente tem dependência emocional. Sabe o que é isso? Já estudou sobre isso? Não? Pois eu já! Então, se não vai ajudar, a porta da rua é serventia da casa! - disse a ela e estendi meu braço para a porta da rua.

- Credo, vou mesmo sabia! Eu aposto que ela está muito bem obrigada, trepando com o marido bonitão! - Lara disse e deu uma gargalhada.

Joguei uma almofada com força nela, Lara atirou outra de volta e ficou de pé.

- O que foi? - perguntei - Se acha que vai me bater como antigamente, saiba que eu sempre deixava vocês me agredirem porque eram crianças, mas isso não vai mais acontecer!

Lara parou na metade do caminho e me encarou furiosa.

- Vocês dois, já chega! - Bea disse. - Lara, vá para seu apartamento se arrumar para a exposição, nós a buscamos às sete horas da noite!

Ela não disse mais nada e se retirou.

- O que será que podemos fazer, Bea? E se ela estiver em perigo? Ela me contou que ele a prendeu a um tempo atrás, não podia mais sair de casa e se aconteceu novamente?

- Não sei... posso tentar ir a casa dela, mas se ela estiver presa, não vai dar em nada!

- Pois é... - falei deslizando na poltrona e suspirei, sentia meu coração apertado.

- A Vivi  sabe dessa sua busca? - Bea perguntou me olhando.

- Não... mas já notou que estou estranho e fica perguntando o que eu tenho. Não sei se devo contar a ela e...

- Olha, se conselho fosse bom, eu venderia os meus, porque eles são ótimos - Bea disse rindo - Mas como você é meu irmão, vou te dar esse privilégio. Me escute, você não ama, sequer é apaixonado pela Vivi. Você pode ter atração, tesão, sei lá, essa coisa toda física. Mas entenda, ela não merece ser iludida. Quanto mais tempo ficar com a Vivi, mais tempo vai iludir ela, mais vai fazer com que ela tenha esperanças e isso é muito errado!

- Eu sei... - murmurei cansado, exasperado com tudo isso.

- Não podemos fazer mais nada! - afirmou minha irmã - Foi escolha da Aria, você fez sua parte, eu fiz a minha! Só podemos esperar...

- E se eu falar com a tia dela? Oferecer dinheiro? A Renata pode nos ajudar!  - falei a interrompendo.

- Irmão, veja bem, nós conhecemos a Renata, duvido muito. Embora seja uma opção, visto que estamos sem nenhuma!

- Amanhã! - falei olhando sério para a Bea.

- Eu vou com você! - Bea tocou minha mão, me dando apoio.

- Agora, vá tomar um banho! Está fedendo a desinfetante barato de hospital! A exposição é em breve e sabe bem que não podemos nos atrasar ou a mamãe vai nos cortar a garganta!

- Sim... eu sei! - murmurei ficando de pé com preguiça do longo dia que eu tinha tido. Estava acordado desde às quatro horas da manhã.

Bea tinha trazido suas coisas para se arrumar aqui com a Vivian, elas não eram grandes amigas, mas se davam bem. Porém a Vivian iria se atrasar e chegar mais tarde na exposição.

Depois que nós dois estávamos apresentáveis, fomos buscar Lara na sua casa. Fomos o caminho todo em silêncio. Nós éramos irmãos, brigávamos todos os dias e tudo bem, nos fim sempre estaríamos ali um pelo outro. Lara era cabeça dura, mas por ter sido mimada demais, protegida demais. Mas era uma boa irmã.

Assim que chegamos, avistamos a fachada do local bem iluminado com luzes amarelas e azuis piscando. A faixa com o nome do meu pai e a sua foto com as obras dele escrito em baixo “Alex G”. Seria a terceira exposição do meu pai. Ele tinha se tornado fotógrafo amador, mas em sua primeira exposição, acabou bombando e desde então, suas obras se tornaram requisitádíssimas.

Deixei o carro com o manobrista da entrada e minhas duas irmãs, usando vestidos longos, muito bonitas por sinal, ficaram uma de cada lado e pegaram os meus braços com suas mãos.

O som estava ambiente, diversas pessoas espalhadas e bem vestidas caminhando, coquetéis sendo servidos, um bolo de pessoas agrupadas ao redor de algo, que deveria ser o meu pai e... Ah, Deus... não.

Aria estava ali. Usando um vestido preto longo e justo, com alguns detalhes de brilho prateado. Seu cabelo estava solto, com vários cachos pendendo e o ruivo se destacando no preto. Ela estava séria, segurando uma taça de champanhe nas mãos.

- Não... - disse Bea entre os dentes, segurando firme o meu braço.

Eu nem havia percebido, mas a olhava fixo e tinha começado a ir em sua direção. Mas minha irmã apontou com a cabeça e eu vi. Um homem se aproximando dela, cabelos escuros e barba. Ele colocou a mão em sua cintura e disse algo, ela apenas acenou com a cabeça e suas feições se entristeceram.

Desgraçado, filho da mãe! O que tinha dito a ela? Aria estava linda e merecia ouvir isso, ser venerada, idolatrada... o maldito não a merecia.

E essa seria minha chance de ajudá-la, eu só podia torcer para que ela quisesse ajuda!

Que Deus me ajudasse, porque se fosse preciso, eu colocaria Aria em cima do meu ombro e a arrastaria para longe do marido. Podia ser chamado de louco, machista e o que mais quisessem, mas faria o necessário, só precisava pensar em algo.

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