capítulo 12

Capítulo 12

Nick

- Você anda muito estranho, Nick! Estou começando a ficar cansada! - falou Vivian.

Suspirei e fechei os olhos. Eu sabia que estava sendo relapso. Sabia que ela merecia mais, mas eu não conseguia no momento, me sentia casado, sem energias para dar o que Vivian merecia.

- Me desculpe, me desculpe! Você tem toda a razão, estou sendo um péssimo namorado! - disse e a abracei.

Nós dois tínhamos acabado de chegar na minha casa, depois de um turno de doze horas. Nós tínhamos feito uma cirurgia de oito horas de pé.

- Ao menos você admite! - ela falou e retribuiu o abraço.

- Sim, eu sei! Me perdoe! - vou tentar melhorar.

No dia de ontem, eu tinha visto Aria e me deparei com a pior cena da minha vida. Ela tinha sofrido agressão física, se não bastasse a verbal que ela já sofria antes. Para piorar tudo, me disse que amava aquele monstro. Ela não percebia que isso não era amor e sim dependência emocional. E eu não podia fazer nada, isso é o que mais tinha me perturbado. Porque ela queria isso e enquanto não percebesse por si mesma, eu não poderia fazer nenhuma denúncia, ainda poderia passar por mentiroso.

Que situação horrível. Me sentia de mãos atadas, impotência total. Mas havia tomado uma decisão, não podia fazer nada, apenas estar disponível como oferecia a ela, se Aria precisasse de mim, eu estaria lá por ela. Mas do contrário, não queria mais saber do assunto. Eu não podia viver sua vida, ela estava fazendo suas escolhas e sofreria as consequências, que claramente não seriam boas.

Eu iria me redimir com Vivian e tentar ser feliz, se conseguisse.

- Vamos tomar um banho, relaxar um pouco e ir no jantar que minha irmã inventou! - falei a abraçando.

- Sim... vamos... - ela disse suspirando e beijou minha boca de repente.

Vivian enfiou sua mão por dentro da minha calça e começou a movê-la lentamente, se demorando da ponta, até que eu estivesse completamente duro, rígido e pronto.

- Porra... - falei quando ela ficou de joelhos no meio da sala e abaixou minhas calças puxando a cueca junto.

Ela sorriu com malícia e olhou nos meus olhos, no segundo seguinte sua boca estava no meu membro, quase me engolindo, me levando a loucura. Seus lábios mornos e sua língua habilidosa estavam quase me fazendo gozar.

A porta da frente se abriu e minha irmã Beatriz surgiu de repente. Meus olhos quase saíram das órbitas e eu puxei os cabelos de Vivian a afastando, para me virar e fechar as calças, tudo isso em questão de segundos.

- Credo! - falou minha irmã - Vocês não tem noção não? Transando uma hora dessa no meio da sala? - ela estava nos zoando e se divertindo.

Vivian ficou de pé e limpou sua boca com o polegar, o que me deixou ainda mais excitado do que eu já estava.

- Você não sabe bater não? Como é que vai entrando assim sem avisar? - perguntei irritado.

- Irmãozinho, essa casa é dos nossos pais. Eu tenho a chave, assim como a nossa irmã Lara e nossos pais. Ou seja, qualquer um poderia ter entrado!

- Mas só quem mora aqui sou eu e gostaria de um pouco de respeito! - disse.

- É só você deixar de ser um bebezão! Até mesmo a Lara que é a caçula já comprou seu próprio apartamento e saiu das asas dos nossos pais. Você é um médico cirurgião, deve ganhar mais que nós duas juntas! Por favor! - ela disse me olhando com as sobrancelhas em um arco, de um jeito que me irritava desde pequeno.

- Ah, vá se foder! - falei controlando minha respiração, para que me acalmasse e o sangue do meu membro circulasse e não estivesse mais com uma ereção enorme marcando a calça.

- Vá você! - rebateu Beatriz.

- Chega você dois! - falou Vivian exasperada - Vamos tomar banho e trocar de roupa! Você quer uma carona Bea? - perguntou a minha irmã.

- Sim, por favor! Foi isso que vim fazer aqui... - ela murmurou.

- Ok, já voltamos! - disse conforme eu e Vivian subimos as escadas.

Quando chegamos ao quarto, puxei Vivian e a beijei com intensidade.

- Depois... - ela murmurou se afastando - Vamos logo, sua irmã está aí e se demorarmos, ela é capaz de subir aqui  e nos pegar de novo no ato!

- Vai ser bem feito! Quem manda ser enxerida! - falei irritado, ainda sentia meu membro pulsar.

- Deixe de bobagem! - Vivian disse e saiu rindo para o banho.

Tomamos banho juntos e me arrumei antes dela terminar, ainda estava arrumando o seu cabelo. Então desci e encontrei Bea sentada no sofá mexendo no seu celular.

- Então a Vivi está morando aqui? - ela perguntou séria quando viu que eu me aproximava.

- Não! - falei - Ela apenas trouxe umas roupas e fica aqui de vez em quando.

- Sabe que existe uma grande chance dela estar morando aqui e você nem saber, não é?

- Eu saberia! - falei voltando a ficar irritado.

- Sei... - ela disse em tom irônico e voltou a olhar para o seu celular.

Suspirei e resolvi perguntar a ela.

- Bea... - chamei sua atenção e ela nem sequer me olhou - Você ainda tem algum contato com a... Aria?

A atenção da minha irmã se voltou para mim. Seus olhos se estreitaram ao me encarar.

- Quase dez anos depois e você ainda pensa nela?

- Não penso nela, mas a vi estes dias e...

- Irmãozinho... - Bea disse e tocou minha mão, eu tinha sentado ao seu lado no sofá - Escute bem, você está namorando a Vivi e cá entre nós, sabemos como você fica quando se apaixona. Ao menos, eu sei! E claramente, não está apaixonado pela Vivi, o que no fundo é bom... enfim, Aria até onde sei, está muito bem casada!

- Muito bem casada? - perguntei em tom irônico.

- Sim, a última vez que falei com ela, já faz uns três anos acho. Aria me disse que o marido dela, não lembro o nome, era um bom homem, honrado e amoroso! E que não se parecia em NADA com você!

- Vocês falaram de mim? O que ela disse?

- O acréscimo final foi meu! - ela disse rindo e minha boca virou uma linha fina de raiva. - Irmãozinho, o que quero dizer é o seguinte, eu amo você, mas você fodeu a vida da Aria, ela o amava mais que tudo. Mas não se esqueça do que fez. Você se tornou ciumento, possessivo e muito, muito chato! Você ficou maluco, parecia estar obcecado por ela. Foi bem estranho tudo aquilo - Bea fez uma careta - Se não fosse por isso, aposto que estariam juntos, ela sofreu muito como término, graças a Deus, achou um bom homem e convenhamos, que eu me lembre, era um gato o marido dela!

- Cale a boca! - disse irritado - O marido dela é um filho da puta arrogante e manipulador! Ele agride ela! - acabei falando demais.

- Como sabe? - Bea perguntou de olhos arregalados.

- Merda... - murmurei baixo - Como disse a encontrei estes dias... conversamos, ela estava de olhos inchados e...

- Seu safadinho... consolou ela, foi? - seu olhar era travesso.

- Não! Porra... sim! Mas não do jeito que está pensando, apenas abracei, acalmei e ofereci ajuda! Mas ela acha que a culpa é sua pelas agressões!

- Nossa... A coisa é pior do que parece então! - Bea falou com pesar - E o que vai fazer para ajudar?

- Ela não quer ajuda! Estou de mãos amarradas, mas quem sabe você poderia...

- Mas nem ferrando que vou me meter! Se ela não quer ajuda, quem sou eu para me intrometer?

- Mas queria que eu me intrometesse? - perguntei bravo - Olha... Bea, você é mulher e já foi amiga dela, quem sabe se conversar com ela, se... eu não sei. Colocar um pouco de juízo na cabeça de Aria, qualquer coisa...

- Não prometo... Mas como vou encontrar ela?

- Vou te dar o endereço de onde ela sempre almoça, Aria trabalha no escritório em frente!

- Está sabendo bastante para quem apenas a encontrou casualmente - comentou ela, estreitando os olhos e me julgando claramente.

- Vai ajudar ou não? - perguntei.

Vou! - afirmou Bea e me tranquilizou.

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