Capítulo 3 - parte 2

Passei quase uma hora andando, quando avistei um casal de humanos arrumados, o homem com terno e a mulher morena com um vestido vermelho e para fugir de ambos, tive que entrar num beco escuro.

Tudo está bem calmo... Quando de repente a porta se abre e um humano usando terno com algo no seu ouvido e uma prancheta aparece na minha frente impedindo a minha passagem e fazendo-me arrepiar até a espinha, ficar paralisado.

- Você é o substituto?

- Substi...

- Não temos mais tempo! - ele me interrompe

Ele puxa-me para dentro.

- Está atrasado!

Ele continuou a puxar pelo braço, passando por uma sala com vários tipos de roupas e outras pessoas que se fantasiavam de mendigos entre outras coisas meio estranhas. Ele fez-me parar num lugar meio escuro e fez usar um tipo um colete prendendo uma corda nas costas do colete.

- Não é as asas que eu pedi para produção, mas serve. - ele disse analisando as minhas asas - Este espetáculo está um desastre pode salvar esse show!

- O quê? – questionei.

E logo comecei a ser erguido para cima por uma maquina.

- O que está acontecendo?! – gritei para o cara de terno, todavia ele já tinha saído do lugar.

Tento tirar a corda das minhas costas, contudo não alcançava e continuo a subir.

Quando chego ao topo a máquina começou a mover para a direita fazendo com desse para ver o palco, estou a cima da cortina.

- Parem de mover isso e tirem-me daqui!- berrei com todos os meus pulmões, entretanto fui ignorado.

– Eu perecerei aqui! Deus nunca teve um propósito para mim, ele nem se quer existe! – Escutei o grito de um homem que vinha do palco e depois sons fortes de corneta.

- O que está a acontecer? – indaguei.

Uma luz forte bateu em meus olhos e acorda começou a descer devagar.

- Esperem! – gritei novamente.

Quando a claridade forte saiu dos meus olhos e a corda parou, estou de frente para uma plateia imensa, abaixo de mim um humano de joelhos e uma cruz pequena. Fito a plateia, os anjos encaram-me de boca aberta enquanto os humanos admiram-me. Estou paralisado e uma frase ecoa na minha mente: “Agora estou lascado."

Respiro fundo e tento acamar-me, já que aquilo por minha sorte não era qualquer peça pelo que notei, é uma peça religiosa, ou seja, eles precisam de um anjo e acham que sou um anjo de mentira. Então posso ficar mais calmo.

- Diga algo. – a pessoa do palco fala.

– Eu não sei o que dizer... – o respondi.

– Diga qualquer coisa. – a mesma voz retruca.

O silêncio dominou o recinto e logo as pessoas cochicham. Encaro todos na plateia, um sentimento estranho-me domina que faz o meu corpo tremer, a minha voz não quer sair, que sentimento é esse? Julgo que humanos já o descreveram e falaram o que é... Então está é a sensação do famoso medo, se não me engano. Preciso dizer algo...

– Humano... – a palavra saiu com dificuldade fazendo todos ficarem quietos - Deus lhe mandou uma mensagem... Se você tiver fé, tudo será possível.

Disse às palavras que escutei um anjo que Deus pediu para dizer para um humano há muito tempo. Nunca pensei que seria útil para mim hoje.

Olho para todos os anjos e cada um demonstra uma reação diferente, quando bati o olho num humano sentado na primeira fileira na cadeira do meio, não há um anjo ao seu lado.

Um humano sem Anjo da Guarda e sem demônios na sua volta. Quem é este humano?

Senti a corda me puxar e fecharam as cortinas da frente. Depois me desceram.

- O que você fez? Isso não chegou nem perto do que está no roteiro! – gritou o homem de terno que me tirará do beco com a prancheta ainda em mãos e logo varias pessoas com roupas diferentes me fecham não tendo como escapar.

- Eu-eu... – gaguejei.

- Você foi ótimo! Melhor do que o roteiro original.

- Fui?

- Sim. Mas não poderemos ter o segundo ato, o nosso ator que interpreta um dos protagonistas começou a passar mal de repente. Então teremos que cancelar.

Todos balançaram a cabeça confirmando e comentam o quanto gostaram da frase. Nem acredito que aquele improviso horrível foi ótimo.

- Vocês viram a cara do critico? Nunca vi ficar tão admirado assim com um anjo.

Todos concordaram com a cabeça.

- Hoje iremos comemorar! Para depois fazermos uma apresentação melhor na semana que vem! Com todos dessa vez. E garoto, será o nosso anjo principal.

- Sim! – gritam empolgados.

Eles retiraram a corda e o colete de mim e foram me empurrando para fora. Tento sair daquele bando de humanos, todavia não consigo. Eles me obrigam a entrar em um ônibus que nos espera do lado de fora do teatro.

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