Capítulo 1 - parte 4

Guardei a minha espada no meu cinturão.

- Que Deus tenha misericórdia...

De repente uma luz forte aparece e dela sai um Querubim¹.

- O conselho pede a sua presença imediata... – ele olha na prancheta – Uriah, este é seu nome na primeira morte no mundo humano, de acordo com os arquivos.

- Já faz um tempo que não escuto o meu nome, já até tinha me esquecido que eu tinha um.

Ele anota algumas coisas na prancheta, depois olha para a parede e surge uma porta.

- Por favor, entre.

Abro a porte, uma luz forte impede que eu veja o que há dentro. Entro no lugar assim que minha visão se adapta posso ver as nuvens formando o chão e sete anjos com capuzes, impedido que veja seu rosto ou qualquer parte de seu corpo, nuvens formam um longa mesa e bancos para eles se sentarem.

O querubim passa por mim e fica na frente dos anjos.

- Os sete arcanjos principais? – retruquei, contudo o pequeno querubim escutou.

- Quem mais seria? Lembra deles? Aniel, Saracael, Samuel, Zacarias, Fanuel, Uriel e Gamaliel. – ele me responde de forma rude.

- Vamos começar. – fala Aniel.

A porta desaparece e caminho ate ficar bem próximo a eles.

- O que ele fez Querubim? – pergunta Samuel.

- Ele interferiu e derramou sangue humano. – fala o querubim olhando na prancheta.

- Todos os Anjos Guardiões, sabem que enquanto estiverem em solo terrestre devem seguir uma lei: Nada de interferir na vida de um humano, há menos que o todo poderoso ordene. – diz Saracael.

- Sei muito bem desta lei e sempre segui com vigor. - falei.

- Então não à argumentos para sua defesa, devo lhe conde...

- Espere! Eu tenho uma defesa! – interrompi o veredito de Uriel.

Um olha para o outro e começaram a cochichar.

Falei algo de mais? - indaguei.

- Não, continue com sua defesa. – ordena Uriel.

- Algo naquele humano era diferente... Ele era um ex-anjo.

- Isso não é nada demais. – retruca Gamaliel.

- Verdade, mas ele escutou-me, viu-me e ainda me tocou. Além de ter feito um pacto não com um demônio e sim com o próprio Diabo.

Os setes olharam um para o outro.

- Eu ia deixar aquele humano perecer, não me importava com isso, pois sei que tais seres mortais, morreram um dia!

Então por que impediu a morte dele? – questiona Fanuel.

Escutei a voz de uma menininha de aproximados seis anos de idade: implorando para que eu o protege-se, então o meu corpo moveu-se sozinho!

Os sete começaram a cochichar.

Temos o nosso veredito. – fala Uriel.

Teremos que conversar com Deus para ter uma resposta certa, pois nessa situação, somente Deus é justo o suficiente para o julgamento. – diz Aniel.

- Todavia pelo crime de interferir na vida humana apenas será mandado para Terra, por tempo indeterminado, não podendo voltar para o céu até segunda ordem. – fala Zacarias.

Vocês cortarão as minhas asas?

- Cortamos as asas apenas daqueles que foram corrompidos por completo pelo pecado humano, não tendo mais volta, virando praticamente um demônio ou um obscuro. – responde Fanuel.

- Como geralmente os que são banidos acontecem isso, vocês anjos pensam que cortamos por esse motivo. – fala Saracael.

- Bem agora que o nosso veredito foi dado, é melhor sair daqui, por enquanto não pertence mais a este mundo. – fala Samuel.

- Espe... – antes de completar a frase em um piscar de olhos já estava do lado de fora.

Comecei a bater na parede, mas nada muda.

- Pelo menos fiquei com as minhas asas... – retruquei.

Dou um suspiro alto e faço as minhas asas sumirem, ficando na forma humana. Saio do beco e sento na calçada. Olho para uma poça de água suja que logo começa a aparecer o meu reflexo pela primeira vez, agora não passo de uma criatura terrestre.

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