Capítulo 2 - parte 1

“Se você não recebe nenhuma crítica provavelmente você não tem nenhum sucesso” – Malcolm X

~ Adrian~

– Ei... Adrian... – uma voz feminina tão gostosa... Parece até um anjo sussurrando em meu ouvido.

– Ei! Seu demônio! Filho de uma prostituta! Acorda! – ela berrou dando um tapa forte em minhas costas, fazendo-me acordar.

– O que foi?! O que foi?! – perguntei desnorteado.

– Você se esqueceu?! Já está quase na hora de pegar o voou para Fort Lauderdale. Esqueceu-se da peça cristã que vai ter que assistir para o jornal?

Achei que fosse uma outra mulher, mas é apenas a minha secretaria.

– Eu me lembro... – falei colocando a mão na cabeça – Quanto tempo eu dormir?

– Não faço a mínima ideia.

– Que horas são?

– Oito se não engano.

– Caramba estou atrasado! – gritei pegando os papeis que estão em cima da mesa, bagunçada.

– Vou indo então. – ela sai do meu escritório.

Como pude perder a hora deste jeito? Tenho que me arrumar para pegar o avião.

Sai do escritório com alguns papéis numa bolsa de couro e uma câmera.

– Adrian o taxi já está a sua espera. - falou minha secretaria, com a mesa próxima a porta de saída do prédio.

– Obrigado, pode tirar um dia de folga, amanhã estarei em Fort Lauderdale, fui convidado para tirar algumas fotos e fazer uma crítica de uma peça de teatro religioso.

– Eu sei senhor Adrian.... Divirta-se, senhor Adrian.

– Odeio peças religiosas, eles economizam em tudo e os ingressos são totalmente caros para ficaram com todo o lucro. Tudo é de qualquer jeito, a maioria desse tipo de peça é patrocinada por igrejas que fazem isso para ganhar mais membros, ou seja, mais dinheiro sem perder tanto. Todavia sei que irei adorar criticar.

– Então se divertisse criticando negativamente. E saia logo daqui! Senhor Adrian.

Sai do prédio e o taxi está parado em frente a porta.

Entrei no veículo e sentei atrás do motorista, um homem com pele parda todo agasalhado, usando um chapéu vira e me perguntou:

– Desculpe senhor, poderia dizer o nome do aeroporto novamente? Sua secretaria me informou, mas acabei esquecendo.

– Heathrow e seja rápido.

– Sim, senhor. - ele respondeu arrancando com o carro.

...ΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩ...

Preso dentro de um avião, por cerca de nove horas, para depois ter que pegar outro voou para ir a Fort Lauderdale, não acredito que está merda de jornal precise fazer ir tão longe para que eu faça está merda de crítica! Por sorte a empresa que trabalho bancará tudo, já que receberam muito dinheiro para que a crítica fique boa, tanto que para me deixarem de bom humor estão me mandando de primeira classe. Disso não tenho que reclamar.

Não me importa se a igreja está a patrocinar isso, ainda serei rígido com a minha crítica. Passei muitos anos construindo o meu nome para se tornar conhecido como um dos maiores críticos, não vou estragar isso devido a um suborno barato.

...ΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩ...

– Senhor... Senhor... – escuto a voz doce de uma mulher, depois ela me toca levemente.

– O quê?! O quê?! – acordei apavorado.

– Desculpe acorda-lo, mas iremos aterrissar.

– Tudo bem.

Quando foi que eu apaguei? Não importa, acho que exagerei nos comprimidos.... Dormir a viagem toda.

...ΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩ...

Sai do aeroporto e fui para o ponto de táxi mais próximo e não há movimento na rua, nem sinal de um táxi, e para piorar o meu celular está sem sinal.

Quando de repente um homem embarra com força em meu ombro esquerdo, quase deixando a bolsa da câmera cair.

– Desculpa. – ele fala.

Ele parece ser tímido pelo tom da voz, mas quando virei para olhar a sua aparência... senti um vento forte, entrando algo nos meus olhos. Quando consegui abri-los o garoto desapareceu, não pude ver a sua aparência. Olho para o chão e noto uma pluma castanha clara com detalhes pretos.

– Que pluma diferente... - comentei enquanto a pego no chão e guardo em minha bolsa.

Logo surge um táxi e buzina chamando mais ainda a minha atenção.

– Senhor Adrian? – questionou o taxista

– Sim...

– Desculpa à demora, a maioria dos táxis desta região estão muito ocupados, então tive que vim de outro ponto de táxi mais distante para busca-lo para a peça.

– Tudo bem, mas antes preciso ir para o meu hotel. – falei entrando no veículo, na parte de trás do motorista – E seja rápido.

– Como o senhor desejar.

– Será que foi apenas minha imaginação? – questionei comigo mesmo fitando a pluma com a esperança de que ela me desse alguma resposta.

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2024-02-12

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