• POV: Nathalia •
Ficamos todos na porta do quarto, vimos quando a médica saíu do quarto seguida da enfermeira.
A enfermeira passou direto com uma papelada e a médica ficou parada na nossa frente.
Eu e Felipe esperamos que ela falasse algo.
ㅡ Eu pedir para que seja feito um exame de sangue e um ultrassom. ㅡ ela começou.
ㅡ Mais ela tá bem? ㅡ Felipe perguntou olhando para a porta, uma pequena janelinha transparente permitia vê dentro do quarto.
ㅡ Bom, eu não vou mentir, estou preocupada com o quadro dela. ㅡ ela suspirou e Felipe pareceu ter levado um soco no estômago.
Ele foi para trás caindo na cadeira. Micael passou o braço pelo pescoço dele falando algo em seu ouvido e apertando seu ombro.
ㅡ Fizemos exames bem superficiais, mais eu conseguir vê que ela não está se cuidando muito bem.
ㅡ Impossível doutora. ㅡ estávamos tomando máximo cuidado com ela. ㅡ Sempre fica alguém com ela, a alimentação dela e vigiada 24 horas. ㅡ eu estava confusa.
ㅡ Então ela está dando um jeito de passar despercebida por vocês, teremos de conversar com ela e saber o que está acontecendo. ㅡ a doutora pegou um papel e me entregou.
ㅡ O que é isso?
ㅡ Meu número particular. Para emergências, hoje quase que vocês não me pegam aqui, é minha folga é eu já estava indo embora quando chegaram. ㅡ ela tocou meu braço.
ㅡ Obrigada doutora. ㅡ agradeci quase chorando.
ㅡ Deixarei meu residente responsável por ela, apenas checando os sinais vitais e cuidando para que ela receba o melhor tratamento possível enquanto vou em casa e volto. ㅡ ela olhou para meu irmão e os outros.
Ela saiu pelo corredor e no mesmo estava vindo um homem extremamente parecido com Muralha.
Ele se jogou na cadeira ao lado de Micael. Fernanda me abraçou apertado e mexeu nos meus cabelos.
ㅡ Ela vai ficar bem né? ㅡ um soluço saiu por minha garganta contra a minha vontade.
ㅡ É claro que vai. Não conhece ela? ㅡ eu deixei uma risada escapar.
Ela realmente era assim, nunca deitava para nada.
ㅡ Eu vou comprar alguma coisa para comer, alguém quer? ㅡ Micael se levantou e colocou as mãos nos bolsos.
ㅡ Três cafés. ㅡ Felipe pedir e Micael concordou.
ㅡ Será que ela está deixando de comer? ㅡ Felipe perguntou.
ㅡ Eu não sei, mais é pouco improvável, ela sempre está acompanhada de alguém. ㅡ respondi.
ㅡ Então não estamos prestando atenção suficiente. Porque olha onde estamos. ㅡ Felipe estava bravo, mais não com a gente.
Ele estava bravo por está se culpando, "se eu tivesse visto isso, prestado atenção naquilo" ele era mestre em colocar a culpa em si mesmo.
ㅡ A culpa não é sua. ㅡ Fernanda disse. ㅡ Todos nós estamos com ela é ninguém percebeu nada, não tome para você uma responsabilidade que é de todos, incluindo ela mesma. ㅡ eu olhei para Fernanda. ㅡ O que? Vocês tem que concordar que por mais que queiram protegê-la, Renata não é mais criança e tem que ter conciência de que as coisas que faz não afeta só ela agora, mais sim os bebês. ㅡ por pior que fosse, ela estava certa.
Olhei para a parte transparente da porta e vi Renata e Muralha conversando. Ela estava com os olhos semi-abertos.
Muralha parecia está sentado em uma cadeira para crianças, o homem era um gigante. Agora eu entendi o apelido.
Vi quando ele falou algo e minha irmã pegou sua mão parecendo desesperada e ele negou com a cabeça imediatamente parecendo extremamente indignado.
Será que ele estava rejeitando ela e os bebês?
Era bem provável, talvez fosse até melhor ele não ter participação, era procurado e perigoso. Mas parando para pensar, Felipe também era, e possívelmente também fosse perigoso.
Suspirei, senhor olha onde a gente se meteu.
Vi minha irmã concordar com uma expressão exausta e Muralha se levantou, veio até a porta, mas parou para ouvir o que Renata falou e depois saiu.
ㅡ Vamos. ㅡ Muralha falou olhando para mim e depois olhou para Felipe.
ㅡ O que você quer? ㅡ Felipe perguntou com certa raiva.
ㅡ Conversar, não é meio óbvio? ㅡ Muralha começou a andar.
ㅡ Mais e a Renata? Ela não pode ficar sozinha. ㅡ falei.
Ele parou, olhou por cima do ombro para sua "cópia". O mesmo se levantou resmungando algo e entrou no quarto.
ㅡ De bandido a babá. Vou te contar viu. ㅡ ainda escutei ele reclamar.
ㅡ Se ele-
ㅡ Coringa é quem mais confio na vida. ㅡ o clima conseguiu ficar ainda mais pesado.
Muralha saiu andando é eh o acompanhei.
ㅡ De olho nele. ㅡ Felipe falou para Fernanda e ela concordou.
Saímos do hospital e fomos para o estacionamento. Muralha se encostou de costas em um dos pilares e colocou um cigarro na boca, logo acendeu e tragou.
ㅡ Então? ㅡ Felipe começou.
Muralha calmamente soltou a fuma e tragou outra vez.
ㅡ Ela está nervosa, vem sentindo dores mais não quis falar pra' ninguém. ㅡ Muralha tragou outra vez.
Eu e Felipe ficamos imóveis apenas processando a informação.
ㅡ C-como assim? ㅡ perguntei.
ㅡ Pelo que entendi, ela está se sentindo incapaz, inutilizada, também não queria incomodar nenhum de vocês por estarem fazendo demais. ㅡ sua voz estava calma, mais sua expressão era de quem estava a ponto de matar alguém. ㅡ O medo daquele moleque e o choque de me encontrar foram o limite, ela desmaiou e cá estamos. ㅡele tragou com certa raiva.
ㅡ Só queríamos ajudar. ㅡ nós defendi.
ㅡ Eu entendo. De verdade. ㅡ ele pareceu se acalmar. ㅡ Vamos dar um tempo a ela. Na verdade, eu acho que ela nem sabe como lidar com a situação em geral. ㅡ ele jogou o cigarro no chão e pisou nele.
ㅡ Ela falou tudo isso pra' você? ㅡ Felipe perguntou mais para ele mesmo do que para outra pessoa.
ㅡ As vezes é mais fácil falar com pessoas que não são do seu ciclo de vivência do que para quem vive ao seu redor. ㅡ disse.
E Felipe concordou.
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Atualizado até capítulo 33
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