Chegamos a uma espécie de portão, havia alguns homens fortes com armas no peito e rostos sérios bem na entrada.
Minha irmã segurou minha mão com tanta força que pensei que quebraria minha munheca, paramos no portão e um dos homens armados veio para o lado do passageiro.
Vi o momento que o vidro desceu e meu irmão olhou para o homem.
ㅡ Liberem Ai! ㅡ ele gritou quase que instantaneamente.
ㅡ Valeu ai. ㅡ meu irmão cumprimentou e o portão foi aberto.
Menor arrancou com o carro e meu irmão recebeu uma mensagem no celular, ele xingou e pediu para Menor que deixasse ele ali perto.
ㅡ Deixe elas na casa do MC. ㅡ disse antes de abrir a porta. ㅡ Acho melhor você se controlar. ㅡ meu irmão alertou com um semblante sério.
ㅡ Pode deixar, sei respeitar ordens, por mais que não pareça. ㅡ respondeu Menor.
ㅡ Vejo vocês mais tarde. Tenho que cuidar de umas coisas primeiro. ㅡ ele olhou para nós duas no banco de trás. ㅡ Qualquer coisa é só me ligar, tudo bem?
ㅡ Tudo. ㅡ eu respondi por nós.
Ele acenou com a cabeça e desceu, vimos quando ele atravessou a rua e entrou em um pequeno beco.
ㅡ Vamos pra' casa do chefe. ㅡ disse Menor enquanto ligou o rádio.
ㅡ Chefe? ㅡ Renata perguntou, ela sempre foi a mais corajosa de nós duas.
ㅡ Ah, é mesmo, eu não devia falar, mas como vocês possívelmente vão morar aqui, então não vejo problema. ㅡ ele começou enquanto dirigia em uma rua que ia subindo cada vez mais. ㅡ O irmão de vocês, é o que chamamos de Vice-líder, ele é o melhor amigo é braço direito do chefe. Felipe Oliveira, aqui é conhecido como Cobra. ㅡ ele sorriu demostrando completa felicidade em dizer aquilo. Orgulho até.
ㅡ Vice-líder do quê exatamente? ㅡ Renata continuou. Eu já não queria mais ouvir, cada palavra que ouvia era como se eu me distancia-se do que um dia sabia do meu melhor amigo e irmão.
Eu sabia que Felipe tinha muitos segredos, desde sempre eu soube que ele não me contava nem a metade de tudo sobre ele. Só que eu ignorava e fingia não saber por nunca ter ficado claro, mas agora era diferente, alguém estava estampando na nossa cara o quanto desconheciamos nosso irmão.
ㅡ Estamos em um morro, ele é vice-líder de tudo aqui, e é o líder em acordos e negociação do morro. Tudo e qualquer coisa tem que passar por ele antes de ser aceito ou aprovado. ㅡ ele se animava a medida que ia nos contando.
Meu estômago revirou, fechei meus olhos pensando e tomei coragem de perguntar.
ㅡ Tráfico? ㅡ perguntei.
ㅡ Sim. ㅡ respondeu e olhou no retrovisor me olhando, meu rosto deve ter dito tudo que estava pensando naquele momento pois seu sorriso desapareceu e seu rosto demonstrava a expressão de alguém que tinha falado demais.
Encostei minha cabeça no banco, minha boca ficando cara vez mais amarga, ânsia e a cada metro que íamos subindo parecia que meu almoço queria sair pela minha garganta.
Olhei para minha irmã. Renata não demonstrava emoção nenhuma, tinha voltado ao que era antes, uma completa muralha impedindo qualquer um de entrar em suas emoções ou pensamentos.
ㅡ Não me surpreende. ㅡ ela encostou a cabeça no vidro. ㅡ Não seria a primeira vez que alguém da nossa família vai para esse "ramo". ㅡ é verdade. A realidade me atingiu com força.
ㅡ Você tem razão. ㅡ disse e virei a cabeça para o outro lado.
Quando meu irmão chegasse em seja lá onde estávamos indo, teríamos uma conversa séria.
Paramos depois de algum tempo na frente de uma casa de dois andares com cores claras, um jardim tomado por mais homens armados que rondavam a casa como cães vigias.
Assim que chegamos no portão dois homens enormes apontaram suas armas em nossa direção.
Menor tirou um pequeno rádio sabe Deus de onde.
ㅡ Não reconhecem o carro do chefe de vocês, Porra? ㅡ sua voz parecia irritada mais seu rosto tinha um sorriso.
O homem mais alto e careca foi o primeiro a abaixar a arma e deu um soco no braço do outro para que fizesse o mesmo.
A porta da casa foi aberta por uma mulher deslumbrante, não aparentava ter mais de 40 anos e se tivesse tinha certeza que ela cuidava como ninguém da própria pele.
Ela veio até os homens e deu um tapa na nuca de cada um.
ㅡ Na próxima vez que apontarem armas para um dos meus filhos, eu mesma mato vocês. ㅡ os dois concordaram e saíram quase correndo para longe.
ㅡ Olha a braba. ㅡ Menor brincou.
A mulher fez um gesto com a cabeça para que entrasse com o carro para a garagem e foi isso que ele fez.
Menor estacionou e nos guiou por uma porta que dava acesso a casa, saímos na sala de estar muito bem arrumada com cores também claras.
A mulher veio até nós duas. E sorriu.
ㅡ Sou Olívia, mãe do Theo e do Micael. O dono disso aqui. ㅡ ela fez um gesto com a mão indicando a casa, mais eu percebi que não era somente da casa que se referia.
ㅡ Essas são Nathalia e Renata. ㅡ Menor nos apresentou. E ela sorriu concordando.
ㅡ Felipe já tinha dito que tinha irmãs muito bonitas, mais não tinha deixado explícito o quanto. ㅡ ela se aproximou de mim. ㅡ Ele tem muito o que conversar com vocês.
ㅡ A senhora não sabe o quanto. ㅡ eu disse e ela por um momento ficou seria e logo depois gargalhou.
ㅡ Gostei de você. Venham. ㅡ nos chamou e começou a nos mostrar a casa.
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Atualizado até capítulo 33
Comments
Eliene Rodrigues
Bom de mais
2024-02-15
1
Christian Gheysa
mais, mais, mais, quero mais
2023-10-15
7