Capítulo 5

Meu irmão disse que seria melhor irmos dormir e foi isso que fizemos.

Felipe deixou claro que ficaríamos ali temporariamente, que ele sabia que eu não gostava de Micael desde que era pequena, porém me pediu que eu não arrumasse confusão.

Não sei porque ele pensa que eu faria algo assim, eu sempre fui controlada e acabei prometendo que ficaria na linha e não iria ficar no caminho daquele imbecil.

Eu sabia que meu irmão não tinha muitos amigos, porém ele precisava te er como melhor amigo justo aquela peça?

Eu não ia nem um pouco com a cara de Micael e não fazia a menor questão de esconder isso. Ele era um pé no saco isso sim. No entanto deixei esse assunto de lado por enquanto.

Fui para o quarto que Renata estava já em seu milésimo sono e me deitei na cama de casal junto a ela. O cansaço de um dia extremamente exaustivo me dominou e eu dormir.

Me acordei no susto com uma risada mais do que exagerada, passei a mão no rosto e logo depois no cabelo.

Olhei para o lado e não vi minha irmã, ela não fazia o tipo que se acordava cedo então deve ter acontecido algo.

Voltei meu olhar para o guarda roupa e vi minha bolsa. Preciso tomar um banho.

Quando fui me levantar sentir uma dor infernal no meu útero. Que dia era hoje?

Peguei meu resto de celular que estava com a tela trincada e remendado com uma fita adesiva para a tela não cair, abrir em um aplicativo que monitorava minha menstruação e vi que estava previsto para ontem, porém ela não desceu. Que merda! Era só o que me faltava!

Me levantei e fui até a bolsa, abrir, peguei minha bolsinha com meu kit de sobrevivência e fui para o banheiro que ficava no próprio quarto, a porta do mesmo estava aberta então eu não precisei procurar.

Levei comigo uma camisa branca e um shorts um pouco maior do que normalmente uso, afinal não estou na minha casa e não posso ficar passeando por ai mostrando o rabo, vai que alguém mal-intencionado vê. Tá é repreendido.

Comecei tirando minha roupa que estava usando ontem mesmo, tudo aconteceu tão derrepente que eu nem troquei de roupa, mais também quem se importa com uma coisa tão banal quando sua irmã é expulsa de casa, vão para um lugar desconhecido e descobrem que seu irmão mais velho é um traficante?

Bem acho que são motivos suficientea para passar pano pra' mim.

Lavei minha calcinha e shorts, deixei ambos estendidos em um suporte para depois tirar. E fui tomar meu banho.

Lavei meu cabelo e me depilei porque ninguém merece está menstruada e peluda. Deus é mais!

Terminei e chegou a hora que a mulher banca a equilibrista, peguei a calsinha que tinha trago visto até metade das minhas pernas e coloco o absorvente. Deu tudo certo.

Arrumei o banheiro, peguei minhas coisas e saír. Deixei minha bolsinha em cima da minha bolsa com roupas.

Penteei meu cabelo todo para trás, passei um desodorante e desci.

Chegando na sala eu não vi ninguém, então fui para a cozinha, revirei meus olhos quando vi Micael sentado a mesa com um prato de miojo em sua frente.

ㅡ Quem come miojo de manhã? ㅡ merda falei alto demais.

Micael me olhou com uma cara de tacho. Fui entrando na cozinha tentando segurar minha língua.

ㅡ Algum problema de comer miojo pela manhã? ㅡ ele debochou com a voz ácida.

ㅡ Na verdade não, isso ai vai diminuir sua vida útil ou seja, quanto mais comer, mais tempo eu terei livre de você. ㅡ respondi o olhando por cima do ombro e dei um sorriso falso a ele.

ㅡ Mimada. ㅡ ele debochou.

Arfei por me sentir atacada, o que ele sabia da minha vida? Nada!

ㅡ Ridículo. ㅡ respondi com certa raiva.

ㅡ Idiota. ㅡ ele se levantou.

ㅡ Imbecil. ㅡ retruquei.

ㅡ Atraso de vida. ㅡ ele ia se aproximando.

Não me vinha nenhuma palavra a mente, eu definitivamente não ia deixar ele levar essa.

ㅡ Sua besta quadrada! ㅡ quase gritei pela proximidade que ele estava de mim.

ㅡ Parece que a anjinha tem que aprender a insultar os outros, não é mesmo? ㅡ ele sorriu ladino.

ㅡ E você? Quem chama outra pessoa de "atraso de vida" ㅡ imitei sua voz.

ㅡ Eu sabia que você não ia saber responder. Afinal você não sabe xingar e eu te conheço. ㅡ minha raiva estava mandando eu esganar aquele ser ali mesmo.

Vi quando ele passou a língua nos lábios. Que cretino! Ele fez de propósito para me fazer olhar.

O olhei indignada o que pareceu aumentar seu entretenimento.

ㅡ Filho eu- ㅡ eu empurrei ele para longe vendo Olívia nos olhando.

ㅡ Estraguei alguma coisa. ㅡ ela pareceu se culpar. ㅡ Podem continuar, eu volto depois. ㅡ ela já ia se virar.

ㅡ Olívia para com isso. ㅡ pedir sem jeito. ㅡ Isso não vai voltar a acontecer. ㅡ garantir.

ㅡ Eu não prometo nada. ㅡ sua voz demonstrava divertimento.

Ele deu um beijo na testa da mãe e passou por ela.

ㅡ Não vai terminar? ㅡ ele apenas negou e saiu.

Eu suspirei, nem sabia que estava prendendo a respiração. Olívia me olhava de uma maneira estranha.

ㅡ O que foi?

ㅡ Eu não disse nada. ㅡ ela riu e saiu atrás do filho.

Jesus isso nunca mais vai acontecer.

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