capítulo 11

• POV: Micael •

Depois de almoçar em casa junto de todo mundo, eu e Felipe voltamos para a boca, mesmo sem vontade nenhuma de voltar.

Tínhamos deixado dias pessoas importantes lá então tínhamos que terminar a "reunião".

ㅡ Eu não confio nesse dois. ㅡ Felipe puxou assunto enquanto estávamos dentro do carro.

ㅡ E você acha que eu confio? ㅡ perguntei. ㅡ Eles são aliados desde o meu avô, apenas por isso. ㅡ deixei claro.

ㅡ O muralha até vai, agora o coringa, sei lá, tem algo nele que eu não gosto e me irrita profundamente. ㅡ ele continuou.

Eu rir, era normal ele falar esse tipo de coisa de qualquer um que ele acabou de conhecer.

ㅡ Você também não gosta do Pedro. ㅡ brinquei e vi ele trincar o maxilar, não devia ter dito nada.

ㅡ Meu santo não bateu com o dele, só isso. ㅡ ele queria terminar aquela conversar ali.

ㅡ Tem certeza que é só isso?ㅡ algo me dizia que não.

ㅡ Eu não gostava de você. ㅡ ele sorriu mudando de assusto e colocando o pé no banco.

ㅡ É verdade. ㅡ entrei na onda, eu não queria o tirar do sério. Um de nós dois precisava estar calmo para terminar a conversa com aqueles dois cínicos e eu estava um pilha de nervos. ㅡ Talvez com o tempo isso mude. ㅡ deduzir e vi ele suspirar.

ㅡ Quem sabe. ㅡ respondeu.

Algo também me deixava com o pé atrás com ele, Felipe era misterioso, não de uma forma ruim, mais não saber em que pé está com ele me deixava estressado até demais. Porém ele era meu melhor amigo e eu o conhecia desde moleque e esse sempre foi seu jeito.

ㅡ Vamos lá. ㅡ disse ele já descendo do carro assim que estacionei.

Entramos na boca e vimos MT parado, encostado na parede de braços cruzados com cara de bravo, todo posturado olhando para dentro da minha sala.

A porta aberta revelava minha mesa com três cadeiras, a minha e do outro lado outras duas. Do lado da mesa, um armário onde ficava os documentos de tudo em relação ao morro. Do outro lado da mesa ficava um sofá de três lugares na cor preta.

Lá estavam eles, os líderes do morro aliado que vieram fazer um novo acordo com a gente. Muralha o dono e Coringa o vice. Ambos irmãos.

Eles se tornaram líderes depois de invadirem e matarem os antigos líderes com a ajuda do meu avô que foi preso e morreu na cadeia, ele não ia aguentar muito mesmo, o velho tava mas últimas.

Eles devem ser uns dois ou três anos mais velhos que eu, na época vinheram aqui fizeram um acordo com meu avô, assumiram o morro e pouco tempo depois eu assumir também e agora eles querem fazer o acordo diretamente comigo.

ㅡ Vamo lá. ㅡ disse pra mim mesmo.

Entrei na sala junto de Felipe, MT continuou no mesmo lugar, prestando atenção em cada um dos irmãos, ele era nosso melhor atirador.

Me sentei na minha cadeira e Felipe se sentou na cadeira a minha frente virando em direção aos dois que estavam no sofá.

Coringa era um idiota psicopata, que me olhava com um sorriso doentio, coberto por tatuagens até mesmo abaixo dos olhos.

Já Muralha era na dele, estava com um cigarro entrei os dedos e a cabeça encostada no sofá enquanto olhava para cima.

ㅡ Queremos que vocês apareçam no baile que vai ter no nosso morro. ㅡ Coringa começou.

ㅡ Algum motivo especial? ㅡ Felipe perguntou.

Parecia que apenas os Vices estavam ali, Muralha estava viajando em sua própria mente e eu queria ficar na minha.

ㅡ Bem, o nosso acordo e também pegamos um X9 que vai ser torturado para sabermos o que ele informou e para quem. ㅡ o sorriso de Coringa aumentou.

Que merda psicopata.

ㅡ Que ótimas motivações. ㅡ Felipe debochou.

ㅡ Não é! É emocionante. ㅡ esse cara ta falando sério? Eu hein.

Felipe me olhou e pareceu esta pensando o mesmo que eu. Cuidado é pouco com esse merda.

ㅡ Eu pensei que iam demorar mais. ㅡ a primeira vez que Muralha falou durante todo o tempo que esteve aqui.

ㅡ Tentamos ser rápidos. ㅡ disse me referindo a nossa saída para almoçar.

ㅡ Iam demorar a aceitar o acordo. ㅡ ele corrigiu.

ㅡ Não, é bom para os dois lados então aceitamos. ㅡ vi ele soltar fumaça.

ㅡ Se vão ao baile então é melhor ter cuidado para não levar a fiel.  ㅡ ele soltou mais fumaça. O que diabos tem nesse cigarro?

ㅡ Não entendi. ㅡ respondi.

ㅡ A mulher grávida. ㅡ ele me olhou e eu olhei para Felipe.

ㅡ Não temos fiel, é uma parente. ㅡ fui breve.

ㅡ Hum. Melhor assim. ㅡ Coringa disse.

ㅡ Por que? ㅡ vi Felipe travar o maxilar.

ㅡ Ordem não é algo que se tem em dia de baile. Não temos como garantir a segurança de ninguém, tanto que quem é de lá como de quem vai pra curtir. ㅡ Coringa passou a língua nos lábios.

ㅡ Vamos. ㅡ Muralha se levantou. ㅡ Vai ser daqui dois dias. ㅡ foi tudo que disse.

Ele saiu e Coringa se levantou.

ㅡ Esperamos vocês lá. ㅡ aquilo mais pareceu uma ameaça do que um convite.

Ele saiu atrás do irmão. Esperamos alguns minutos e finalmente nos jogamos mas cadeiras. MT entrou na sala.

ㅡ Então o que faremos? ㅡ Felipe perguntou.

ㅡ Vamos. ㅡ respondi como se fosse óbvio.

ㅡ O que você sugere MT? ㅡ Felipe olhou para ele e eu fiz o mesmo.

ㅡ Por que estão perguntando pra mim?

ㅡ Você ficou aqui o tempo todo, pode ter ouvido algo se isso for uma armadilha. ㅡ Felipe explicou.

ㅡ Cobra, não acho que se fosse uma armadilha eles fariam tanta questão de ter um acordo com vocês, a pior das hipóteses é que eles estão atolados em alguma merda e precisam de ajuda ou querem que vocês vejam algo. ㅡ ele pareceu pensar.

ㅡ O que sabe sobre o morro Centro? ㅡ perguntei.

ㅡ Pouco, são muitas regras que as pessoas seguem lá, o menor passo fora da linha e são punidos, poucas as vezes saiem com vida.

ㅡ Eu quero saber tudo. ㅡ ele concordou.

ㅡ O morro é terra de ninguém, como se fosse uma zona de guerra o tempo todo, em dias de baile fica ainda pior, muitas pessoas morrem, por isso que só tem quando algo grande acontece como uma execução, captura de alguém importante ou descoberta de um X9 e tortura. É tudo o que eu sei. ㅡ concordei.

ㅡ Pode ir. ㅡ ele saiu e fechou a porta. ㅡ O que você acha? ㅡ perguntei a Felipe.

ㅡ Temos que ir, vamos ter em mente que não se pode confiar neles e a hipótese que tem algo que ele quer que vejamos. ㅡ concordei.

ㅡ Mas acho melhor está preparado para tudo. ㅡ concluí.

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