Já estava de noite e eu, minha irmã e Olívia estávamos na sala assistindo The Witcher, Olívia ficava elogiado o Henry Cavill a cada cena que ele aparecia.
Em algum momento minha irmã acabou dormindo e eu e Olívia ficamos babando no Henry e jogando pragas nas mulher que já tocaram aquele corpo perfeito.
Olívia acordou minha irmã e a levou para um dos quartos, logo depois voltou. E ficamos assistindo, conversando sobre a beleza de Henry e comendo besteiras.
Eu pensei comigo mesma se minha mãe tivesse aquele tipo de momento comigo e com minha irmã teria mudado alguma coisa. A mínima que fosse.
Bem, não tinha importância agora na verdade. Menor saiu todo arrumado a algumas horas atrás e disse para a mãe que não voltaria cedo.
Já passava das 22:30 e nada do meu irmão, nem uma mensagem sequer, eu estava começando a ficar preocupada.
Olívia me disse em que quarto minha irmã estava para quando eu estivesse com sono ir dormir com ela.
ㅡ Fique a vontade. ㅡ ela me deu boa noite e subiu para dormir.
Eu fiquei mais um pouco assistindo, mais o sono começou a chegar, desliguei a TV e quando ia subir para dormir, escutei som de carro na garagem e vozes.
ㅡ Cala a boca idiota, as meninas devem está dormindo. ㅡ era a voz do meu irmão.
ㅡ Quem fez barulho com o carro foi você imbecil. ㅡ uma outra voz, também masculina retrucou.
ㅡ Tá, Tá, mais quem está fala do alto? ㅡ Felipe pareceu querer irritar o outro.
ㅡ Os dois. ㅡ o outro respondeu.
Eu vi a porta ser aberta e cruzei os braços tentando demonstrar o mínimo de seriedade possível, mais meu sono e cansaço estava me matando.
Vi meu irmão entrar primeiro e assim que ele me viu pareceu ler meus pensamentos. Eu já sabia o que ele fazia para ganhar a vida.
ㅡ Felipe eu- ㅡ me interrompi quando vi o homem atrás dele. ㅡ Só pode ser piada. ㅡ disse para mim mesma.
A pessoa que agora estava ao lado do meu irmão me lançou um sorriso prepotente o que somente me irritou.
Então quer dizer que Micael o filho de Olívia, aquela mulher incrível e maravilhosa tinha parido um cafajeste como Micael Calisto. A criatura que mais odiava na vida.
ㅡ Olha só. ㅡ ele começou.
Ele colocou as mãos nos bolsos e seu sorriso aumentou.
ㅡ Não começa Micael. ㅡ meu irmão advertiu.
ㅡ Quer dizer que seu melhor amigo é ele? ㅡ perguntei incrédula e com raiva me consumindo.
ㅡ Sim, algum problema? ㅡ Micael respondeu, sua expressão desafiadora.
ㅡ Eu queria saber se não tinha algo melhor. ㅡ disse sorrindo também.
Eu o detestava, o que não acontecia com frequência, normalmente eu gostava de todo mundo. Menos dele. E eu fazia questão de deixar muito explícito.
ㅡ Já chega, por favor. ㅡ meu irmão olhava para nós dois, seu rosto cansado. ㅡ Uma trégua? ㅡ ele propôs.
Eu olhei para Micael e ele deve ter pensado o mesmo que eu. Por Felipe.
ㅡ Trégua. ㅡ dissemos e meu irmão suspirou.
ㅡ E Menor? ㅡ meu irmão perguntou.
ㅡ Saiu a um tempo, disse que não vai voltar cedo. ㅡ os dois concordaram como se aquilo fosse rotineiro.
ㅡ Renata? ㅡ outra pergunta.
ㅡ Foi dormir, estava cansada. ㅡ disse apenas.
ㅡ Certo, vou vê se amanhã a levo no médico. ㅡ Felipe massageou as têmporas com força.
ㅡ Ei irmão, se você quiser eu caço quem é o pai. ㅡ meu irmão negou no mesmo momento.
ㅡ Tenho que conversar com ela primeiro, Micael. ㅡ ele concordou e passou por mim subindo as escada e me deixando sozinha com meu irmão.
Felipe passou por mim e se sentou no sofá, as pernas abertas, cotovelos mas coxas e mãos na cabeça. Estava exausto.
Não sei quem de nós dois estava mais na verdade. Eu quase não me aguentava em pé, mas me mantive firme. Precisava ter aquela conversa com ele, ou nunca teria.
ㅡ Tráfico Felipe? ㅡ comecei. ㅡ Eu sei que você queria que tivéssemos uma vida confortável na medida do possível, mais não precisava ser assim. ㅡ eu pensei se o rosto dele já estava sendo procurado pela polícia.
Eu passei a mão nos cabelos, estava me culpando também, seu pudesse conseguir um emprego Felipe não teria que ter ido tão longe por nós.
ㅡ Nha, eu sei o que está pensando. ㅡ ele começou e eu fiquei apenas ouvindo o que tinha a dizer. ㅡ Mas eu não tinha alternativa, nossa mãe ficou desempregada, o traste do nosso pai sofreu aquele acidente e tivemos que internar ele um hospital particular. Tinha o colegio de vocês. ㅡ ele olhou para mim e eu o olhei horrorizada.
Minha cabeça tinha parecido ter dado um nó, mais ao mesmo tempo tudo estava fazendo sentindo finalmente. A diferença de idade entre nós era de 4 anos. O que tornava tudo pior.
ㅡ Felipe para. ㅡ ele me olhava com atenção. ㅡ Tudo isso aconteceu a muito tempo. O acidente do nosso pai aconteceu quando você tinha 13 anos. ㅡ disse incrédula. ㅡ 13 anos Felipe, você era uma criança. ㅡ eu me aproximei do meu irmão.
Me sentir a pior pessoa do mundo, estava o julgando antes mesmo dele se explicar, de saber seus motivos apenas o julguei.
ㅡ Me desculpa. ㅡ eu pedir, me voz saindo embargada. ㅡ Me desculpa, por favor. ㅡ pedir já sentindo meus olhos arderem.
ㅡ Não tenho que desculpar nada, ta tudo bem. ㅡ ele me puxou para um abraço apertado.
Meu irmão era o melhor do mundo sem sombra de dúvidas.
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Atualizado até capítulo 33
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