Capítulo 2

Terminei de arrumar minhas coisas e ajudei minha irmã a arrumar as dela, mesmo que não tivéssemos muito a arrumar.

Eu conseguia escutar a gritaria na sala, meu pai xingando Felipe de tudo quanto era nome, meu irmão porém ficou calado o tempo todo, muito provavelmente nem ligando para o que dizia.

Então um xingamento foi lançado para Renata e Felipe me pareceu ter enlouquecido. Virando outra pessoa e até mesmo ameaçando nosso pai de o matar se voltasse a repetir tais insultos.

Eu e Renata nos asustamos por nunca termos visto Felipe sequer brigando e agora estava ameaçando de matar alguém.

Minha irmã ficou calada o tempo todo me deixando extremamente preocupada. Foi quando Felipe passou pela por porta e veio em nossa direção, seu rosto estava vermelho e sua expressão era de quem realmente ia matar alguém.

Ele olhou para nossa irmã caçula, respirou fundo e logo em seguida a puxou para um abraço.

ㅡ Vai ficar tudo bem, nunca mais, eu prometo, nunca mais ninguém vai encostar um dedo sequer em nenhuma das duas. ㅡ ele deu um longo beijo no topo da cabeça da nossa irmã a apertando ainda mais contra ele.

ㅡ Me desculpa Fhe. ㅡ Renata pareceu encolher no abraço dele.

ㅡ Não tem o que desculpar, você não tem culpa. ㅡ Felipe olhou para mim, seus olhos buscando alguma orientação.

Eu apenas neguei com a cabeça para ele, tocar no assunto agora só a deixaria pior, depois nós dois conversaríamos mas só nós dois. E ele pareceu entender.

ㅡ Preciso fazer uma ligação. ㅡ ele se soltou de Renata e caçou o celular no bolso.

Felipe digitou alguma coisa e levou o aparelho a orelha. Em poucos segundos alguma pareceu ter atendido.

ㅡ Iaê, tô precisando de um favor... Não, não foi isso... Tem como mandar alguém me buscar no endereço que vou te mandar?... Valeu mesmo mano... Beleza vou tá esperando... Isso quando chegar te explico tudo. ㅡ meu irmão estava tenso como se seu segredo mais obscuro estivesse preste a ser revelado.

Felipe guardou o celular no bolso e passou a mão nos cabelos. Olhou para nós duas e suspirou outra vez.

ㅡ Olha, vão acontecer muitas coisas a partir de agora e eu preciso que confiem em mim. ㅡ eu não estava gostando nem um pouco do rumo daquela conversa. ㅡ Posso contar com vocês?

ㅡ Pode. ㅡ eu e Renata respondemos juntas, mesmo que eu não estivesse tão certa disso, Felipe era tudo que tínhamos, o único que verdadeiramente sempre estava lá para mim e Renata.

Ele foi o que mais próximo tivemos de amor paterno, era isso que ele significava, era como um pai. O mínimo que podíamos fazer era confiar nele, afinal ele sempre soube o certo a se fazer.

ㅡ Eu amo vocês. ㅡ disse ele tocando minha bochecha e a de nossa irmã também. ㅡ Acima de tudo. ㅡ deixou claro.

Um ronco de motor muito alto foi ouvido por nós três e vi um pequeno sorriso se abrir no rosto de Felipe.

ㅡ Vamos, nossa carona chegou. ㅡ dito isso ele pegou nossas bolsas e foi na frente.

Renata foi logo atrás e eu os seguir, passando pela sala vi meus pais e Leon, que deu um pequeno aceno com a mão, como se nunca mais fosse nos vê novamente.

Já do lado de fora vi um caro de luxo e atrás estava escrito Range Rover. O vidro do motorista desceu e pude ver um homem muito bonito, moreno, o cabelo tinha luzes, seu pescoço coberto por tatuagens até onde podia vê.

Meu irmão foi cumprimentá-lo e os dois sorriram.

ㅡ Sempre se metendo em encrenca e temos que livra sua bunda. ㅡ o homem brincou e meu irmão deu um leve empurrão no braço do mesmo.

ㅡ Qual é idiota, você sabe bem quem sempre livra a bunda de quem aqui. ㅡ meu irmão provocou com um sorriso, sua personalidade mudando completamente.

ㅡ O que tá rolando? ㅡ Renata me cutucou e sussurrou.

ㅡ Não faço ideia. ㅡ respondi tão confusa quanto ela.

ㅡ Meninas esse é o Theo, mais conhecido como menor. Menor essas são minhas irmãs, Renata a caçula e Nathalia a do meio. ㅡ eu e minha irmã acenamos para ele e ele apenas sorriu.

ㅡ Uma grande satisfação conhecer vocês. ㅡ seu sorriso aumentou e eu pude perceber, o típico cafajeste, seu sorriso dizia tudo.

ㅡ Ambas estão fora dos limites para você e os outros. ㅡ meu irmão deixou claro e o sorriso do moreno pareceu nunca ter existido.

ㅡ Mais você é chato viu, nem sei como o chefe é seu melhor amigo. ㅡ ele resmungou.

ㅡ Vamos. ㅡ Felipe se referiu a nós duas e fomos até o carro.

Entramos e nosso irmão fez o mesmo depois de colocar nossas coisas no porta-malas.

Eu não fazia ideia do que nos aguardava, ainda mais com uma certa incerteza rondando minha cabeça.

Como meu irmão conhecia aquele tipo de pessoa? E será que ele trabalha de verdade em um estúdio de música?

Não tinha importância naquele momento, mas me deixava com o pé atrás em relação ao meu irmão.

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Comments

Pedro Miguel

Pedro Miguel

Será que ele é traficante?

2023-11-21

9

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