Me seguindo

Após um jantar perfeito e um piquenique incrível na praia, Daniel me levou para casa, na porta nós nos despedimos e ele então me beijou, eu retribui, mas não senti nada além de ternura, ele foi um complemento cavalheiro.

Daniel:

— Boa noite Rebeca.

Rebeca:

— Boa noite Daniel.

Ele me olhou com aqueles olhos, eles transbordavam alguma coisa, confesso que fiquei mexida após o beijo, por que eu sou assim? ele é tão incrível, doce, cavalheiro e claramente gosta de mim, por que ainda sim eu penso no Paul? por que ainda sinto que traí meu coração? Por que não quero simplesmente me jogar nos braços do Daniel e me permitir ser valorizada por um instante? São muitas perguntas que eu não tenho a resposta, e se tenho, não quero saber, depois de todo esse questionamento que fiz a mim mesma, eu tomei um banho e fui dormir, assim meus pensamentos iriam parar de me incomodar.

Ponto de vista do Paul.

Eu saí da casa da Rebeca na sexta a noite depois de transarmos e fui pra casa, mas não consegui dormir, fiquei pensando no que aconteceu, no quanto foi bom e selvagem, mas eu fiquei puto pela reação dela depois que fizemos, por que ela vive distorcendo o que eu falo? dessa vez foi diferente porque havia sentimentos envolvidos, com ela eu não consigo ser violento, não consigo ser sério, como se um ímã me atraísse para ela, como eu paro isso? Eu sou o Paul Anderson, magnata rico e o mafioso mais temido, por isso tenho tantos inimigos, mas com ela sinto que esse Paul não existe, como se uma parte desconhecida minha existisse e só se aflorasse com ela por perto. No sábado de manhã eu sabia que ela estava com as secretarias, pensei em ligar várias vezes, mas desisti resistindo ao que eu estava sentindo, quando meu pai apareceu lá em casa.

Emanuel:

— Finalmente te encontrei, você saiu ontem me deixando falando sozinho Paul, posso saber o que te deu na cabeça para matar o Vicente?

Paul:

— Eu estava estressado, e o Vicente não ajudou muito falando aquelas merdas.

Emanuel:

— E é assim que você resolve? vai acabar estragando as coisas para nós, esse império com esse seu temperamento.

Paul:

— Império esse que eu construí pai, antes que eu assumisse você só trabalhava com tráfico humano, o que não dá muito dinheiro pegar garotas de outros países e meter em prostíbulos.

Emanuel:

— mas havia muitos clientes satisfeitos.

Paul:

— Quais? com os pagamentos que davam, você não teria a vida que tem hoje, e estaria preso pelo que fez, eu construí um grande império de drogas, comando a maior rede deste país, e ainda sou famoso pela faculdade que fiz e as redes de cinemas que construí para lavar todo esse dinheiro, e ainda emprego pessoas e faço filmes, então cada vez que eu não estiver com paciência para aturar aqueles miseráveis, eu vou dar um tiro na cabeça de um, então não venha me irritar ou próximo tiro será na sua cabeça.

Emanuel:

— Essa crueldade Paul, não precisa jogar na minha cara que eu fracassei, não esqueça com quem está falando.

Paul:

— Cala boca, não esqueça você com quem está falando, e sai daqui, você nunca foi um bom pai, e sempre foi tão violento quanto eu, até pior se não lembra, então não seja hipócrita agora.

Emanuel:

— Matar o Vicente atrapalha nossos carregamentos já que ele conhecia todas as rotas, podemos nos encrencar por isso, você não está sendo cauteloso.

Paul:

— Você ainda tá aqui? Quanto aos carregamentos, Pedro também conhece as rotas, e eu confio nele, agora sai daqui, não to com paciência, não me faça quebrar minha promessa.

Emanuel:

— Promessa? Deixa eu te lembrar da minha, um dia vou matar você e quem você ama.

Paul:

— Não teste minha paciência Emanuel, você não é meu pai de sangue, e eu não sou um poço sem fundo, você só não está morto por causa da promessa que fiz a minha mãe, então me faça quebrar ela.

Emanuel saiu da minha casa furioso, Vicente era amigo dele e um homem de sua confiança, ela sabe que estou desbancando seu homens, e colocando os meus em ação, pois são pessoas treinadas. depois dessa conversa desagradável, sai para encontrar meus homens e ver tudo sobre o carregamento que chega segunda da Valência, quando terminamos já era quase noite, eu chequei meu celular algumas vezes e pensei em ligar novamente pra ela, mas não tive coragem, então decidi voltar pra casa, mas acho que errei o caminho já que estava na rua casa dela, pensando se eu descia e ia até ela, ou ficava lá a olhando, mas aí as amigas dela saíram da casa dela e logo depois ele chegou com flores, pela cara que ela fez, ela adorou aquele gesto e até sorriu pra ele, ela fica bem de vermelho, mas por que ela está saindo com ele depois do que aconteceu ontem entre a gente? não foi importante pra ela? não significou nada? uma fúria assassina começou a me consumir e pensei que era o momento do Daniel dançar, eu os segui e vi eles lá naquele restaurante, ela todo sorridente conversando com ele, parecia está se divertindo, foi aí que percebi o que ela quis dizer ontem, ela queria aquilo comigo, mas não estou disposto a correr esse risco, quando a encontrei no restaurante ficou claro, que o que eu tinha que fazer era apenas chamar ela pra sair, que se eu tivesse ligado ou feito qualquer coisa ela não estaria com ele agora, depois do que ela disse, não consegui mais assistir aos dois rindo e felizes, só conseguia sentir mais raiva e então fui para casa, querendo voltar e encher ele de bala, mas notei algo diferente no caminho para casa, havia um carro me seguindo, a primeiro momento não dei importância, até porque só conseguia pensar em matar o Daniel e ficar com a Rebeca, mais comecei a me perguntar a quanto tempo aquele carro estava né seguindo e se alguém me viu com a Rebeca, se eu coloquei um alvo nela como a Valência disse que eu faria.

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