Daniel

Ponto de vista do Paul.

Decidi aceitar o conselho da Valência e não matar o Daniel ainda, mas fiquei o resto do dia me perguntando se acidente poderia atrasar as coisas, afinal o dinheiro era meu, mas pensando bem, eu não poderia fazer isso, iria contra o que os dois mundos corporativos esperam de mim, isso claramente seria uma amostra da minha parte de algum tipo de sentimento por ela, isso não posso fazer, me apaixonar, talvez ela deva mesmo sair com esse fraldinha, bom eu achei que conseguiria e não faria nada, mas lá estava ela conversando com as amigas, aposto que estava falando que ia sair com aquele idiota, e quando me deparei, lá estava eu na frente de todos sendo recusado por ela, que aceitou sair com ele e disse que falaria comigo na segunda, SEGUNDA! quem ela acha que eu sou? A vergonha que ela me fez passar na frente de todos ali, é inadmissível, mas continuei agindo normalmente, mesmo querendo quebrar o pescoço daquele Daniel ali mesmo, ele tinha que se meter entre nós dois?

Paul:

— até Rebeca.

Rebeca me olhou de um jeito que não gostei, principalmente pelo tom que ela usou para falar comigo, completamente respeitoso e cordial, como se não tivéssemos nada, a fúria passou por mim, que fui para minha sala com Valência atrás de mim, chamando meu nome.

Valência:

— Paul, se acalma, é normal ela demonstrar esse tipo de atitude se não sabe quem você é.

Paul:

— não quero que ela tenha medo de mim.

Valência:

— respeito e medo são duas coisas diferentes. Eu não tenho medo de você, mas te respeito.

Paul:

— você não tem medo de mim?

Valência:

— Claro que não, eu poderia te matar, mas somos "amigos amantes" de famílias bem complicadas, leva um tempo pra se acostumar e nossa aliança é importante aqui em Los Angeles, mesmo que seu pai seja contra mim.

Paul:

— por que ela agiu daquele jeito?

Valência:

— com respeito e benevolência?

Paul:

— com frieza. Não consigo entender ela, sempre tive todas as mulheres, nunca foi difícil conseguir uma boa foda.

Valência:

— talvez não queira apenas uma foda.

Paul:

— não vem com essa de amor, sabe que não posso fazer isso.

Valência:

— Então se afaste e ninguém matará ela.

Paul:

— ainda estou puto, mas como será que está o café?

Valência:

— podemos ir lá ver, ou voltamos ao trabalho e você come a Fabiana e depois a mim.

Paul:

— melhor eu ir encontrar meu pai, é dia de coleta.

Valência:

— estragou a diversão.

NO RESTAURANTE...

ponto de vista da Rebeca.

eu e Daniel estamos no restaurante e eu não conseguia deixar de pensar na forma que eu tratei o Paul, me perguntando se eu não havia sido muito rude com ele, se eu não havia passado dos limites, mas era melhor esquecer isso por um tempo e dar atenção ao Daniel que estava sendo bem simpático e adorável comigo.

Daniel:

— por que Los Angeles?

Rebeca:

— ainda tô tentando descobrir, mas é só o meu pai e eu, então tento sempre dar o melhor pra ele.

Daniel:

— então você mora com seu pai?

Rebeca:

— não, ele está em uma clínica, ele precisava de cuidados médicos e eu não tinha as habilidades necessárias para isso, então quando consegui esse emprego com a Valência, me ajudou muito, principalmente por causa do salário, assim eu consigo pagar um bom lugar com cuidados médicos de qualidade para ele.

Daniel:

— posso perguntar o que seu pai tem?

Rebeca:

— minha mãe, ela morreu quando foi assaltada a uns dois anos, meu pai não aguentou, por um tempo ele tentou ser forte e não chorar, mas acho que guardar todos esses sentimentos o fez infartar a uns seis meses atrás, eu quase o perdi também.

Daniel:

— sinto muito por isso, você é bem forte e destemida, já te admiro.

Rebeca:

— que isso, eu precisei ser forte e acabei criando uma muralha, vivo na defensiva, e estrago as coisas com frequência. — Daniel então riu de mim...

Daniel:

— acho que eu também tenho essa qualidade de estragar tudo.

Rebeca:

— Talvez a gente domine o mundo um dia com esse super poder.

nós dois passamos a rir, e até que foi divertido, o café virou um jantar, e eu acabei descobrindo unas coisas bem legais sobre o Daniel, como por exemplo, ele é australiano, tem pai e mãe que o apoiam na carreira de ator, que ficaram muito felizes por ele ter conseguido esse papel importante, ele também tem dois irmãos, que achei bem fofo ele falando da pequena Luiza e Tony, acabamos nos conhecendo mais e foi bem legal a noite, depois de um belo jantar, Daniel se ofereceu para me levar em casa e eu aceitei claro, o que eu achei que seria bem estranho, acabou virando um encontro bem divertido e nem lembrei do Paul até chegar em casa, quando chegamos na minha casa convidei Daniel para entrar, mas ele foi um cavalheiro e disse que não quer fazer as coisas assim, que quer chegar ao meu coração primeiro, e achei isso muito fofo e lindo, então lembrei para onde meu coração estava indo, então lembrei dele, dei um pequeno sorriso e Daniel me deu um beijo na bochecha e ainda me desejou boa noite, eu claro que voltei para dentro de casa rindo, a noite realmente tinha sido agradável e fazia tempo que eu não tinha um encontro com ninguém além da minha cama e a comida congelada na minha geladeira, eu fui tomar banho e escrever um pouco, eu estava inspirada, o que desencadeou muitas cenas românticas e trágicas na minha mente, e eu escrevi todas elas com um grande sorriso no rosto, quando terminei eu desci para tomar um copo de leite e alguém bateu na porta, era o Paul, quando abri a porta ele nem me deu boa noite, apenas beijou me de um jeito cheio de ternura e paixão.

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