Capítulo 18

Sai do carro com cuidado. Edward aproximou de Lewis, disse algo que o fez sair. Eu esperava calmamente, ate sentir a grande vontade de olhar para trás.

Os meus olhos brilhavam com a imagem. Era o mar.

— Gostou?— Edward segurou-me por trás, dando-me um abraço.

— Não. Eu adorei.

— Caso não tenha reconhecido, esse é o mesmo porto.

— Serio?— Ele riu e respondeu.

— Sim.

— Isso faz-me lembrar de tantas coisas.

— Como assim?

— Não é como se eu lembrasse de tudo, mas de algumas coisas...

— Tipo?

— Bom... Lembra aquela vez que agente pulou daquele penhasco— Disse a apontar. Ele riu.

— Verdade. Eu fiquei em dúvida se pulava ou não, mas cedi depois que disse ir pular comigo.

— Foi mesmo— Ria enquanto ele me abraçava mais.

Comecei a tossir.

— Você esta bem?— Parecia preocupado. Tampei a boca com as mãos e a tossi só piorava. Ate sentir um pouco de sangue. O que me deixou em pânico— Ellie?!

— Tenho que ir— Sai correndo de seus braços. Ele gritava.

Corri tanto que cheguei numa caverna. A mesma de quando era criança.

— Por que volta? Porquê?!

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— Lamento informa senhorita Ellie, não podemos fazer mais nada.

— Eu sei... O corte abriu de novo?

— Agora não é só um, são vários.

— Não tem como retirar mesmo?

— Como falei antes, não tem como?

— porquê?

— Se mexermos vão se espalhar e cortar o estômago— Suspirei.

— Quanto tempo tenho?

— Alguns meses, talvez menos dependendo.

— Tudo bem— Disse cabisbaixa.

— Não é da minha conta, mas, tente resolver as coisas rápido.

— Obrigada.

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— Só quero mais tempo...— chorava em um canto.

Comecei a olhar em volta. Estava cheio de pinturas, minha e de Edward. O canto onde estava, tinha um pano onde eu e Edward tínhamos o colocado antes. Parecia uma tenda aberta.

A dor no estômago só piorava a cada momento. Comecei a cuspir sangue.

— Arg!— Como doía.

Tentei distrair-me da dor insuportável. Era pior que da cabeça.

Fixei o olhar a nossa antiga pintura.

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— Ellie. Eu trouxe-lhe aqui por um motivo— Ele usava um dos seus ternos.

— Qual?— Ele ajoelhou no chão. Me fazendo colocar a não na boca.

— Ellie. Eu humildemente ajoelho a te, e a peço em casamento— Tirou a caixinha do seu bolso e estendeu ela. Abriu era um lindo anel— Aceita casar comigo?

Podia ter milhares de reações, mas preferir apenas me jogar nos seus braços o fazendo cair para trás. Pode ter sido simples, mas pelo seu sorriso ele gostou. Eu beijei-o e ele retribuiu. Depois que nos afastamos.

— Não respondeu a minha pergunta.

— Hum... Acredito que o beijo tenha sido claro.

— Mas não foi.

— E um sim, — Ele rio-me beijando novamente.

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Acordei com um chamado.

— Ellie!— Era Edward, tinha certeza.

Levantei com a mão na barriga. Onde os pontos se abrira.

— Edward— Chamei.

— Ellie!

Ele correu da metade da praia ate mim. Eu já tinha Sai do da caverna.

Ele me agarrou e apertou.

— Você me assustou.

— Desculpa eu...

— Você?— Bufei-me afastando.

— Eu estava com medo, não sei o que me deu— Falava rápido

— Ellie. Calma— Ele abraçou-me de novo.

— Edward— Chamei.

— Sim.

— Sei que isso leva tempo, mas, tem um jeito de você perdoar-me— Ele afastou e olhou no fundo dos meus olhos, não sabia qual seria sua resposta.

— Ellie... Não é fácil assim.

— Eu sei..., mas dê-me uma oportunidade— O sorriso mais calmo e pleno que pude ver no seu rosto surgiu. Fazia tempo que não o via sorrir deste jeito.

— Ellie. Eu acredito que voce tenha realmente mudado. E só de ter por perto, há enche-me de alegria. Mas com isso vem as lembranças, o sofrimento, tudo... Ellie vou propor o seguinte— Aproximou do meu ouvido e cochichou— Você pode tentar, prometo facilitar um pouco.

Abracei o seu pescoço e dei um beijo na sua bochecha.

— Obrigada— Ele afastou-me devagar, sorrindo disse.

— Vamos voltar?

— Sim...

— Ellie. Você esta bem?!— Coloquei a mão na cabeça e outra na barriga.

— Estou, e apenas um leve cansaço.

— Certeza?

Assenti a cabeça.

Ele ligou para Lewis, não ouvi a conversa, mas tenho certeza que ele não iria demorar . A tosse piorou, até um ponto onde eu cospia sangue novamente. Por sorte, Edward estava distraído no telefone brigando com Lewis.

Caminhei ate a água e limpei a mão. Sentei na beira e observei o por do sol. O mesmo que Edward tinha-me contado.

— Daqui alguns minutos ele chega.

— Que bom!

Eu encarava o mar, o meu rosto se aquecia com os pequenos raios de sol, Edward ao meu lado. Aquele momento era tão aconchegante, que gostaria de ficar ali para sempre. Sem ter que me preocupar sobre os cortes ou nunca conseguir redimir-me.

— Eu gostaria de ter mais tempo com você— Comentei.

— Eu também.

— Serio?

— Sim... Por que não gostaria?

— Bom... Antes voce nem queria sair para um passeio— Ele riu para si mesmo— O que o fez mudar de idéia?

— Uma ligação de hospital.

— Não entendo.

— Quando descobrir estar no hospital, pela segunda vez na minha vida, entrei em pânico. Talvez seja o medo de perder-lhe de novo.

— Segunda?— perguntei.

— Sim... a primeira foi no dia do acidente.

— Pensei que não se importava comigo— Ele deu outro leve sorriso jogando o corpo para trás. Como estava sentado, parecia um pouco inclinado a minha direção.

— Eu me importava com você, e sempre vou. Mesmo que me traía com o mundo inteiro, mesmo que todos a odeie por isso. Eu sempre vou-te ...— Por que não continua? E só fala diga vamos— Er... Acredito que o imprestável do Lewis já tenha chegado. Vamos— Disse a levantar e estendendo a mão. A minha pequena luz de esperança foi embora. Tentei disfarça um sorriso, mas, a minha tristeza era notável. Menos por Edward que nem olhou nos meus olhos.

— Sim.

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