Capítulo 14

De manhã, eu já tinha um plano feito, eu iria conquistar Edward, ou morrer tentando.

Enquanto isso, recebi uma ligação, era o mesmo número. Eu estava muito curiosa. Queria saber o motivo de tantas ligações. Então resolvi atender.

— Alô?

— Ellie! finalmente atendeu-me, encontre no café...— Era uma voz masculina. Parecia cansada mas com toque de alívio.

— Quem é você?!

— Não posso falar ainda, mas encontre-me se quiser saber a verdade... Toda a verdade.

Ele desligou. Aquela ligação surpreendeu-me, como uma pessoa liga assim do nada, e após falar "Vou contar-te toda a verdade" ele deve ser louco, ou ele... Eu deveria ir... Eu deveria ir... Não sei, ele sabe meu nome... Terei que tomar cuidado.

Eu saí do quarto, estava toda animada, mas meus olhos diziam outra coisa, eu parecia cansada cada dia mais... Desgastada.

— Senhora! O que faz aqui tão cedo?— Era uma das empregadas.

— Acordei mais cedo para ver Edward.

— Eu acho que ele nem acordou...

— Tudo bem, eu espero.

— Sim, senhora.

Eu sentei em uma das cadeiras e fiquei lá, parada esperando. Um dos cozinheiros apareceu com um prato, eu levantei a mão pedindo para se retirar com o prato. Eu não vou comer sem ele... Der repente, ele aparece descendo as escadas, com um terno elegante. Eu levantei rápido e corri até ele, ele observava-me, ate quê...

— O que quer?

— Sair com...

— Não!

— Por que não?!— Falei enquanto seguia ele até a mesa de jantar.

— Eu não quero sair... você não merece.

— Como assim, o que eu fiz para não merecer?

— Sabe muito bem— Ele senta no lugar de sempre, e eu ao seu lado.

— Não, eu não sei!— tentei falar de uma forma com que ele entendesse a verdade.

— Pare de mentir!

— Não minto!— insistir.

— Cala a boca!

— Não!— Gritei com toda a força, ele calou-se— Não percebe? Tudo o que eu faço, cada respiração minha, pensamento e tudo por você idiota!

— ...

— Eu te amo, entenda isso...

Antes que eu pudesse continuar eu senti uma queimação no meu rosto, ele havia me batido. Paralisada eu tentava entender aquela situação, tentava entender o motivo de tudo.

Ele começou.

— Não, você não me ama. Não depois de tudo que fez. Pare de mentir para si mesma, e volte para ele de uma vez!— Ele? quem e ele? O que ele ta falando?

— Eu nunca vou desistir de você! Nunca!— Minha voz queria fraquejar naquele momento, mas não permiti.

— Sai daqui!— Eu levantei e comecei a sair. De costas para ele eu falei.

— Edward, você pode não ver, mas eu te amo... E em algum momento, esse amor pode se acabar...

Voltei ao meu quarto, eu não iria chorar, falei-me mesma tentando não fazê-lo. O meu corpo estremecia, eu estava totalmente atordoada, e tonta... Então eu lembrei da ligação. Por mais que seja perigoso, eu preciso ir..

Como era final de semana, Edward estava em casa, eu saí do meu quarto com uma roupa melhor. Desci as escadas, e lá estava Edward sentado no grande sofá branco, apoiando seus pés na mesa de vidro e lendo um livro qualquer. Eu fiz questão que ele visse eu passar, e quando viu aproximar-me da porta, falou.

— Não pediu para sair— Edward não tirou os olhos do livro, mas sua voz era rígida.

— Não tenho que pedir.

— Lewis!— Gritou, e ele estava ao lado da porta, pronto para a qualquer momento fazer seu serviço— Não necessita sair com o carro hoje. Leve para lavar ao algo assim.

— Ma-mas senhor— Ele olhou com um olhar assustador. Um tão medonho e ameaçador que fez Lewis tremer aos seus pés e se afastar.

— Hum... Realmente acha que eu não vou sair?

Ele virou e soltou uma risada irônica.

— A mansão fica longe, seja lá aonde vai... então, sim, acho que sem o carro, não vai a lugar nenhum— De certa forma tinha razão, mas não vou desistir assim tão fácil.

— Eu não ligo, se precisar eu vou a pé.

— Vai, e veja como a sua burrice vai acabar a matar você— Aproximei-me dele e na sua frente abaixe até chegar ao seu rosto, e o beijei. Ele parecia extremamente surpreso, afastei-me e falei.

— Não precisa se preocupar, eu volto logo, querido— Forçava um sorriso, mas por dentro estava tão feliz.

— Mas que me^#& você fez!

—Até depois querido.

Ele ficou em silêncio, enquanto caminhava até a porta. Olhei para trás discretamente, ele estava com um sorriso no rosto,eu fiquei muito corada.

Quando já estava distante da casa, eu abaixei no chão e coloquei a mão no rosto.

— Caramba.

Minha mente estava a um turbilhão. Eu finalmente tive coragem para enfrenta-lo... Eu finalmente o beijei...

Um carro parou na minha frente, era Lewis. Eu estava confusa. Ele aproximou-se e ao sair do carro falou alegre.

— De uma senhorita para uma mendiga, e uma pena, eu perdi todo o meu respeito a senhorita— Falou a balançar a cabeça, e com um tom de sarcasmo.

— O que faz aqui?

— O senhor pediu que a levasse seja lá para onde.

— Sério?— Eu parecia ainda mais surpresa do que queria.

— Anda, vamos. Tenho muito o que fazer ainda.

Eu entrei no carro com um sorriso de orelha a orelha. Lewis parecia mais contente que o normal.

— Onde deseja ir?

— A um café.

— Qual?— Ele falou a olhar pelo retrovisor do carro.

— hum...

Eu pensei um pouco e, nessa altura cheguei na conclusão provável, ele deve esperar-me num café que eu costumava ir. Se me conhece de verdade essa será a verdadeira prova.

— O que eu mais gostava de ir, antes da perda a memória.

— Sim, senhorita.

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