A viagem serviu para meditar a respeito da minha vida e tudo que aconteceu até aqui, preciso olhar para o futuro e esquecer meu passado, eu não posso ter sentimentos por um homem proibido, ele é meu cunhado e por mais que Sarita não me queira como irmã, esse é um elo que não pode ser quebrado por vontade humana, somos ligadas por uma força maior e o amor entre família é único.
Chego ao aeroporto e estou um pouco perdida, minha amiga ainda não chegou, fico no saguão a esperando por um longo tempo, vou em direção a uma lanchonete e compro um café, e um pouco estabanada pela ansiedade da espera acabo esbarrando em um homem:
__ Me desculpa, eu estava distraída, por favor me desculpa?
__ Calma, moça! Foi apenas um acidente.
Olho em seus olhos e não me são estranhos, uma sensação de já tê-lo visto antes faz um frio percorrer minha espinha e um arrepio por todo meu corpo. Ele limpa a jaqueta de couro que sujou de café e morde os lábios inferiores segurando para não dizer nada que me ofenda. Ouço a voz de Vitória que me chama por um apelido carinhoso que me foi dado na escola:
__ Sol!
Olho para ela que vem correndo em minha direção, ela me abraça e ao me soltar o rapaz questiona:
__ Seu nome é Sol?
__ Sim, o nome dela é Sol, mas, para as pessoas bem íntimas como eu, que sou sua amiga.
Vitória fala sem me deixar falar meu verdadeiro nome, ela é toda eufórica e alegre, ele sorri e me estende a mão e dizendo:
__ Meu nome é Juan, foi um prazer te conhecer, Sol.
Seu olhar é penetrante e seu sorriso um atrativo a parte. Seus cabelos presos e suas roupas jovens e modernas, muito diferente dos homens que eu conheço, ele tem um perfume atraente e uma voz que me causa arrepios.
__ Meu nome e Juan, estou chegando de uma viagem da índia, espero vê-la novamente.
__ Se for o nosso destino, isso pode acontecer.
Vitória fica nos olhando e sorrindo igual uma boba. Ela passa seus braços pelos meus ombros e aperta-os:
__ Vamos! Meu pai está nos esperando, você ficará lá em casa até arrumarmos um lugar para nós duas morarmos.
__ Foi um prazer te conhecer, Sol! E eu acredito no destino.
Ele beija minha mão e sai, eu fico extasiada com sua ousadia, um cigano jamais faria isso com uma cigana, ainda mais sem conhecer suas origens.
__ O que foi isso, amiga? Você mal chegou e já está arrasando corações.
__ Não diga besteira Vic, eu tenho tantas coisas para te contar e você não vai nem acreditar.
O seus pais são amáveis e muito carinhosos, eles não são preconceituosos e sabem que sou cigana, eles também são cristãos e me receberam de braços abertos.
Conto a Vitória e sua mãe o que me aconteceu e elas choraram juntas comigo e me deram todo apoio.
Vitória é filha única, seu pai é advogado e sua mãe é dentista, são pessoas trabalhadoras que sonham com o sucesso da filha. Decidimos fazermos um curso pré vestibular e tentarmos a faculdade de medicina, eu preciso de um trabalho e um lugar para morarmos que seja perto de onde vamos estudar na capital, já que a família da Vitória mora numa cidade interligada.
Começamos a semana procurando emprego e fazendo algumas entrevistas, eu não tenho experiência em nada, apenas um currículo bom por falar três idiomas e alguns cursos que fiz de computação, marketing e secretariado.
Algumas pessoas me acham diferente no jeito de falar e até no jeito como me visto, sempre vestidos longos e alguns babados discretos, eu cresci com esse tipo de roupa mas acho que terei que mudar um pouco.
Doutor Roberto me orientou a não usar coisas de ouro e muito menos andar igual a uma cigana nas entrevistas de emprego, as pessoas não dão oportunidades para mulheres do nosso povo, somos vistas com maus olhos e até como ladras de marido.
Saio com Vitória e compramos umas roupas, Carol sua mãe nos ajuda e quando me olho no espelho sou outra pessoa.
__ Agora sim, minha amiga! Você está parecendo uma gadgés. kkkk
__ Não fale assim, Vitória! Sua amiga sente orgulho do seu povo e só está se adaptando aos padrões para conseguir um bom emprego.
__ Desse jeito, acho que ela vai conseguir um bom marido também.
Eu rio das duas discutindo ao meu respeito, aproveitamos a tarde e fomos em várias lojas e mudei meu guarda-roupa, agora precisamos de um lugar para ficarmos, com ajuda de dona Carolina eu vendi alguns objetos de ouro que eu tinha e consegui o dinheiro para me sustentar por alguns meses. Não quero ficar pedindo ao meu pai, se eu saí de casa, tenho que me sustentar, só pedirei se for necessário. Preciso apenas que ele pague minha faculdade no momento certo, mesmo assim será um empréstimo, pois assim que estiver trabalhando devolverei todo dinheiro gasto comigo.
Depois de muitos dias procurando emprego eu e Vitória conseguimos uma entrevista numa empresa de publicidade.
Chegamos ao local e a placa é "GYPSY PUBLICIDADES". Eu estranho o nome. Vitória lê o nome de uma forma errada e eu a corrijo, ela me pergunta o que significa e eu explico de uma maneira sem me dar conta de que é muita coincidência:
__ Gypsy, quer dizer cigano.
__ É minha amiga, não tem como você fugir do seu destino, ele te persegue.
Entramos em uma sala cheia de garotas prontas para a entrevista, uma a uma é chamada até que Vitória é primeiro e depois eu. Minhas pernas tremem e meu coração está batendo forte. Peço a Devel que me ajude e que mude minha sorte para melhor.
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Atualizado até capítulo 76
Comments
Leda ❤️
E o cigano será 🤔👏tomara kkkkk e q ela viva esse amor sem c lembrar do passado
2024-12-11
0
Juciara Nascimento
Quem será o dono ou chefe da empresa. Será que é o cigano
2025-03-25
0
Mônica Santos
eita o encontro é inevitável
2025-01-22
1