Era por volta das seis horas da noite, quando Marco lembrou de ligar para seu pai para dar notícias. Ele deveria ter ligado mais cedo para evitar qualquer suspeita do pai, mas Marco ainda não sabia que desculpa ia dar para justiçar uma semana no hospital. O senhor Gambino não era idiota e não engolia nenhuma história.
— Passei a tarde toda esperando sua ligação, Marco. — Reclamou o senhor Gambino assim que atendeu o celular irritado.
— Vou ter que ficar uma semana aqui no hospital. — Marco optou por ser direto.
— Marco, eu não estou gostando de nada disso. Acho melhor você ser transferido para um hospital aqui de Nova York.
— Não é por nada, papai. Junto com a bebida, eu tomei alguns comprimidos de Rivotril para dormir e o médico, que está responsável por mim aqui, descobriu isso. Ele acha que eu posso ter tentado me matar e quer me manter aqui, por um curto período, sob vigilância.
Ao final da ligação, o senhor Gambino acabou engolindo aquela história de Marco, mas queria ter notícias dele todos os dias. Atenta, Sofia prestou atenção na conversa de Marco e na facilidade com que ele mentia para seu próprio pai.
— “Ele acha que eu posso ter tentado me matar”. — Repetiu Sofia, imitando a voz de Marco assim que ele finalizou a ligação.
— Você não devia ficar atenta a conversa dos outros. Isso é coisa de gente enxerida. — Reclamou Marco.
— Impossível, eu não ouvir o que você estava falando. Esse quarto é extremamente pequeno. — Sofia respondeu altiva. — E se eu sou enxerida, você é um mentiroso. Você tentou se matar duas vezes.
— E não tive sucesso graças a você, sua enxerida! — Marco falou num tom mais forte para assustar Sofia, mas não adiantou de nada.
— Você deveria me agradecer e não me tratar assim.
— Próxima vez que eu estiver em uma ligação, você deve sair do quarto. Não quero ninguém ouvindo minhas conversas.
— Tudo bem, eu não tenho nenhum interesse nisso. Também pouco me importa se você vive ou morre, eu só não quero ser responsabilizada por isso! — Exclamou Sofia indo em direção a saída do quarto.
Antes que ela pudesse alcançar a maçaneta da porta, Dr. Eduardo entrou esbarrando em Sofia sem querer.
— Me desculpe. — Dr. Eduardo falou envolvendo a cintura de Sofia com seu braço esquerdo para que ela não caísse por conta do esbarrão repentino.
— A culpa foi minha, Doutor. Eu que vinha saindo apressada do quarto. — Sofia respondeu sem graça, apoiando as duas mãos no peito do médico.
Da cama, Marco acompanhava toda aquela cena, irritado e fingiu uma tosse para cortar aquele clima entre os dois.
— Pois não Dr. Eduardo. Acho que o paciente aqui sou eu. — Marco falou encarando a ambos.
Inocentemente, Sofia não tinha percebido o interesse do médico nela, mas Marco sim.
— Boa noite, senhor Marco. — Dr. Eduardo o cumprimentou, soltando Sofia lentamente, que saiu do quarto sem dizer mais nada. — Vejo que você decidiu manter uma bela acompanhante. Sofia sabe de alguma coisa?
— Não. — Marco ficou incomodado ao ouvir o médico falar de Sofia.
— Não pode ser ela quem está dando os comprimidos de Lidocória* para você?
— Claro que não. Ela começou a trabalhar na minha casa recentemente. Foi enviada pelo meu pai. Não tem nada a ver com isso.
Sem falar que Sofia tinha salvado sua vida duas vezes. A pessoa que queria que ele se mantivesse sem os movimentos das pernas, provavelmente, também queria ele morto.
— Tudo bem, então. A partir de amanhã, nós vamos começar a colocar um medicamento no seu soro que vai começar a limpar a Lidocória* do seu sangue. Pode ser que você sinta espasmos nas pernas. Como Sofia não é enfermeira, ela não vai perceber nada. — Conclui Dr. Eduardo.
— Era só isso que você queria falar? — Marco não gostava das visitas de Dr. Eduardo e deixa isso claro na forma antipática de tratar ele.
— Sim, mas minhas visitas serão cada vez mais frequentes. — Dr. Eduardo respondeu rindo, percebendo a rabugice de Marco. — Não por estar preocupado com você, mas gostaria de ver mais vezes sua acompanhante.
— Acho que isso não é um comportamento profissional de um médico. — Marco destacou com ciúmes.
— Bem, eu acho que o estou fazendo por você já ultrapassou o limite do profissional e preciso ser recompensado de alguma forma. Que seja com um colírio para meus olhos. — Dr. Eduardo brincou, provocando Marco.
— Eu preferia que você me passasse o valor disso em dinheiro. Não quero sua presença constante no meu quarto, paquerando com minha funcionária.
— Por acaso, existe alguma coisa entre você e Sofia, senhor Marco? Eu já peço desculpas pelas brincadeiras, caso exista algo. — Dr. Eduardo falou constrangido por não perceber antes o interesse de Marco.
— Não existe nada. Apenas a relação de patrão e empregada, mas não gosto de participar de momentos íntimos de funcionários. Sofia está em horário de trabalho. Não quero distrações. Nem paqueras aqui.
— Fico contente com sua resposta. — Dr. Eduardo sorriu. — Não se preocupe que não vou atrapalhar Sofia no horário de trabalho. Bem, agora, eu preciso ver outros pacientes. Qualquer coisa, pode mandar me chamar. — Dr. Eduardo falou solicito.
— Aproveite e mande Sofia entrar de volta, caso ela esteja aí fora.
Depois dessa conversa aberta com o médico, Marco não queria Sofia andando pelos corredores do hospital, dando mole para Dr. Eduardo. Ela tinha que ficar dentro do quarto com ele.
Lidocória* Termo criado pela autora da história para se referir a uma substância que não existe. Lembrando que essa história de que se trata de uma obra de ficção e estamos usando a licença poética aqui.
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Atualizado até capítulo 108
Comments
Euridice Neta
Marco começando ficar caidinho pela Sofia, cuidado ela pode acabar gostando do bofe doutor, abre os olhos garoto!
2024-03-23
0
Maria Aparecida Alvino
Marcos acho que está se apaixonando pela Sofia tomara mesmo
2024-02-29
0
Cristiane Santos Santos
mas é ciúme, ciúme de você...
2023-12-10
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