Eram por volta das sete horas da manhã, em Nova York, e o celular de Matheus tocava insistentemente, acordando-o mais cedo do que o normal.
— Droga, Paco! — Reclamou Matheus aborrecido. — O que aconteceu de tão grave para essa ligação tão cedo.
— Durante a madrugada, o senhor Marco foi levado para um hospital local.
— O quê?! — Exclamou Matheus dando um pulo da cama. — Como assim? Com autorização de quem? Porque você não me ligou antes!?
— Senhor, quando eu saí ontem à noite, da Villa, estava tudo bem. A senhorita Priscila tinha sido levada de volta para cidade e o senhor Marco já estava no quarto, eu acho que pronto para dormir. Aconteceu alguma coisa de madrugada e só fiquei sabendo agora, quando voltei para trabalhar.
— Merda! Você tinha que ficar vinte quatro horas na casa! Marco não pode ser examinado por qualquer médico e se descobrirem sobre os remédios?
Intencionalmente, Matheus pagava a Paco para manter Marco doente, sem a mobilidade das pernas. Todos os dias, Paco colocava na comida de Marco, sem que ninguém percebesse, uma droga especial que causava dormência nas pernas e consequentemente, Marco não conseguia andar. Por isso que vários médicos achavam estranha a situação de Marco e diziam que ele poderia voltar a andar, pois os exames, feitos na época do acidente, não apontaram uma lesão permanente.
Contudo, o tempo passou, novos exames foram feitos e Marco permanecia no mesmo estado graças a Matheus e Paco.
Nervoso, Matheus desligou o telefone, ligando para o senhor Gambino.
— Bom dia, Matheus. — Respondeu o senhor Gambino assim que atendeu o celular.
— Gambino aconteceu alguma coisa com Marco na Villa Turquesa. Fui informado que ele está em um hospital local, sem estrutura adequada para atender um homem como Marco.
— Mas o que aconteceu, Matheus? — O tom de voz do senhor Gambino era de preocupação.
— Não sei ao certo. Foi alguma coisa durante a madruga e só fiquei sabendo agora, mas acho que devemos providenciar a transferência dele para o NYU.
— Faça isso agora mesmo. Eu vou tentar falar com uma das enfermeiras de Marco.
NYU era um dos melhores hospitais particulares de Nova York. Contudo, Matheus não queria transferir Marco para lá por está preocupado com a saúde dele, mas sim porque lá ele tinha vários médicos que deviam favores a ele.
Um dos negócios ilícitos da máfia, da família de Marco, era o tráfico de cocaína. Matheus era quem administrava isso e vários médicos, famosos na cidade, eram consumidores assíduos, incluindo alguns médicos do NYU. Lá, Matheus sabia que estaria a salvo e nem Marco e nem o senhor Gambino saberiam dos remédios ministrados secretamente e que mantinham Marco naquele estado.
— Como assim eu não vou ter alta ainda, Marta?! — Marco falou irritado. — Já estou me sentindo bem melhor e odeio esse ambiente de hospital.
— Eu já falei tudo isso ao Dr. Eduardo, mas ele disse que não foi somente bebida que o senhor ingeriu e que também quer fazer novos exames com relação à mobilidade das suas pernas.
Sofia, que também estava dentro do quarto, naquele momento, ouvia tudo calada. Ela sabia muito bem a que o Dr. Eduardo se referia.
— Por que tudo isso? Eu quero falar com esse médico imediatamente. Por favor, vá chamá-lo Marta. — Obviamente, Marco sabia que tinha ingerido uma quantidade absurda de Rivotril, além da bebida alcoólica, mas ficou surpreso com relação a novos exames para sua debilidade física.
Antes que Marta pudesse sair do quarto para chamar o médico, seu telefone celular começou a tocar.
— É seu pai, senhor Marco. — Ela falou aflita.
— Deixe que eu atendo. Vá chamar o médico, por favor.
Marta entregou o celular para Marco e foi atrás do Dr. Eduardo.
Já tinha algum tempo que Marco não falava diretamente com seu pai. Após o acidente dele, os dois tinham se afastado bastante e geralmente, eles só se falavam sobre os negócios, pois Marco continuava CEO de todas as empresas licitas que não tinham relação direta com a máfia.
— Bom dia, papai. — Marco cumprimentou senhor Gambino sem nenhuma emoção e Sofia observou aquilo.
— O que está acontecendo, Marco? Matheus me falou que você internado em um hospital local. Já pedi que fosse providenciada sua transferência para o NYU.
— Não tem necessidade disso. Eu estou bem.
— Bem? Internado em um hospital? — O senhor Gambino zombou.
— Infelizmente, eu bebi demais ontem e desmaiei. Aquela menina que você mandou para Villa... — Marco encarou Sofia nesse momento. — Me encontrou e Marta achou melhor vir para o hospital, mas se ninguém tivesse se metido, eu acordaria na Villa, normalmente, somente com uma tremenda ressaca.
— E por que você ainda está no hospital?
— Isso, eu também quero saber e estou esperando médico responsável para conversar com ele.
— Tudo bem, eu vou falar com Matheus para cancelar essa transferência, mas quero saber de tudo que o médico falar com você.
— Sem problemas. — Marco respondeu com desinteresse, desligando o celular em seguida.
Atenta a conversa, Sofia não conseguiu se manter calada.
— Você sabe muito bem que não foi só bebida alcoólica que você consumiu e é por isso que o médico está mantendo você aqui.
— Ahnnn... você voltou a falar? Pensei que um gato tivesse comido sua língua. — Marco tinha percebido que Sofia estava calada desde que Marta chegou.
— Não comeu. Inclusive, eu posso esclarecer a Marta ou a seu pai, o motivo de ainda estarmos aqui, pois você saber muito bem o que o médico vai dizer. — Sofia deu um sorriso desafiador.
— Não teste minha paciência. Já aceitei os termos do seu acordo e agora, você vai ficar de bico fechado.
Nesse momento, Dr. Eduardo entrou no quarto de Marco e não pode deixar de observar a presença de Sofia ali. Mesmo vestida de forma simples, sem maquiagem e com cabelos naturais, ela era linda e chamou atenção do médico.
— Bom dia, senhor Marco. — Dr. Eduardo cumprimentou Marco. — Bom dia, senhorita... acho que não fomos apresentados ainda.
— Sofia. — Ela respondeu sorrindo de forma gentil e aquilo deixou Marco incomodado. — Eu também trabalho na casa do senhor Marco.
— Marta e Sofia podem sair do quarto, pois quero falar com Dr. Eduardo em particular. — Marco falou interrompendo a troca de olhares entre o médico e Sofia.
Dr. Eduardo era um homem jovem, por volta dos vinte oito anos, e que demonstrou um interesse visível em Sofia.
— Doutor, eu não quero mais perder um segundo aqui nesse hospital. Por que você não quis assinar minha alta mais cedo? — Marco falou assim que Sofia e Marta deixaram o quarto.
— Gosto quando meus pacientes são diretos e serei direto com você, Marco. — Dr. Eduardo falou com toda sua atenção voltada para Marco.
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Atualizado até capítulo 108
Comments
Silvaneide Ágatha
ciúmes 😂
2024-12-01
1
Fátima Silveira
e Marcos vc se ferrou dessa vez mais foi bom 👍 agora vc vai ver que existe uma grande chance de voltar andar
2023-11-16
2
Neca Lopes
Marcos tá com os 4 pneus arriado por ela kkķk
2023-09-12
3