A rotina de Marco na Villa era sempre a mesma. Durante a manhã, uma das enfermeiras o levava para passear pela praia. Logo depois, o seu café da manhã era servido na piscina. Por volta das onze horas, uma equipe de fisioterapeutas chegava para fazer exercícios com Marco e depois do almoço, ele ia para seu escritório ou para biblioteca trabalhar, pois continuava sendo o CEO das empresas do seu pai. Com relação aos assuntos da máfia, Marco ficava ciente de tudo que estava acontecendo, mas não se envolvia diretamente com nada.
Por mais inteligente e capaz que ele fosse, um mafioso debilitado fisicamente não servia. Até para ser o chefe, num possível confronto, Marco colocaria sua vida em risco e a dos outros integrantes da máfia.
A noite, Marta e Paula foram até o escritório de Marco para que ele pudesse jantar e em seguida tomar banho para dormir. No início, aquela rotina enfadonha era terrível para Marco, pois era um rapaz que vivia em festas, viajando e acompanhado por belas mulheres. Depois de um tempo, ele se acostumou a sua nova realidade, mas ainda não aceitava aquilo definitivamente. A prova disso era o fato de ele ter tentado se matar na primeira noite de Sofia na Villa.
A porta da suíte de Marco estava aberta e Sofia entrou ao ouvir as vozes de Marta e Paula lá dentro. Ambas tinham em torno de 45 anos e eram profissionais sérias e responsáveis. Nenhuma das duas foi informada da tentativa de suicídio de Marco e Sofia também não tinha comentado aquilo, mas ambas já tinham visto o ferimento que a corda tinha causado no pescoço dele. Marco já estava deitado em sua cama, quando Sofia apareceu para falar com Marta, que estava no banheiro, procurando uma pomada cicatrizante para passar no pescoço dele.
— Marta, eu não estou encontrando Teresa, você pode... — Sofia não pode nem concluir a frase sendo interrompida por Marco.
— Quem lhe deu autorização para entrar no meu quarto sem ser convidada? — Ele indagou irritado. Não gostava da presença daquela jovem que despertava desejos antigos nele. — Já é a segunda vez que você faz isso.
— Eu... eu estou procurando Teresa e ouvir as vozes de Marta e Paula aqui dentro. Achei que não teria nenhum problema entrar.
— Eu não sei onde está Teresa, Sofia. — Marta respondeu impaciente. — Nós estamos ocupadas, colocando o senhor Marco para dormir. Depois, eu posso ajudar você.
— Tudo bem. Eu só quero saber se posso ajudar na cozinha amanhã. — Sofia falou num tom educado, seguindo para porta de saída do quarto sem olhar na direção de Marco.
— Espere. — Marco falou naquele tom autoritário, acostumado a ter todos sempre a seus pés. — Entregue a pomada para Sofia, Marta. Já que Sofia que tanto ajudar em alguma coisa, ela vai fazer isso.
— A pomada deve ser passada no ferimento do pescoço. — Explicou Marta encarando Sofia. — Ela entregou a pomada nas mãos de Sofia e saiu do quarto juntamente com Paula, deixando ambos sozinhos.
Sem graça e tímida, Sofia encarou a bisnaga em suas mãos ainda distante da cama de Marco.
— Você não vai conseguir passar a pomada no meu pescoço com toda essa distância. — Ele zombou dela.
Insegura, Sofia se aproximou de Marco sem dizer uma palavra. Já perto dele, ela pode observar as marcas da corda no pescoço dele, que ela não tinha reparado hoje cedo.
— E então? — Ele olhou para Sofia, erguendo as sobrancelhas e ela mordeu o lábio inferior sem saber como agir.
— Eu... eu acho... — Ela começou a falar nervosamente.
— Não sabia que você era gaga? — Indagou Marco, provocando-a.
— Eu acho que vou chamar Marta de volta para fazer isso.
Antes que Sofia pudesse se afastar da cama, Marco segurou seu pulso, impedindo que ela saísse dali.
— Qual seu problema? Está trabalhando aqui e não pode passar uma mísera pomada no meu pescoço? Qual dificuldade nisso? — Marco apertava o pulso de Sofia com firmeza para que ela não se soltasse.
— Eu não sou enfermeira. Só isso. — Ela respondeu contrariada.
— Mas acho que isso não é uma tarefa tão complexa. Você queria tanto ajudar no dia a dia da casa. Eu estou permitindo que você ajude, fazendo isso ou nem isso você sabe fazer?
Irritada por Marco zombar dela, Sofia relaxou o braço que ele segurava e abriu a pomada, se aproximando ainda mais de Marco para passar o produto nele. Vendo que Sofia não pretendia fugir, Marco soltou o braço dela.
A mão de Sofia era suave e delicada. Primeiro, ela passou um pouco da pomada em seus dedos e depois começou a passar no pescoço de Marco com gentileza. Ele, por sua vez, não tirava os olhos dela. Marco podia sentir o perfume de Sofia naquela curta distância. Ela tinha um aroma floral, suave, que combinava com sua inocência. Novamente, Marco voltou a se sentir excitado com ela.
Inquieta com toda aquela atenção de Marco, Sofia resolveu falar alguma coisa para quebrara aquele clima estranho entre eles.
— Você mesmo poderia fazer isso. — Ela comentou ao mesmo tempo que continuava a passar a pomada nele.
— Com a quantidade de empregados que tenho nessa casa, eu não acho justo fazer nada. — Ele sorriu e Sofia ficou ainda mais nervosa. Ela nunca tinha visto ele sorrir e ele era ainda mais lindo sorrindo.
— Pronto. Acabei. — Sofia falou se erguendo para se afastar de Marco.
— Obrigado. — Ele agradeceu, encarando Sofia profundamente e ela recuou um passo longe da cama com receio.
— Você tem medo de mim? — Marco indagou observando o comportamento dela. — Não é como se eu pudesse me levantar dessa cama e fazer alguma coisa com você.
— Eu não tenho medo de ninguém. — Sofia respondeu altiva. O fato de saber que ele não poderia se levantar da cama dava coragem a ela.
— Bom. É bom saber que você é corajosa. Boa noite, Sofia.
Após a saída de Sofia do seu quarto, Marco ainda demorou a pegar no sono. Estava atraído por aquela garota, mas sabia que ela não era como as outras mulheres experientes que ele costumava sair antigamente. Nem, muito menos, ela poderia fazer o que as prostitutas de luxo, que ele chamava na Villa, faziam. De toda forma, ele precisa desafogar aquele desejo, pois fazia tempo que ele não se sentia excitado por uma mulher.
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Atualizado até capítulo 108
Comments
Silvaneide Ágatha
Claro que sim 👏🏿👏🏿
2024-12-01
0
Silvaneide Ágatha
tarado
2024-12-01
0
Silvaneide Ágatha
🤬🤬🤬🤬🤬
2024-12-01
0