Perdida em seus pensamentos, Sofia saiu de casa distraída. Ela tinha que ir para o seu outro emprego, mas não sabia o que fazer. Como ela iria para a aula sem ter o pagamento da mensalidade? O vencimento era hoje e ela não era muito bem vista pelo financeiro da instituição, pois apesar de todos os seus esforços, ela já tinha pagado com atraso outras vezes e a faculdade não iria mais tolerar aquilo.
De repente, enquanto Sofia andava pela calçada para chegar até o ponto de ônibus, um carro, desconhecido, parou ao seu lado. Sem dar tempo para que ela pudesse reagir, rapidamente, um homem puxou Sofia para dentro do veículo. Aquele carro luxuoso era complemente preto e os vidros escuros impediam que qualquer pessoa que passasse pela rua visse o que estava acontecendo em seu interior. Desesperada, Sofia se debatia tentando se soltar da mão extremamente forte que a mantinha presa ali. Ela encarou os três homens que estavam dentro do veículo, mas não conhecia nenhum deles.
— Por favor, me solte! Deixe—me ir embora. — Ela pediu entre lágrimas, temendo o pior. — Minha família não é rica. Eu não tenho dinheiro para vocês.
— Fique quieta, sua idiota! — Gritou o homem que mantinha a mão apertando com violência o braço de Sofia.
— Eu não conheço vocês, por favor, me deixem ir embora. — Ela implorou angustiada. — Já disse que não tenho nada para dar.
— É essa a menina, Jonas? — Indagou friamente o homem que estava dirigindo o carro, olhando para Sofia pelo espelho retrovisor.
— Sem sombra de dúvidas, Fernando. — Respondeu Jonas sem se importar com os protestos de Sofia. — O endereço corresponde ao dela.
— Aquele lixo não mentiu. Ela é realmente linda. — Lorenzo, o terceiro homem que estava no carro, comentou despindo Sofia com os olhos e ela se encolheu no banco do carro com medo.
— De fato, a foto é idêntica. — Jonas comentou encarando Sofia com firmeza.
Inicialmente, eles pensaram que Carlos não podia ter uma filha tão bela, mas depois que viram a foto da jovem, eles resolveram aceitar o acordo. Que tipo de homem oferecia sua própria filha em troca de uma dívida? Carlos.
— Me deixem ir, por favor. — Sofia implorou mais uma vez, ao perceber que o carro tomava um caminho completamente desconhecido para ela. — Vocês pegaram a garota errada.
— Chega! — Gritou Jonas, perdendo a paciência com o choro desesperado de Sofia. — Você é filha de Carlos? — Ele indagou, fitando-a com raiva em seu olhar. — Não minta! Será pior.
— Sim. — Sofia respondeu tremendo. Aqueles homens conheciam seu pai?
— Então, nós pegamos a garota certa e chega de choro! Eu não quero mais ouvir sua voz.
— Vocês conhecem meu pai? — Sofia indagou com receio da resposta. — O que ele tem a ver com isso?
— Seu pai é um viciado em jogo, querida. — Dessa vez, quem respondeu foi Lorenzo e Sofia ouviu aquilo sem expressar nenhuma surpresa. Ela já sabia disso. — A dívida dele é tão alta que ele ofereceu a própria filha como pagamento.
— O quê?! — Gritou Sofia incrédula.
— Não íamos aceitar, mas após vermos sua foto, nós concordamos.
— Uma jovem tão linda tem um valor alto para os bordeis da cidade. — Fernando comentou. — E se for virgem é mais valiosa ainda.
Os olhos de Sofia pareciam que iam saltar para fora de seu rosto chocada com tudo aquilo que estava escutando. Seu pai, após explorar ela e sua mãe por anos, resolveu usar sua própria filha para pagar uma dívida.
— Bordeis? — Sofia congelou ao ouvir aquilo.
— Sim, lindinha. Nosso chefe não explora mulheres. Nós temos vários negócios ilícitos, mas prostituição não consta entre eles. Por isso vamos vendê-la e com dinheiro, a dívida do seu pai será paga. — Jonas sorria como um psicopata bastante satisfeito com aquela solução.
— Mas não se preocupe. — Lorenzo emendou. — É um bordel de luxo. Com sua beleza, nós não iriamos jogá-la em qualquer espelunca da cidade. Ambos os homens deram risada daquela situação, fazendo com que Sofia estremecesse de pavor.
Já tinha uns vinte minutos que ela estava dentro daquele carro e sua cabeça funcionava a mil por hora, pensando em como escapar daquela situação. Não sabia onde estava, mas os sequestradores tinham saído da área urbana da cidade e seguiam por uma estrada ladeada por árvores enormes. Ela nunca tinha estado naquele local, mas poderia tentar se jogar do carro, numa tentativa arriscada de conseguir sua liberdade. Contudo, naquela velocidade, Sofia poderia ser machucar gravemente ou, quem sabe, até morrer. Avaliando sua situação, a morte era um destino bem melhor do que ser vendida a um bordel onde homens poderiam usar seu corpo.
Sem pensar duas vezes, Sofia voltou a se debater para que Jonas soltasse seu braço, empurrando—o com força para que se afastasse dela.
— Mas que droga! — Jonas reclamou. — Você não desiste mesmo, garota!
— Me solte, seu monstro! — Exigiu Sofia.
— Você realmente acha que pode lutar comigo, sua tolinha? — Jonas riu daquela situação. — Eu sou muito mais forte que você. Só vai se machucar assim.
Tirando forças do ódio e da raiva que sentia naquele momento, Sofia começou a chutar Jonas com violência, fazendo com que o banco traseiro do carro virasse um verdadeiro tumulto de pernas e braços, agredindo o bandido.
— Jonas! Controle essa menina! — Fernando gritou vendo toda aquela confusão pelo espelho retrovisor do carro. Lorenzo, que estava sentado ao lado dele, não parava de rir.
— Que gatinha arisca que temos aqui. — Lorenzo falou virando para o bando de trás, mas foi atingido por uma das pernas de Sofia que chutavam enlouquecidamente. — Puta merda! Garota louca.
Num relapso de Jonas, que soltou o braço de Sofia para se defender dos chutes e tapas que ela desferia nele, Sofia conseguiu abrir a porta do carro se jogando para fora, cobrindo sua cabeça com os braços para tentar se proteger de um impacto mais violento. O corpo de Sofia rolou pela floresta íngreme que ladeava a estrada, com as plantas e espinhos feriando sua pele. Após poucos segundo, ela perdeu a consciência.
— Puta merda, Jonas! — Fernando falou freando o carro bruscamente. — A garota se jogou para fora e pode até estar morta agora! Tudo porque você é um imbecil que não pode controlar uma menina de 19 anos.
— Ela estava até tranquila, mas quando começamos a falar de bordeis, ela ficou desesperada novamente. — Lorenzo falou no tom cínico.
— Não importa! — Gritou Jonas. — Se ela estiver morta, o pai dela vai ter que se virar para pagar a dívida de outra forma.
— Chega de conversa mole! — Exclamou Fernando. — Vão atrás da garota agora!
Lorenzo e Jonas desceram do carro para localizar Sofia ou o corpo dela. A garota com certeza não tinha ido muito longe.
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Atualizado até capítulo 108
Comments
Silvaneide Ágatha
😭😭😭😭
2024-12-01
0
Silvaneide Ágatha
🤣🤣🤣🤣
2024-12-01
0
Silvaneide Ágatha
😭😭😭😭😭😭
2024-12-01
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